sábado, 12 de dezembro de 2020

JazzTimes aponta os 100 melhores discos das últimas cinco décadas


A revista norte-american JazzTimes completa 50 anos em 2020. Ao lado da octogenária DownBeat, a JazzTimes é uma das mais importantes e influentes publicações de jazz.

A publicação nasceu da cabeça de Ira Sabin, um baterista que tinha uma loja de disco na capital Washington (EUA). Inicialmente era um folheto distribuído ao clientes com lançamentos de discos e cupons de desconto. Com o tempo, a publicação virou um tablóide e seu nome mudou para Radio Free Jazz e, finalmente, JazzTimes.

Desde então, todos os grandes nomes do jazz já estiveram na capa da revista. De Miles Davis a Esperanza Spalding, de Charles Lloyd a Joshua Redman. Com uma bela diagramação e grandes matérias, a revista se consolidou entre os fãs de jazz e ganhou a admiração dos músicos e da indpustria fonográfica, que na década de 1990 investia pesado na publicidade de seus artistas.

Para comemorar o seu jubileu de ouro, a edição de dezembro de 2020 (foto) da revista traz dois top 50 com discos escolhidos entre seus leitores e outro por críticos de jazz. A diferença destas listas para tantas outras espalhadas por aí, é que a revista pediu a seus eleitores (críticos e leitores), que escolhecem o disco que mais gostavam em cada uma das últimas cinco décadas, a partir de 1970, ano de nascimento da JazzTimes. Com isso, o top 50 tem exatamente dez discos de cada uma das cinco últimas décadas. Outra informação importante, é que, pelo menos para os leitores que votaram pelo site da revista, havia uma lista prévia com cerca de 100 discos, a maioria deles tinha aparecido nas páginas da revista na seção de críticas de CDs.

Ao vermos a escolha dos leitores, fica evidente a onipresença do guitarrista Pat Metheny (foto abaixo), que aparece com discos nas cinco décadas. É o único artista que conseguiu esse feito. Na década de 1980, entre os dez discos escolhidos pelos leitores, três são do guitarrista. Por outro lado, também salta aos olhos a não inclusão da cantora canadense Diana Krall, uma das mais populares artistas de jazz entre as décadas de 1990 e 2000. Outro destaque é o pianista Brad Mehldau, que aparece com discos nas últimas três décadas, ou seja, desde o seu aparecimento no mercado fonográfico.

Na lista dos críticos, como de costume, aparecem músicos menos populares entre os leitores, como Charles Lloyd, Andrew Hill, John Zorn e Vijay Iyer. Causa estranheza não encontrar discos da arranjadora Maria Schneider e sua orquesta na lista dos críticos, mas ela aparece top 10 de discos da década de 2010 dos leitores.

Em linhas gerais, todos os grandes nomes das últimas cinco décadas estão representados aqui, entre eles, Miles Davis, Wayne Shorter, Herbie Hancock, Michael Brecker, Keith Jarrett, Dave Holland, Wynton Marsalis, Jaco Pastorius, Charlie Haden, Cassandra Wilson, Weather Report, Chick Corea, Joe Henderson, Joe Lovano, Sonny Rollins e Esperanza Spalding.

Abaixo você encontra os dois ranking completos eleitos pelos leitores da revista, que tiveram a oportunidade de votar pelo site da revista, e pelos críticos e especialistas, que tiveram liberdade de apontar discos de diferentes movimentos do jazz.


2010: LEITORES

Kamasi Washington: The Epic
Wayne Shorter Quartet: Without a Net
Esperanza Spalding: Radio Music Society
Brian Blade & the Fellowship Band: Landmarks (empate)
Keith Jarrett & Charlie Haden: Jasmine (empate)
Maria Schneider Orchestra: The Thompson Fields
Pat Metheny: Unity Band
Ambrose Akinmusire: When the Heart Emerges Glistening
Wayne Shorter: Emanon
Kurt Rosenwinkel: Star of Jupiter
Brad Mehldau Trio: Ode

2000: LEITORES

Kurt Rosenwinkel: The Next Step
Wayne Shorter: Footprints Live!
Brian Blade Fellowship: Perceptual
Herbie Hancock, Michael Brecker, Roy Hargrove: Directions in Music: Live at Massey Hall
Pat Metheny Group: The Way Up
Dave Holland Quintet: Prime Directive
Kurt Rosenwinkel: Heartcore
Brad Mehldau: Largo
Norah Jones: Come Away With Me
Herbie Hancock: River: The Joni Letters

1990: LEITOR

Joe Henderson: Lush Life: The Music of Billy Strayhorn
Pat Metheny, Dave Holland, Roy Haynes: Question and Answer
Stan Getz, Kenny Barron: People Time
Charlie Haden & Pat Metheny: Beyond the Missouri Sky (Short Stories)
Joe Henderson: So Near, So Far (Musings for Miles)
Cassandra Wilson: Blue Light 'Til Dawn
Herbie Hancock, Wayne Shorter, Ron Car
ter, Wallace Roney, Tony Williams: A Tribute to Miles
Brad Mehldau: Songs: The Art of the Trio V
olume Three
Shirley Horn: Here's to Life
Michael Brecker: Tales from the Hudson

1980: LEITORES

Pat Metheny: 80/81
Keith Jarrett: Standards, Vol. 1
Miles Davis: Tutu
Pat Metheny Group: Still Life (Talking)
Jaco Pastorius: Word of Mouth
Grover Washington, Jr..: Winelight
Michael Brecker: Michael Brecker
Pat Metheny Group: First Circle
Al Di Meola, John McLaughlin, Paco de Lucía: Friday Night in San Francisco
Bob James, David Sanborn: Double Vision

1970: LEITORES

Miles Davis: Bitches Brew
Herbie Hancock: Head Hunters
Chick Corea: Return to Forever
Keith Jarrett: The Köln Concert
Weather Report: Heavy Weather
Pat Metheny: Bright Size Life
Freddie Hubbard: Red Clay
Jaco Pastorius: Jaco Pastorius
Miles Davis: A Tribute to Jack Johnson
Weather Report: Weather Report

2010: CRÍTICOS

Terri Lyne Carrington: The Mosaic Project (Concord Jazz, 2011)
Esperanza Spalding: Radio Music Society (Heads Up/Concord, 2002)
Wayne Shorter Quartet: Without a Net (Blue Note, 2013)
Chick Corea Trio: Trilogy (Stretch/Concord Jazz, 2014)
Kamasi Washington: The Epic (Brainfeeder, 2015)
Aziza: Aziza (Dare2, 2016)
Gregory Porter: Take Me to the Alley (Blue Note, 2016)
Vijay Iyer Sextet: Far from Over (ECM, 2017)
Cécile McLorin Salvant: The Window (Mack Avenue, 2018)
Branford Marsalis Quartet: The Secret Between the Shadow and the Soul (Marsalis/OKeh, 2019)

2000: CRÍTICOS

Andrew Hill: Dusk (Palmetto, 2000)
Jason Moran: Black Stars (Blue Note, 2001)
Wayne Shorter: Footprints Live! (Verve, 2002)
Don Byron: Ivey-Divey (Blue Note, 2004)
Sonny Rollins: Without a Song: The 9/11 Concert (Milestone, 2005)
Michael Brecker: Pilgrimage (Heads Up/Concord, 2007)
Roy Hargrove: Earfood (EmArcy/Decca, 2008)
Charles Lloyd Quartet: Rabo de Nube (ECM, 2008)
Joe Lovano Us Five: Folk Art (Blue Note, 2009)
Miguel Zenón: Esta Plena (Marsalis, 2009)

