sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Mateus Starling entrevista Romero Lubambo


O canal do YouTube do guitarrista Mateus Starling recebeu o guitarrista e violonista carioca Romero Lubambo para um bate-papo descontraído. Por duas horas, o músico contou um pouco sobre sua carreira de quatro décadas, quase toda tocando nos Estado Unidos, onde mora desde 1985. Romero completou 70 anos de idade em 2025. Em 2023, ele gravou o disco Two Brothers em dueto com o violonista paulista Chico Pinheiro.

Músico de rara sensibilidade, é um dos guitarristas brasileiros de maior prestígio internacional e um dos mais requisitados músicos da atualidade, graças a sua versatilidade e facilidade em atuar com exuberância nos mais variados estilos musicais.

Do jazz ao pop, do clássico ao r&b, podemos ouví-lo tanto num remix top 10 da Toni Braxton, como solista convidado da Royal Phillarmonic Orchestra (Londres) ou numa tour com o guitarrista de hard rock, Vernon Reid (Living Colour). Além de trilhas publicitárias e cinematográficas; já gravou ao longo da sua carreira mais de 900 discos, com os mais variados artistas e seu nome aparece nos créditos de mais de 1000 gravações, o que o tornou um dos músicos instrumentistas que mais gravou no mundo.

Participou de alguns dos maiores e mais importantes festivais do mundo e já trabalhou (shows e/ou gravações de álbuns e dvd’s ou demais mídias audiovisuais) com artistas como: Billie Eilish, Michael Brecker, Pat Metheny, Branford Marsalis, Mike Stern, Marcus Miller, Mohini Dey, Wynton Marsalis, Stevie Wonder, Al Jarreau, Yo Yo, Gustavo Dudamel, Dizzy Gillespie, Kathleen Battle, Finneas O'Connell, Diana Krall, Paul Simon.



Starling é pioneiro na educação musical através da internet. Desde 2009 Starling ensina sobre diferentes temas na área da educação musical através da internet. Toca profissionalmente desde os 16 anos de idade, ano em que lançou seu primeiro EP de música instrumental. A grande virada na carreira veio através de uma bolsa de estudos que ganhou na Berklee College of Music de Boston, quando se formou com honras em 2008 e saiu com seu primeiro álbum solo gravado intitulado Kairos que repercutiu em todo o mundo.

Ao longo destes anos lançou 5 álbuns solos e já participou de shows e gravações com grandes nomes da música instrumental do Brasil. Para citar alguns: Pascoal Meirelles, Josué Lopes, Júlio Merlino, Mauro Senise, Marcelo Martins, Xande Figueiredo, Altair Martins, Nivaldo Ornelas, Daniel Garcia, Sergio Barroso, Ney Conceição, Chico Chagas, Renato Massa Calmon, Marcos Kinder, Rogerio dy Castro, Cliff Korman, Kleyton Martins, Valmir Bessa, Marcos Natto, Berval Moreira, Nelson Faria, Leo Amoedo e outros.

Em 2022 iniciou com o Starling Cast, um podcast no youtube onde Mateus bate papo com grandes nomes da música brasileira. O canal hoje tem mais de 160 mil inscritos, mais de 220 episódios e tem mais de 2 milhões de visualizações por mês, tendo se tornado o maior podcast do segmento do Brasil.



No fim de 2023, o Starling entrevistou outro craque da música instrumental brasileira, o guitarrista Ricardo Silveira, que também tem uma carreira internacional, mas mora no Brasil. Entre os músicos com quem dvidiu o palco e os estúdios estão João Bosco, Milton Nascimento, Ivan Lins, Elis Regina, Gilberto Gil, João Donato, Luís Melodia, Emílio Santiago, Hermeto Paschoal, Ney Matogrosso, Márcio Montarroyos e Claudio Roditi.

Em sua carreira internacional, além dos trabalhos lançados no mercado fonográfico, trabalhou com Herbie Mann, tocou e gravou com diversos músicos da cena instrumental mundial como Hubert Laws, Randy Brecker, Pat Metheny, Don and Dave Grusin, John Patitucci, Lionel Hampton, Jason Miles, Abraham Laboriel, L. Shankar, entre outros. Veja a íntegra da entrevista abaixo.

Jack DeJohnette morre aos 83 anos


O baterista de jazz norte-americano Jack DeJohnette, conhecido pelo seu trabalho com lendas como Miles Davis e Keith Jarrett, faleceu no último domingo, 26 de outubro, aos 83 anos, em Kingston, Nova Iorque, de insuficiência cardíaca.

Nascido em 9 de agosto de 1942, em Chicago, DeJohnette foi uma figura central nas principais formações de jazz a partir da década de 1960. Colaborou com músicos de renome, incluindo Herbie Hancock e Miles Davis, destacando-se particularmente pela sua participação no álbum Bitches Brew, de Davis, um marco na história da música de fusão, lançado no final da década de 1960.

