terça-feira, 11 de setembro de 2018

Tony Bennett Highlander

O que dizer de uma lenda viva da música mundial, com uma carreira de seis décadas, que ainda não foi dito?

Tony Bennett atravessou gerações, teve altos e baixos, mas sempre se dedicou ao máximo ao seu ofício de cantar e levar a música norte-americana aos quatro cantos do planeta.

Hoje, aos 96 anos, Bennett superou seu pares - entre eles Frank Sinatra, Sammy Davis Jr, Johnny Mathis, Ray Charles, Mel Tormé, Bobby Darin e Andy Williams.

A longevidade e mudança de rumo de sua carreira na década de 1980, o levaram a um patamar além do tradicional crooner.

Do sucesso com a música "I Left My Heart in San Francisco", em 1962, até o surpreendente disco ao lado de Lady Gaga, em 2014, ele enfrentou a inevitável comparação a Frank SInatra e conquistou seu próprio público.



No meio da década de 1980, após ter rompido com o pianista pianista Ralph Sharon, seu fiel escudeiro nas décadas de 1950 e 1960, e ter praticamente falido, seu filho, D'Andrea Bennett, resolveu assumir a carreira do pai e "relança-lo" no mercado.

Antes desta retomada, Bennett fez dois álbuns em parceria com o pianista Bill Evans. Os dois discos lançados por eles, o primeiro em 1975 e o segundo em 1977, não causaram impacto na época, mas hoje são referências quando se fala em álbum de duetos.

O primeiro passo foi deixar Los Angeles e ir morar na cidade de Nova York. Depois foi a vez de retomar as parcerias com a gravadora Columbia e o pianista Ralph Sharon. O toque final foi o lançamento do disco The Art of Excellence, de 1986.



Mas a consagração veio mesmo com o lançamento de MTV Unplugged, de 1994, que lhe deu o Grammy de disco do ano. Nada mal para quem ganhou nessa mesma categoria 32 anos antes, com o disco I Left My Heart in San Francisco.

A partir desse momento, Tony Bennett tinha novamente os holofotes em sua direção. A morte de Sinatra, em maio de 1998, fez Bennett se tornar o mais importante cantor norte-americano vivo. Bennett é o último de uma geração de cantores que fez das melodias de Irving Berlin, George e Ira Gershwin, Cole Porter, Jerome Kern, Oscar Hammerstein II, Richards Rodgers, Lorenz Hart e Johnny Mercer a identidade musical dos Estados Unidos.



Seus discos em duetos, assim como fez Sinatra uma década antes, serviram para aproximar Bennett ainda mais das novas gerações. O primeiro disco, de 2006, trazia o cantor ao lado de Celine Dion, Juanes, John Legend, Diana Krall, Bono, entre outros.

Em 2011, um segundo volume repete a mesma fórmula, desta vez com John Mayer, Sheryl Crow, Norah Jones, Mariah Carey e Amy Winehouse, com quem Bennett teve uma conexão imediata. O vídeo dos dois interpretando "Body & Soul" é um daqueles momentos que fica perpetuado na história musica.



A fórmula de duetos foi mais uma vez sacada em 2012, com o disco Viva Duets, com Bennett cantando com artistas latinos. Entre os escolhidos estão Thalia, Marc Anthony, Gloria Estefan e as brasileiras Ana Carolina e Maria Gadú.

Antes do sucesso desses discos, Bennett já tinha arriscado a fórmula de duetos em 2001, com o álbum Playin' with My Friends: Bennett Sings the Blues, no qual canta ao lado de B.B.King, Billy Joel, Bonnie Raitt e Ray Charles.



Além dos discos temáticos, Bennet também gravou em parceria com k.d Lang e Lady Gaga. Com Gaga, em 2015, ficou com o Grammy de melhor disco de pop tradicional pelo álbum Cheek to Cheek. Em 2018, ele volta a dividir um álbum, desta vez com a cantora e pianista canadense Diana Krall.

Acompanhado pelo trio do pianista Bill Charlap, o repertório é todo dedicado aos irmãos George e Ira Gershwin. Love Is Here To Stay não traz novidades, mas oferece ao ouvinte a oportunidade de testemunhar duas referências musicais importantes em diferentes momentos de suas carreiras, ambos de talento incontestáveis.







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