1990: CRÍTICOS

John Zorn: Naked City (Elektra/Nonesuch, 1990)
Stan Getz, Kenny Barron: People Time (Verve, 1992)
Don Byron: Tuskegee Experiments (Nonesuch, 1992
Shirley Horn: Here's to Life (Verve, 1992)
Henry Threadgill: Too Much Sugar for a Dime (Axiom, 1993)
Cassandra Wilson: Blue Light 'Til Dawn (Blue Note, 1993)
Joshua Redman: MoodSwing (Warner Bros., 1994)
Charlie Haden, Hank Jones: Steal Away (Verve, 1995)
Diana Krall: Love Scenes (GRP/Impulse!, 1997)
Brad Mehldau: Songs: The Art of the Trio Volume Three (Warner Bros., 1998)

1980: CRÍTICOS

Pat Metheny: 80/81 (ECM, 1980)
Joe Henderson: Mirror Mirror (MPS, 1980)
Jaco Pastorius: Word of Mouth (Warner Bros., 1981)
Herbie Hancock: Future Shock (Columbia, 1983)
Jack DeJohnette's Special Edition: Album Album (ECM, 1984)
Wynton Marsalis: Black Codes (From the Underground) (Columbia, 1985)
Miles Davis: Tutu (Warner Bros., 1986)
Michael Brecker: Michael Brecker (MCA/Impulse!, 1987)
Betty Carter: Look What I Got! (Bet-Car/Verve, 1988)
World Saxophone Quartet: Rhythm and Blues (Elektra, 1989)

1970: CRÍTICOS

Miles Davis: Bitches Brew (Columbia, 1970)
Freddie Hubbard: Red Clay (CTI, 1970)
The Mahavishnu Orchestra: The Inner Mounting Flame (Columbia, 1971)
Chick Corea: Return to Forever (ECM, 1972)
David Holland Quartet: Conference of the Birds (ECM, 1973)
Keith Jarrett: The Köln Concert (ECM, 1975)
Wayne Shorter: Native Dancer (Columbia, 1975)
Pat Metheny: Bright Size Life (ECM, 1976)
Weather Report: Heavy Weather (Columbia, 1977)



Capas da revista JazzTimes


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sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

100 vezes Dave Brubeck


Em 2020, o mundo do jazz reverencia o pianista norte-americano Dave Brubeck por seu centenário. Ele nasceu em 6 de dezembro de 1920 e morreu em 5 de dezembro de 2012. A primeira imagem que vem a nossa cabeça ao ouvir o nome do pianista é a música "Take Five" e o disco Time Out (1959).

A força da composição do saxofonista Paul Desmond, membro do quarteto de Brubeck entre as décadas de 1950 e 1970, e a ruptura musical proporcionado por Time Out são um legado histórico, não apenas para o jazz, mas para a produção musical no século XX.

Na contra-capa original de Time Out, o texto escrito por Steve Race tenta "explicar" o que o ouvinte vai encontrar ao colocar em sua vitrola o disco de Bruceck. De forma didática, Steve diz que "Brubeck mescla três culturas em seu novo disco: o formalismo da música clássica ocidental, a liberdade de improvisação jazzística e a pulsação, frequetemente complexa, da música folclórica africana".

A explicação deixará a ouvinte um tanto curioso, mas também fazer com que o consumidor prefira comprar um outro disco. Independentemente das "orientações" que vêm junto com o álbum, tudo fica muito claro ao ouvir "Take Five", que utiliza o compasso 5/4 ao invés do tradicional 4/4. Isso sem falar em "Blue Rondo a la Turk", que é interpretada no compasso 9/8. Mas o que faz esse disco um marco na história do jazz, além de tudo o que você acabou de ler, é a perfeita sintonia do quarteto comandado por Brubeck. Além de Desmond no sax, o grupo é formado por Joe Morello (bateria) e Eugene Wright (baixo).

É claro que resumir uma carreira de seis décadas a um único disco é muito pouco. Brubeck gravou com os grandes do jazz, entre eles, Gerry Mulligan, Louis Armstrong e Carmen McRae, foi um ativista dos direitos humanos e um dos primeiros músicos a se rebelar contra o racismo. Apesar da importância de seu legado, Brubeck foi visto como um improvisador "pouco talentoso" por alguns estudiosos. Mas isso nunca foi um problema para ele e, muito menos, para o seu público.

A longevidade de sua carreira o premitiu vivenciar diferentes momentos e movimentos do jazz. Mesmo assim, o toque de Brubeck se manteve fiel ao seu estilo e ao seu executor.


Além das homenagens por seu centenario, o fã do pianista também terá a oportunidade de colocar suas mãos no disco Time Outtakes, que traz versões não usadas durante as gravações do álbum Time Out, além das inéditas "I‘m in a Dancing Mood" e "Watusi Jam". Os temas "Pick Up Sticks" e "Everybody’s Jumpin", que estão em Time Out, não aparecem nesta nova versão por terem sido gravadas de primeira, ou seja, não há uma segunda versão executada durante as gravações do álbum.

Outro lançamento é Lullabies, gravado originalmente pelo pianista em 1990, com canções de ninar tocadas por Brubeck especialmente para os seus netos. O disco inédito foI um presente do músico aos netos. Por último, o livro do jornalsta britânico Philip Clark chamado Dave Brubeck: A Life In Time, uma biografia do pianista lançada em fevereiro de 2020. Clark manteve contato com Brubeck na última década de sua vida e teve acesso a arquivos pessoais do músico. Com isso, o livro traz deliciosas histórias sobre sua carreira e os bastidores de gravações e turnês.

Nos vídeos abaixo você tem uma pequena amostra do que foi e é a obra de Dave Brubeck. O último vídeo traz na íntegra o disco Park Avenue South, gravado ao vivo em 2003, em Nova York. Esse é o meu disco preferido do pianista. Confira.















terça-feira, 24 de novembro de 2020

Grammy 2021: os indicados

Os indicados para a 63ª edição do Grammy foram divulgados no dia 24 de novembro. São mais de 100 categorias e os artistas de r&b, rap e soul dominam as catergorias principais, entre eles, Beyonce, Jhene Aiko, Drake, Black Pumas, Roddy Ricch, H.E.R. e Doja Cat. A cerimônia de premiação acontece no dia 31 de janeiro.

Nas categorias de jazz, o veterano Chick Corea está no páreo novamente com duas indicações. Na categoria melhor gravação, ele concorre pela música "All Blues".

A música faz parte do disco Trilogy 2, no qual o pianista é acompanhado por Christian McBride (baixo) e Brian Blade (bateria). A segunda indicação é de melhor álbum de jazz, por esse mesmo disco.


Na categoria melhor disco de jazz vocal, os destaques são a parceria do cantor Kurt Elling e o pianista Danilo Pérez, com o disco Secrets Are the Best Stories, e a jovem cantora Thana Alexa, com o disco Ona. Na categoria melhor disco vocal pop tradicional, estão o cantor Harry Connick Jr, com seu tributo a Cole Porter (True Love: A Clebration of Cole Porter), e o cantor Daniel Tashian em parceria com o compositor Burt Bacharach (Blue Umbrella).