Além disso, DeJohnette fez parte do influente trio de Keith Jarrett, ao lado do contrabaixista Gary Peacock. Juntos, lançaram álbuns celebrados pela crítica nos últimos 40 anos, como Bye, Bye, Blackbird (em homenagem a Miles Davis), Still Live, Somewhere, After the Fall, Always Let Me Go e os dois volumes de Standards. A lista de outras colaborações, em estúdios e em palcos, é infindável. Da pianista e harpista Alice Coltrane aos saxofonistas Stan Getz, Sonny Rollins, Paul Desmond, Cannonball Adderley, Benny Golson e Michael Brecker, passando pelos pianistas Herbie Hancock, Kenny Barron e McCoy Tyner, os trompetistas Chet Baker, Lester Bowie, Freddie Hubbard ou os guitarristas John Scofield, Pat Metheny, Bill Frisell ou John McLaughlin, ou mesmo uma canção de Sting.

Criado numa família que valorizava a música, DeJohnette revelou-se eclético desde jovem, ouvindo ópera, country, rhythm and blues, swing e jazz. "Para mim, tudo era música", referiu em seu site, uma filosofia que manteve ao longo da vida. Ele iiciou a sua carreira como pianista, após uma formação clássica no Conservatório de Música de Chicago, mas foi como baterista que se destacou. A bateria ganhou força na sua adolescência, quando integrou a banda da escola.

Ele iderou formações como Compost, Directions, New Directions e Special Edition. Gravou em nome próprio pela primeira vez em 1968, um disco chamado The DeJohnette Complex, tendo, nas quase seis décadas que se seguiram, editado, como líder, quase quatro dezenas de álbuns por selos prestigiados como Prestige, ECM, Blue Note, MCA/Impulse!. Foi nomeado para seis Grammy e ganhou dois: um em 2008, com Peace Time, melhor álbum new age; e depois em 2022, com Skyline, melhor álbum de jazz instrumental que gravou com o contrabaixista Ron Carter e o pianista Gonzalo Rubalcaba.



FONTES: SIC NOTÍCIAS E O PÚBLICO

Julie London - Time for Love - The Best of


Por 14 anos o Guia de Jazz esteve no ar com a missão de aproximar os internautas ao jazz. Um dos tópicos mais visitados era o de dicas de CDs, no qual dezenas de discos eram indicados e resenhados por mim. Infelizmente, com o fim do site em setembro de 2015, todo esse acervo foi "perdido".

Mas não totalmente perdido. Além do livro Jazz ao Seu Alcance - que traz todo o conteúdo do guia (dicas de CDs, DVDs, livros, entrevistas e muito mais) - você encontrará quinzenalmente neste blog algumas dicas de CDs publicadas anteriormente no site Guia de Jazz.

Sempre que possível, ao final de cada resenha você encontrará vídeos do Youtube com algumas faixas do disco indicado para escutar. Boa leitura e audição. Veja outras dicas de CDs aqui.

Julie London - Time for Love - The Best of (1991)


Os anos 40 e 50 são chamados de época de ouro de Hollywood. Dezenas de astros e estrelas brilhavam em filmes da Metro e da Paramount. Era o tempo dos grandes musicais e das super produções. A música se confundia com o cinema e vice-versa. Estrelas como Judy Garland, Lena Horn, Edith Piaf e Doris Day eram reconhecidas como atrizes e cantoras.

Assim como Judy, Lena, Edith e Doris, a cantora e atriz Julie London encantou o público com sua voz e sua beleza em mais de uma dezena de filmes e discos. Com sua beleza física de tirar o fôlego e sua voz macia, ela fez história e habitou a mente de milhares de jovens da época.

Uma boa maneira de conhecer Julie London é ouvir o disco Time For Love : The Best of , lançado pela gravadora Rhino. O CD, que conta com um encarte rico em fotos e informações, traz 18 músicas e dá um ótimo panorama do repertório que acompanhou a cantora por quase toda a carreira. Entre elas, a mais famosa de todas, “Cry Me A River”.

Neste CD, que privilegia as canções românticas, o ouvinte vai ter a oportunidade de ouvi-la acompanhada por uma orquestra, como em “My Heart Belongs to Daddy”, “A Conttage for Sale” e “Two Sleepy People”, ou pela guitarra de Barney Kessel e o baixo de Ray Leatherwood em músicas como “No Moon At All”, “Easy Street” e “I´m In the Moof for Love”.

Julie ainda esbanja sensualidade em outros três momentos bens distintos. Ao lado de uma orquestra à Glenn Miller (June In January), na versão do clássico de Thelonious Monk (Round Midnight) ou acompanhada apenas da guitarra de Kessel (Gone With the Wind).

Assim como na sua vida pessoal, Julie London morreu em 2000 sem causar alarde ou notícias. Apesar de nunca ter estado no time das divas do jazz, ela conseguiu escrever seu nome na história da música contemporânea dos Estados Unidos e habitar a discoteca de milhares de ouvintes em todo o mundo. Isso é o que interessa.