Na categoria melhor disco de jazz, além do trio de Chick Corea, estão na corrida pelo Grammy o pianista Gerald Clayton, a baretista Terri Lyne Carrington, o trompetista Ambrose Akinmusire e o disco do "super quarteto" formado por Joshua Redman, Brad Mehldau Christian McBride e Brian Blade, com o álbum RoundAgain.

O violonista brasileiro Chico Pinheiro foi indicado na categoria melhor disco de jazz latino, com o álbum City of Dreams.

Pinheiro vai concorrer com nomes de peso do jazz latino, entre eles, o percussionista Poncho Sanchez e os pianistas Gonzalo Rubalcaba e Arturo O'Farrill.




O Brasil também está na disputa com a cantora Bebel Gilberto, na categoria melhor disco de música global, que antigamente era chamado de world music, com o álbum Agora. Entra as concorrentes de Bebel está a citarista Anoushka Shankar, que nasceu nos Estados Unidos, mas é de origem indiana. Anoushka é filha do músico Ravi Shankar, um dos mais famosos músicos indianos da história e também citarista.

OS INDICADOS:


Improviso jazz solo (gravação)


GUINEVERE
Christian Scott Atunde Adjuah, solista
Disco: Axiom

PACHAMAMA
Regina Carter, solista
Disco: Ona (Thana Alexa)

TOMORROW IS THE QUESTION
Julian Lage, solista
Disco: Love Hurts

CELIA
Gerald Clayton, solista
Disco: Happening: Live at the Village Vanguard

ALL BLUES
Chick Corea, solista
Disco: Trilogy 2 (Chick Corea, Christian McBride & Brian Blade)

MOE HONK
Joshua Redman, solista
Disco: RoundAgain (Redman Mehldau McBride Blade)

Disco de jazz vocal


ONA
Thana Alexa

SECRETS ARE THE BEST STORIES
Kurt Elling Featuring Danilo Pérez

MODERN ANCESTORS
Carmen Lundy

HOLY ROOM: LIVE AT ALTE OPER
Somi With Frankfurt Radio Big Band

WHAT'S THE HURRY
Kenny Washington

Disco de jazz instrumental


ON THE TENDER SPOT OF EVERY CALLOUSED MOMENT
Ambrose Akinmusire

WAITING GAME
Terri Lyne Carrington And Social Science

HAPPENING: LIVE AT THE VILLAGE VANGUARD
Gerald Clayton

TRILOGY 2
Chick Corea, Christian McBride & Brian Blade

ROUNDAGAIN
Redman Mehldau McBride Blade

Disco de jazz com orquestra


DIALOGUES ON RACE
Gregg August

MONK'ESTRA PLAYS JOHN BEASLEY
John Beasley

THE INTANGIBLE BETWEEN
Orrin Evans And The Captain Black Big Band

SONGS YOU LIKE A LOT
John Hollenbeck With Theo Bleckmann, Kate McGarry, Gary Versace And The Frankfurt Radio Big Band

DATA LORDS
Maria Schneider Orchestra

Disco de jazz latino


TRADICIONES
Afro-Peruvian Jazz Orchestra

FOUR QUESTIONS
Arturo O'Farrill & The Afro Latin Jazz Orchestra

CITY OF DREAMS
Chico Pinheiro

VIENTO Y TIEMPO - LIVE AT BLUE NOTE TOKYO
Gonzalo Rubalcaba & Aymée Nuviola

TRANE'S DELIGHT
Poncho Sanchez





















segunda-feira, 12 de outubro de 2020

DownBeat profetiza a nova década do jazz

Em julho de 2016 a revista DownBeat, publicação mais tradicional sobre jazz, estampou em sua capa o saxofonista Kamasi Washington. O motivo da escolha de Washington foi uma matéria chamada "25 for the Future", que trazia o nome de 25 novos jazzistas que a revista apostava como as principais promessas do jazz para os próximos anos.

É claro que em um exercício de futurologia, sempre pode acontecer alguns erros. Afinal, tudo não passa de uma aposta. Por outro lado, as apostas de uma revista com 80 anos de tradição devem ser, pelo menos, respeitadas. Além do saxofonista, nomes como Gerald Clayton (pianista) e Cyrille Aimée (cantora) também apareceram na lista. Saiba mais clicando aqui.

Agora, quatro anos depois, mais uma vez, a revista volta ao tema e "arrisca" o nome de 25 novas promessas do jazz.


Como aconteceu anteriormente, a DownBeat aponta os jazzistas que já estão de algum modo se destacando e garantindo espaço em um mercado cada vez mais pulverizado e democrático. Com a entrada das redes sociais e o enfraquecimento da indústria fonográfica, a chance de se tornar um músico de sucesso está praticamente igual para todos.

Não fica claro o motivo da escolha da cantora Veronica Swift na capa da edição de novembro de 2020, mas é sabido que ela está entre os indicados pela revista como músicos inventivos, ávidos por criar boa música e, acima de tudo, jovens talentosos que desejam disseminar sua arte nos quatro cantos do planeta. Se isso vai acontecer, saberemos em breve. Mas eles saem na frente com esse "empurrãozinho", não é mesmo? Você pode ler aqui a íntegra da revista com essa reportagem.

Abaixo estão os nomes dos 25 jazzistas apontados pela revista. Para saber mais sobre cada um deles, basta clicar em seus nomes. Todos eles estão com links para os sites oficiais ou de seus redes sociais. No final da lista há vídeos de shows na íntegra da saxofonista Camille Thurman, da cantora Veronica Swift, do trompetista Theo Crokerr, entre outros.

Veronica Swift (cantora)

Shabaka Hutchings (saxofonista)

Jazzmeia Horn (cantora)

Christian Sands (pianista)

Camila Meza (cantora-guitarrista)

Nduduzo Makhathini (pianista)

Nubya Garcia (saxofonista)

Makaya McCraven (baterista)

Lakecia Benjamin (saxofonista)

Morgan Guerin (saxofonista)

Junius Paul (baixista)

Yazz Ahmed (trompetista)

James Francies (pianista)

Kuba Więcek (saxofonista)

Fabian Almazan (pianista)

Theo Croker (trompetista)

Jimmy Macbride (baterista)

Camille Thurman (saxofonista)

Alfredo Rodríguez (pianista)

Hedvig Mollestad (guitarrista)

Adam O’Farrill (trompetista)

Tomeka Reid (violoncelista)

Luke Stewart (baixista)

Yussef Daye (baterista)

Joel Ross (vibrafonista)



















sexta-feira, 25 de setembro de 2020

The Bad Plus - Give

Por 14 anos o Guia de Jazz esteve no ar com a missão de aproximar os internautas ao jazz. Um dos tópicos mais visitados era o de dicas de CDs, no qual dezenas de discos eram indicados e resenhados por mim.

Infelizmente, com o fim do site em setembro de 2015, todo esse acervo foi "perdido". Mas não totalmente perdido.

Além do livro Jazz ao Seu Alcance, que traz todo o conteúdo do guia, você encontrará quinzenalmente neste blog algumas dicas de CDs publicadas anteriormente no site Guia de Jazz.

Sempre que possível, ao final de cada resenha você encontrará vídeos do Youtube com algumas faixas do disco indicado para escutar. Boa leitura e audição. Veja outras dicas de CDs aqui

The Bad Plus - Give (2004)


Parece uma tarefa fácil, mas às vezes escrever sobre alguns CDs pode se tornar tão espinhoso como prestar vestibular. Isso se encaixa bem para o disco do trio norte-americano The Bad Plus, Give.

Desde seu primeiro trabalho, que trazia uma versão de “Smells Like Teen Spirit”, do Nirvana, o trio formado pelo pianista Ethan Iverson, o baixista Reid Anderson e o baterista David King vem conquistando elogios de toda a crítica especializada e do público que tem a oportunidade de vê-los em ação. Não é possível rotular o som do grupo, mas é certo afirmar que depois dele o jazz nunca mais foi o mesmo.

Para comprovar isto é só escutar a versão impensável da clássica “Iron Man”, do Black Sabbath ainda nos tempos de Ozzy Osbourne. A bateria forte de King e o piano desconcertante de Iverson deixam claro que os rapazes não estão para brincadeira. Em outros dois covers “Velouria”, dos Pixies, e “Street Woman”, de Ornette Coleman, o ouvinte terá a prova definitiva da diversidade musical do trio.

Produzido por Tchad Blake, que trabalhou com Pearl Jam e Peter Gabriel, o CD também traz composições bens distintas dos três músicos. Iverson pariu “Cheney Piñata” e “Do Your Sums Die”; King, responsável pelo som sujo do disco, contribuiu com três músicas, com destaque para “Layin a Strip for the Higher-Self State”, que parece trazer uma pitada do jazz de Nova Orleans.

Já Anderson, que parece ter um papel secundário, mas é essencial no som do grupo, vem com as faixas mais simples para ouvir, entre elas a singela “Nepture” e a quase pop “Dirty Blonde”.

O Bad Plus teve a coragem de remar contra a maré e acabou conquistando alguns milhares de tripulantes para acompanhá-los. Mas cuidado ao ouvir Give, pois marinheiro de primeira viagem pode se afogar neste mosaico musical.









Músicas


1979 Semi-Finalist
Cheney Piñata
Street Woman
And Here We Test Our Powers Of Observation
Frog And Toad
Velouria
Layin' A Strip For The Higher-Self State Line
Do Your Sums - Die Like A Dog - Play For Home
Dirty Blonde
Neptune (The Planet)
Iron Man

terça-feira, 8 de setembro de 2020

90 primaveras de Sonny Rollins

Sonny Rollins é um dos últimos de sua geração ainda vivo. É claro que agora muito menos produtivo, mas é compreensível após uma carreira de seis décadas. Curioso é notar que o saxofonista sempre é lembrado por sua trajetória, mas nenhum dos seus discos é festejado como acontece com álbuns de Miles Davis, Dave Brubeck, Charles Mingus, Herbie Hancock ou Louis Armstrong. No último dia 7 de setembro, Rollins completou 90 anos de idade.

A exceção é o disco Saxophone Colossus (1956), que traz a música "St. Thomas", com uma pegada calipso, e o trio composto por Tommy Flanagan (piano), Doug Watkins (baixo) e Max Roach (bateria). Apesar da ser ovacionado como um álbum importante de sua discografia, nenhum disco de Rollins é mais impactante que A Night At The Village Vanguard (1957).


Rollins é homenageado pelo presidente Barack Obama, em 2011


Foi a primeira vez de Rollins no Village, uma das mais importantes casa de jazz do mundo e que até hoje funciona na cidade de Nova York. Na ocasião, o jovem Rollins, com 26 anos de idade, ficou uma semana tocando no clube. Os registros do disco trazem duas formações: a principal com Wilbur Ware (bass) e Elvin Jones (bateria) e a "alternativa", com Donald Bailey (baixo) e Pete La Roca (bateria).

A formação de um trio sem o piano, que invitavelmente rouba a cena em um trio ou quarteto de jazz, faz toda a diferença nessa apresntação. O sax de Rollins está inteiro e brilhante. As frases tocadas em clássicos como "A Night In Tunisia" e "I Can’t Get Started" estão todas lá, sempre com a genialidade e o improviso do músico.


Rollins tem 7 décadas de vida dedicada ao jazz

Outro disco que é fundamental em sua carreira é The Bridge (62), em parceria com o guitarrista Jim Hall. Mais uma vez, o piano não foi escalado, e não fez falta com a presença sempre lúcida de Hall. O disco tem um ritmo mais agitado, com uma fusão muito oportuna entre sax e guitarra. O disco também marca o retorno de Rollins ao mercado fonográfico. Ele ficou três anos "apenas praticando" seu sax e procurando novos caminhos para a sua arte. Saiba mais sobre este período sabático do músico clicando Aqui

Ouça o podcast sobre o saxofonista Sonny Rollins:



Por fim, o álbum Without a Song: The 9/11 Concert (2005), gravado ao vivo em Boston. O disco tem um forte componente emocional, pois foi gravado quatro dias após os atentados de 11 de setembro de 2001, quando aviões se chocaram com as Torres Gêmeas, na cidade de Nova York. Rollins morava próximo ao local do atentado quando tudo aconteceu e chegou a pensar em adiar a apresentação. Mas felizmente o concerto aconteceu e trouxe Rollins em ótima forma, acompanhado dos músicos que gravaram um ano antes o disco This Is What I Do, premiado com o Grammy de melhor disco de jazz.

Em 2011, o músico foi homenageado pelo governo dos Estados Unidos com o prêmio Kennedy Center Honors, oferecido aos mais distintos campos das artes (cinema, música, literatura, dança e artes plásticas). Na ocasião, coube ao presidente Barack Obama fazer os discurso sobre a importância de Rollins para a cultura dos Estados Unidos e o jazz. Quatro anos antes, o saxofonista já tinha ganhado o prêmio Polar Music Prize, oferecido pelo governo da Suécia.

Where or When (do disco Without a Song: The 9/11 Concert)



A Night At The Village Vanguard (lado B)



A Night At The Village Vanguard (lado A)



The Bridge



Way Out West



Munique 1992



Viena 2011



65 & 68



Homenagem no Kennedy Center Honors



Prêmio Polar Music

quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Dívida do Brasil com Laurindo Almeida ainda não foi paga



E lá se vão 25 anos sem a presença física do violonista brasileiro Laurindo Almeida, que morreu em 26 de julho de 1995, aos 77 anos. Radicado nos Estados Unidos desde o fim da década de 1940, o músico nascido em Miracatu (SP) é até hoje o artista brasileiro mais bem sucedido no exterior, superando até mesmo Tom Jobim.
Laurindo é um dos mais respeitados violonistas de todos os tempos

No currículo, o violonista tem cinco prêmios Grammy e um Oscar pela trilha sonora do curta de animação The Magic Pear Tree (1968). Sim, quando falarem que o Brasil nunca ganhou um Oscar, encha os pulmões e grite: "É mentira". Laurindo esteve envolvido em centenas de trilhas sonoras de filme nos Estados Unidos, entre 1947 e 1992, com destaque para os filmes Viva Zapata (1952), Os Dez Mandamentos (1956), O Velho e o Mar (1958), Spartacus (1960), O Poderoso Chefão (1972) e os Imperdoáveis (1992).

Antes de partir para o exterior, deixou sua marca no Brasil trabalhando na rádio Mayrink Veiga e no casino da Urca, na cidade do Rio de Janeiro. Também gravou com os compositores Radamés Gnattali e Heitor Villa-Lobos, o violonista Garot e a cantora Carmen Miranda.
Disco gravado ao lado de Ray Brown, Bud Shank e Shelly Manne


Para muitos, Laurindo foi o "pai" da bossa nova, pois ele já misturava a música brasileira e o jazz antes da invasão da música brasileira nos Estados Unidos, no início da década de 1960. O disco Guitar From Ipanema (1964) ficou com o Grammy de melhor execução de jazz.

Mas a história do músico com o jazz começou assim que chegou aos Estados Unidos, com o emprego na orquestra de Stan Kenton. Dai por diante, o músico nunca mais parou. Foram quatro décadas de uma produção sem pausa. Além de centenas de trilhas sonoras, ele gravou uma outra centena de discos solos.

Em 1958, ele foi capa da revista de jazz Downbeat e ganhou na votação da revista o prêmio de melhor guitarrista do ano. Aé hoje, ele é o único músico brasileiro a estampar a capa desta publicação, que tem 85 anos de história.

Laurindo na capa da revista Downbeat, em 1958


Destaque também para o disco ao lado do Modern Jazz Quartet, a parceria com o violonista Charlie Byrd e os trabalhos com o quarteto The L. A. Four, que era composto pelo violonista brasileiro, Ray Brown (baixo), Shelly Manne (bateria) e Bud Shank (sax e flauta). O grupo gravou dez discos entre 1974 e 1982, todos pela gravadora de jazz Concord. Manne e Shank foram companheiros do brasileiro na orquestra de Kenton.

Abaixo você encontra vários vídeos que mostram momentos distintos da carreira do violonista. Destaque para o primeiro vídeo, o dcoumentário Laurindo Almeida - Muito Prazer, que mostra com detalhes a rica trajetória do músico no Brasil e no exterior. Para saber mais detalhes sobre a vida de Laurindo, clique aqui e lei o dissertação do pesquisador Alexandre Francischini, publicado em 2009, pela editora UNESP.

Documentário: Laurindo Almeida - Muito Prazer



Laurindo e Irene Krall



Carinhoso




Modern Jazz Quartet



Alemanha 1992



Laurindo e Modern Jazz Quartet



Laurindo & Tania Maria



The L.A. Four



Curta-metragem The Magic Pear Tree

domingo, 30 de agosto de 2020

@guiadejazz no Twitter



Entre tantas redes sociais disponíveis, a que mais me identifico é o Twitter. É claro que cada site tem o seu atrativo e a sua marca registrada, mas o Twitter tem uma simplicidade e uma agilidade que superam as outras plataformas. Por isso é a minha rede social mais ativa. 

Sempre que há algo interessante para noticiar ou alguma curiosidade sobre jazz ou música brasileira que desejo compartilhar com todos, uso o Twitter. Abaixo está uma "janela" com o meu Twiter "oficial" chamado @guiadejazz, que tenho desde maio de 2009. Espero que goste e se inscreva para acompanhar sempre minhas postagens.






sexta-feira, 28 de agosto de 2020

100 x Charlie Parker

Em 2020, mais especificamente em 29 de agosto, o mundo do jazz comemora o centenário de Charlie Parker, considerado um dos cinco mais importantes jazzistas de todos os tempos. Apesar de ter vivido apenas 34 anos, o saxofonista é uma fonte de inspiração para qualquer músico de jazz. Ao lado de Dizzy Gillespie e Thelonoius Monk, criou uma nova maneira de tocar jazz, o bebop, que trouxe uma liberdade nunca antes experimentada pelos músicos de jazz.

Charlie Parker e Miles Davis gravaram juntos pela primeira vez em 1947


Isso aconteceu na década de 1940 e, até hoje, o furação Bird (como também era conhecido) continua no imaginário dos fãs de jazz e dos músicos que não cansam de reverenciar este verdadeiro gênio, que morreu em 12 de março de 1955. Para conhecer mais sobre a vida do saxofonista, não deixe de assistir ao filme Bird, estrelado por Forest Whitaker e dirigido por Clint Eastwood, em 1988. Saiba mais sobre a vida do músico clicando aqui .

No link abaixo você encontro o podcast produzido pelo site Straight No Chaser, com uma bela seleção de gravações do músico, entre elas, os temas "Hot House", "Ornithology", "Ah-Leu-Cha" e "Ko-Ko".




Vídeo mostra a trajetória do saxofonista



Trailer do filme Bird, de 1988, dirigido por Clint Eastwood



Disco gravado no Town Hall, em 1945, na cidade de Nova York, com Dizzy Gillespie



Álbum de Parker acompanhado por orquestra de cordas e produzido por Norman Granz

quarta-feira, 27 de maio de 2020

Dee Dee Bridgewater - Eleanora Fagan (1915-1959): To Billie With Love From Dee Dee

Por 14 anos o Guia de Jazz esteve no ar com a missão de aproximar os internautas ao jazz. Um dos tópicos mais visitados era o de dicas de CDs, no qual dezenas de discos eram indicados e resenhados por mim.

Infelizmente, com o fim do site em setembro de 2015, todo esse acervo foi "perdido". Mas não totalmente perdido.

Além do livro Jazz ao Seu Alcance, que traz todo o conteúdo do guia, você encontrará quinzenalmente neste blog algumas dicas de CDs publicadas anteriormente no site Guia de Jazz.

Sempre que possível, ao final de cada resenha você encontrará vídeos do Youtube com algumas faixas do disco indicado para escutar. Boa leitura e audição. Veja outras dicas de CDs aqui

Dee Dee Bridgewater - To Billie With Love From Dee Dee (2010)

Faz muito tempo que acompanho a veterana cantora Dee Dee Bridgewater, mas nunca “consegui” escrever algo sobre ela. Não há um motivo claro para que isso tenha ocorrido. Simplesmente não aconteceu. Mas essa situação sempre me incomodou, já que estamos falando de uma intérprete com quase 40 anos de carreira e uma discografia com grandes álbuns, entre eles tributos à Ella Fitzgerald, Horace Silver e a Duke Ellington.

Dee Dee não é apenas mais uma cantora de jazz. Basta ouvir os discos Just Family (78) e Bad for Me (79). Nesta época, ela flertava com a soul music. No início dos anos 70, cantou em musicais da Broadway e chegou a ganhar o Oscar dos musicais.

Mas sua carreira jazzística começou a decolar nos anos 90, quando foi contratada pela gravadora Verve e comparada a Ella Fitzgerald. São desta época os discos Dear Ella, tributo à Ella que ficou com o Grammy de melhor disco vocal em 1997, e Love & Peace (95), com composições do pianista Horace Silver.

Apesar de todo esse currículo, só tomei coragem de indicar um disco da cantora após vê-la ao vivo. Que experiência arrebatadora. Em 2011, Dee Dee esteve no Brasil com a turnê do disco Eleanora Fagan (1915-1959): To Billie With Love From Dee Dee, no qual interpreta canções da carreira de Billie Holiday, acompanhada de um quarteto. Em 2010, o disco ficou com o Grammy de melhor disco vocal de jazz.

Após duas horas de show, a única coisa que eu queria fazer, além de continuar escutando Dee Dee, era escrever algo sobre aquela cantora que tinha acabado de me deixar sem palavra, uma ironia para um jornalista. A homenagem à Billie não poderia ter sido mais feliz. O repertório, os arranjos, os músicos e, é claro, a maturidade de uma cantora com 60 anos de idade e quatro décadas de estrada fizeram deste disco um título obrigatório.

O CD abre com a clássica “Lady Sings the Blues”. Na sequência, você encontra “All of Me”, com direito a marca registrada de Dee Dee, o scat, e a introspectiva “Good Morning Heartache”. Em “Lover Man”, a cantora abre espaço para o solo do pianista porto-riquenho Edsel Gomez.

Na deliciosa “Fine and Mellow”, Dee Dee e o saxofonista James Carter, presente em quase todas as faixas do disco, dão um banho de sensualidade e conquistam o ouvinte de vez. Como brinde, você ainda leva “God Bless the Child”, “Foggy Day” e a melancólica “Don’t Explain”, na qual Billie conta a história de uma mulher traída e resignada.







quarta-feira, 20 de maio de 2020

2020 JJA Jazz Awards - Os vencedores

Os vencedores da 25ª edição do Jazz Journalists Association Jazz Awards foram divulgados no dia 20 de maio. Considerado um dos mais importantes prêmios do jazz, a associação é composta por jornalistas especializados de diversos veículos de comunicação.

Entre os prêmios mais cobiçados estão o Lifetime Achievement in Jazz, uma espécie de prêmio pelo conjunto da obra, e o de artista do ano e disco do ano.

Neste ano, a maior honraria ficou com a veterana pianista Carla Bley (foto), que tem uma carreira de seis décadas. Carla completou 82 anos de idade no dia 11 de maio. O prêmio de Lifetime Achievement ficou em muito boas mãos. Em 2019, quem levou esse prêmio foi o pianista AHmad Jamal, e em 2018 ficou com o saxofonista Benny Golson.

O prêmio de artista do ano ficou com a baterista Terri Lyne Carrington, e o de disco do ano foi para o saxofonista Branford Marsalis, com o álbum The Secret Between the Shadow and the Soul.

A gravadora alemã ECM ficou pelo segundo ano consecutivo com o prêmio de melhor gravadora. Quem também repetiu o prêmio de 2019 forma o cantor Kurt Elling, a cantora Cécile McLorin Salvant, o guitarrista Bill Frisell, o trombonista Wycliffe Gordon, a clarinetista Anat Cohen e o saxofonista tenor Chris Portter. Clique aqui para ver todos os vencedores do Jazz Journalists Association Jazz Awards na categoria melhor disco de jazz.






VEJA TODOS OS VENCEDORES ABAIXO:

Lifetime Achievement in Jazz
Carla Bley

Músico
Terri Lyne Carrington

Revelação
Lakecia Benjamin

Compositor
Kris Davis

Arranjador
Miguel Zenón

Record of the Year
The Secret Between the Shadow and the Soul
Branford Marsalis

Historical Record of the Year
Musical Prophet: The Expanded 1963 New York Studio Sessions
Eric Dolphy

Gravadora
ECM

Cantor
Kurt Elling

Cantora
Cécile McLorin Salvant

Big Band
Art Ensemble of Chicago 50th Anniversary

Conjunto
Allison Miller's Boom Tic Boom

Trompetista
Christian Scott aTundé Adjuah

Trombonista
Wycliffe Gordon

Metais
Joe Lovano

Saxofonista alto
Miguel Zenón

Saxofonista tenor
Chris Potter

Saxofonista barítono
Lauren Sevian

Saxofonista soprano
Jane Ira Bloom

Flautista
Nicole Mitchell

Clarinetista
Anat Cohen

Guitarrista
Bill Frisell

Pianistar
Kris Davis

Tecladista
Herbie Hancock

Baixista
Linda May Han Oh

Cordas
Tomeka Reid

Percussionista
Zakir Hussain

Vibrafonista
Joel Ross

Baterista
Terri Lyne Carrington

Outros instrumentos
Brandee Younger (harpa}

sexta-feira, 1 de maio de 2020

Dia Internacional do Jazz 2020

No dia 30 de abril de 2020, uma nova edição do International Jazz Day aconteceu. Desta vez, devido à pandemia do coronavírus, o evento foi online, ou seja, cada um na sua casa.

Pelo nono ano consecutivo, o lendário pianista Herbie Hancock foi o mestre de cerimônia, que contou com a participação de músicos de diversas nacionalidades.

O único brasileiro presente foi o baterista Kiko Freitas, que tocou via internet com o pianista norte-americano John Beasley e o saxofonista sueco Magnuns Lindgren.

Também se apresentaram virtualmente as cantoras norte-americanas Lizz Wright, Cécile McLorin Salvant e Jane Monheit, o guitarrista britânico John McLaughlin, o pianista chinês Lang Lang, os norte-americanos Marcus Miller (baixo), John Scofield (guitarra) e Elew )(piano) e os russos Igor Butman (sax) e Evgeny Pobozhiy (guitarra).

Com 2h de duração, o evento também trouxe apresentações de edições passadas do International Jazz Day. Entre os escolhidos estão as cantoras Aretha Franklin, Dianne Reeves, Angelique Kidjo e Dee Dee Bridgewater, o baixista Richard Bona e o trompetista Hugh Masekela.


Herbie Hancock apresentou o evento de sua casa


A última música apresentada foi "Imagine", de John Lennon, gravada na edição de 2019, em Melbourne, na Austrália, com a participação de Jane Monheit, Lizz Wright, Kurt Elling, Ledisi, Somi e o violonista brasileiro Chico Pinheiro.

Diversos eventos ao redor do mundo também festejaram a data. No Brasil, várias apresentações online aconteceram em cidades como Santos (SP), Tibau do Sul (RN), Pelotas (RS), Brasília (DF) e Belo Horizonte (MG). O festival BB Seguros de Blues e Jazz também fez parte da programação brasileira. O músico convidado foi o bandolinista Hamilton de Holanda.

Quem também deu sua contribuição foi o trio The 3 Cohens, formado pelos irmão Anat (clarinete), Yuval (sax) e Avishai (trompete). Cada um em sua casa, eles interpretaram o tema "Line Up", do pianista Lenny Tristano. Diretamente do Japão, o veterano pianista Makoto Ozone fez um concerto solo com 1h de duração interpretando temas como "One Note Samba" e "Sir. Duke". Abaixo você confere as duas apresentações.







Abaixo você encontra a íntegra da edição de 2020 e os vídeos de algumas edições passadas, que aconteceram em Melbourne-Sydney (2019), São Petersburgo-Rússia (2018), Havana-Cuba (2017), Washington-EUA (2016), Paris-França (2015), Osaka-Japão (2014), Istambul-Turquia (2013) e Paris-França (2012).













sábado, 28 de março de 2020

Kenny Barron & Charlie Haden - Night and the City

Por 14 anos o Guia de Jazz esteve no ar com a missão de aproximar os internautas ao jazz. Um dos tópicos mais visitados era o de dicas de CDs, no qual dezenas de discos eram indicados e resenhados por mim.

Infelizmente, com o fim do site em setembro de 2015, todo esse acervo foi "perdido". Mas não totalmente perdido.

Além do livro Jazz ao Seu Alcance, que traz todo o conteúdo do guia, você encontrará quinzenalmente neste blog algumas dicas de CDs publicadas anteriormente no site Guia de Jazz.

Sempre que possível, ao final de cada resenha você encontrará vídeos do Youtube com algumas faixas do disco indicado para escutar. Boa leitura e audição. Veja outras dicas de CDs aqui

Kenny Barron & Charlie Haden - Night and the City (1998)


A elegância de um álbum acústico e intimista muitas vezes consegue superar a gravação de um grupo com bateria, guitarra, sax e trompete. Somado a isso, imagine um disco gravado ao vivo em um pequeno clube de jazz com dois músicos exímios em plena sintonia e uma qualidade de gravação impecável.

Provavelmente, você dirá que tem pelo menos uma dezena de discos com essas características em sua discoteca. Pois bem, mas a pergunta chave vem agora: Por acaso você tem Night and the City, do pianista Kenny Barron e do baixista Charlie Haden?

Se a resposta for negativa, tudo bem, não é o fim do mundo, mas uma coleção de jazz nunca estará completa sem esse disco. Em resumo, vá comprá-lo. Por que comprá-lo? Além de tudo que já foi dito no início deste texto, não é todo dia que uma apresentação desta magnitude, gravada na casa nova-iorquina Iridium, em setembro de 1996, acontece e, além disso, é lançada em CD.

Vamos aos fatos. Kenny Barron é um dois principais pianistas em atividade. Ele tocou com músicos como Dizzy Gillespie, Freddie Hubbard, Stan Getz e tem em sua discografia álbuns como Scratch e Spirit Song. Charlie Haden dispensa apresentação. Ao lado de Ron Carter e Dave Holland, o músico completa a tríplice aliança do baixo acústico, todos devotos dos mestres Charles Mingus e Ray Brown.

Além disso, o jovem Haden, na época com 23 anos, participou da gravação do álbum Free Jazz, do saxofonista Ornette Coleman, em 1960, considerado um dos mais importantes discos da história do jazz. O contrabaixista morreu em 2014, aos 76 anos.

Para terminar, algumas informações sobre o álbum em questão. No repertório, clássicos como “Body and Soul”, “Spring Is Here” e “The Very Thought Of You”, tudo muito bem alinhado e com extrema delicadeza. Destaque também para “Twilight Song”, com um solo impecável de Barron, e “You Don’t Know What Love Is”, com Haden dedilhando seu talento e sensibilidade como poucos. Quer mais? Só ouvindo para entender o significado da expressão “lavar a alma”.









quinta-feira, 5 de março de 2020

TUCCA traz estrelas do jazz e do erudito

Há 20 anos, a TUCCA traz ao Brasil alguns dos maiores artistas do circuito internacional de música clássica e jazz em prol de crianças e adolescentes carentes com câncer.

A temporada 2020, como de costume, prima pela excelência artística e oferece um leque variado que vai do barroco ao contemporâneo, passando pela MPB e incluindo obras de ícones internacionais como The Beatles e Mozart.

O guitarrista norte-americano Pat Metheny abre a série de concertos em março. O músico lançou em 2020 o disco From This Place. No show de São Paulo, o guitarrista estará acompanhado pelo mesmo trio que gravou seu último álbum.

A música clássica brilha com a pianista Elena Bashkirova e a Jerusalém Chamber Music Festival Ensemble, em maio, com a Stuttgart Chamber Orchestra e o pianista Dejan Lazic, em outubro, e a Concertgebouw Chamber Orchestra acompanhada pela violinista Sarah Chang, em agosto.

A música brasileira está representada pelo veterano pianista Cesar Camargo Mariano, que compôs arranjos exclusivos para acompanhar a premiada cantora de jazz Patti Austin, em abril.

As cantoras brilham novamente com Nnenna Freelon, em junho, acompanhada pela Jazz Orchestra (formada apenas por mulheres), e Lizz Wright (foto), que fecha a temporada de nove concertos em dezembro. A série Tucca ainda traz o premiado grupo vocal norte-americano Take 6 ao lado do trio do gaitista Gregoire Maret, em setembro, e o violonista de Montenegro Milos Karadaglic, em novembro. Mais informações sobre as atrações, clique aqui.



PROGRAMAÇÃO COMPLETA:

16 de março
PAT METHENY

7 de abril
CESAR CAMARGO MARIANO CONVIDA PATTI AUSTIN

13 de maio
ELENA BASHKIROVA & JERUSALÉM CHAMBER MUSIC FESTIVAL ENSEMBLE

3 de junho
NNENA FREELON & THE DIVA JAZZ ORCHESTRA

8 de agosto
CONCERTGEBOUW CHAMBER ORCHESTRA & SARAH CHANG

15 de setembro
TAKE 6 COM GREGOIRE MARET TRIO

29 de outubro
STUTTGART CHAMBER ORCHESTRA & DEJAN LAZIC

25 de novembro
MILOS KARADAGLIC

8 de dezembro
LIZZ WRIGHT













quarta-feira, 4 de março de 2020

Jazz Sinfônica recebe grandes nomes da MPB na Sala São Paulo

A Sala São Paulo divulgou a agenda de shows da orquestra Jazz Sinfônica Brasil em 2020.

Neste ano, a orquestra receberá grandes nomes da música brasileira em uma série de oito concertos chamado Encontros Históricos, sempre com dois artistas renomados acompanhados pela Jazz Sinfônica.

Até o fim do ano, um sábado por mês, o público terá a oportunidade de assistir a nomes consagrados da MPB, entre eles, João Donato, Marcos Valle, João Bosco e Gilberto Gil.

Ingressos adquiridos até o dia 10 de abril terão desconto de 15%. Clique aqui para comprar os ingressos.



PROGRAMAÇÃO

14/3
João Donato e Marcos Valle

25/4
João Bosco e Zizi Possi

23/5
Ivan Lins e MPB4

27/6
Erasmo Carlos e Roberta Sá

29/8
Hermeto Pascoal, Hamilton de Holanda e Arismar do Espírito Santo

19/9
Gilberto Gil

3/10
Ana Carolina e Diogo Nogueira

28/11
Alcione e Martinho da Vila



Sala São Paulo fica na região central da capital



sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

100 álbuns que abalaram o mundo do jazz

A proposta da revista inglesa Jazzwise é bem simples. Apontar os 100 discos de jazz que mais abalaram o mundo do jazz e que mudaram, de alguma forma, a rota do jazz em mais de um século de história.

É uma proposta ousada e que dificilmente contentará a todos, mas a lista tem argumentos para cada um dos títulos selecionados, ou seja, não é apenas mais um Top 100 baseado exclusivamente no que "os outros dizem". Todos os discos indicados trazem dados interessantes sobre o contexto que foram criados e como seus criadores ousaram em suas obras.

A justificativa para cada título pode não convencer você, mas isso não parece intimidar os críticos que foram chamados para encarar o desafio. Todos os discos indicados foram lançados no século XX. As exceções são o trio norte-americano The Bad Plus (These Are The Vistas) e o grupo britânico Polar Bear (Held On The Tips of Fingers). Ambos trazem propostas ousadas e misturam diferentes influências musicais em suas composições.

Ao analisarmos rapidamente os títulos escolhidos, é possível perceber que "ninguém" ficou de fora. Os grandes nomes, ou seja, quem sempre aparece neste tipo de lista, estão aqui: Miles Davis, John Coltrane, Dave Brubeck, Charlie Parker, Louis Armstrong, Herbie Hancock, Duke Ellington, Thelonious Monk, Dizzy Gillespie, Charles Mingus, Sonny Rollins, Count Basie, Chick Corea, Ella Fitzgerald, Billie Holiday e Sarah Vaughan.

Outra particularidade que fica evidente é falta de artista contemporâneas na lista, que somam aproximadamente 10% das indicações. Entre eles, além do The Bad Plus e Polar Bear, estão Wynton Marsalis, Diana Krall, Cassandra Wilson, Courtney Pine, Esbjörn Svensson Trio, Brad Mehldau, John Zorn, Steve Coleman e Medeski, Martim and Wood. Obviamente que Marsalis não é exatamente contemporâneo, mas ele é um dos artistas pós década de 1980 que aparece na lista.

Ao fazer uma compilação com álbuns que mudaram as diretrizes do jazz, seria inevitável incluir discos que fizeram parte do free jazz e avant-garde, ambos nascidos na década de 1960. São desses movimentos que nasceram obras fundamentais dos pianistas Andre Hill e Cecil Taylor, dos saxofonistas Ornette Coleman, Albert Ayler, Anthony Braxton, Charles Lloyd, Roland Kirk, Sun Ra, Archie Shepp, Peter Brötzmann, Pharoah Sanders e Eric Dolphy e dos grupos Art Ensemble of Chicago e Music Improvisation Company.

A revolução do fusion jazz, iniciada no começo da década de 1970, também está muito bem representada aqui. Entre seus mais ilustres representantes estão Mahavishnu Orchestra, Herbie Hancock e seu álbum Head Hunters, Weather Report, Chick Corea e seu disco Return To Forever e Miles Davis, com o brilhante Bitches Brew, que em 2020 completa 50 anos do seu lançamento.

O Brasil é lembrado em duas oportunidades. A primeira, obviamente, é o disco de João Gilberto e parceria com o saxofonista Stan Getz: Getz/Gilberto, de 1963. O álbum é o ápice da fusão da bossa nova com o jazz. A batida da música brasileira foi adotada pelos jazzistas na década de 1960 e, até hoje, é lembrada e reverenciada no exterior.

O outro brasileiro citado é a pianista Eliane Elias, na época que fazia parte do quinteto Steps Ahead. O grupo liderado pelo saxofonista Michael Brecker trazia em seu som um jazz mais contemporâneo e que seria base de uma parcela significativa da produção jazzistica da década de 1980.

Abaixo você encontra o Top 20 da lista criada pela Jazzwise. Além do nome do disco e do ano de seu lançamento, a listagem mostra o nome de todos os músicos que participaram de cada disco indicado. Para conhecer o ranking completo, clique aqui e acesse o site da revista britânica.


Miles Davis - Kind of Blue - Columbia
Miles Davis (t), John Coltrane (ts), Cannonball Adderley (as), Wynton Kelly (p), Bill Evans (p), Paul Chambers (b) and Jimmy Cobb (d).
1959

John Coltrane - A Love Supreme - Impulse!
Coltrane (ts, v), McCoy Tyner (p), Jimmy Garrison (b) and Elvin Jones (d).
1964

Ornette Coleman - The Shape of Jazz To Come - Atlantic
Coleman (as), Don Cherry (t), Charlie Haden (b), Billy Higgins (d).
1959

Bill Evans Trio - Sunday At The Village Vanguard - Riverside
Evans (p), Scott LaFaro (b) and Paul Motian (d).
1961

Sonny Rollins - Saxophone Colossus - Prestige
Rollins (ts), Tommy Flanagan (p), Doug Watkins (b) and Max Roach (d).
1956

Thelonious Monk - Brilliant Corners - Riverside
Monk (p, celeste), Ernie Henry (as), Sonny Rollins (ts), Oscar Pettiford/Paul Chambers (b), Max Roach (d) and Clark Terry (t).
1956

Charles Mingus - Mingus Ah Um - Columbia
Mingus (b), Jimmy Knepper/Willie Dennis (tb), John Handy (as, ts), Shafi Hadi (as), Booker Ervin (ts), Horace Parlan (p) and Dannie Richmond (d).
1959

Charlie Parker - Bird: The Complete Original Master Takes. The Savoy Recordings - Savoy Jazz
Parker (as, ts), Miles Davis (t), Dizzy Gillespie, Argonne Thornton, Clyde Hart, Bud Powell, John Lewis, Duke Jordan (p), Tiny Grimes (g, v), Curley Russell, Tommy Potter (b), Harold West and Max Roach (d) plus others.
1945-48

Miles Davis - Bitches Brew - Columbia
Miles Davis (t), Wayne Shorter (ss), Bennie Maupin (b cl), Joe Zawinul, Chick Corea (el p), John McLaughlin (g), Dave Holland (b), Harvey Brooks (el b), Lenny White, Jack DeJohnette (d), Don Alias (perc) and Jumma Santos (shaker).
1969

Keith Jarrett - The Köln Concert - ECM
Jarrett (p).
1975

John Coltrane - Giant Steps - Atlantic
Coltrane (ts), Tommy Flanagan, Cedar Walton, Wynton Kelly (p), Paul Chambers (b), Lex Humphries, Art Taylor and Jimmy Cobb (d).
1959

Eric Dolphy - Out to Lunch - Blue Note
Dolphy (f, as, b cl), Freddie Hubbard (t), Bobby Hutcherson (vb), Richard Davis (b) and Tony Williams (d).
1964

Louis Armstrong - Complete Hot Fives and Sevens - Columbia
Armstrong (ct, v), Honore Dutrey, Edward Kid Ory, J.C. Higginbotham, Jack Teagarden (tb), Johnny Dodds, Don Redman, Jimmie Noone (cl), Barney Bigard, Happy Caldwell (ts), Lonnie Johnson (g), Johnny St Cyr (bj), Lil Hardin, Earl Hines (p), Baby Dodds, Zutty Singleton (d) and others.
1925-1930

Duke Ellington - The Blanton-Webster Band - RCA Bluebird
Ellington (p), Wallace Jones, Cootie Williams, Ray Nance (t), Rex Stewart (ct), Joe Nanton, Lawrence Brown (tb), Juan Tizol (v tb), Barney Bigard (cl), Johnny Hodges, Otto Hardwick (as), Ben Webster (ts), Harry Carney (bs, bcl) Fred Guy (g), Billy Strayhorn (p), Jimmy Blanton (b), Sonny Greer (d), Ivie Anderson, Herb Jeffries (v) and others.
1940-1942

Mahavishnu Orchestra - Inner Mounting Flame - Columbia
John McLaughlin (g), Jerry Goodman (vln), Jan Hammer (key), Rick Laird (b) and Billy Cobham (d).
1972

Albert Ayler Trio - Spiritual Unity - ESP-Disk
Ayler (ts), Gary Peacock (b) and Sunny Murray (d).
1964

Herbie Hancock - Head Hunters - Columbia
Herbie Hancock (ky), Bennie Maupin (saxes, fl, b cl), Paul Jackson (b), Harvey Mason (d) and Bill Summers (perc).
1973

Dave Brubeck - Time Out - Columbia
Brubeck (p), Paul Desmond (as), Eugene Wright (b) and Joe Morello (d).
1959

Ornette Coleman - Free Jazz - Atlantic
Ornette Coleman (as), Freddie Hubbard, Don Cherry (t), Eric Dolphy (b cl), Scott LaFaro, Charlie Haden (b), Ed Blackwell and Billy Higgins (d).
1960

Weather Report - Heavy Weather - Columbia
Joe Zawinul (ky), Wayne Shorter (ts, ss), Jaco Pastorius (b), Alex Acuña (d) and Manolo Badrena (perc).
1976