E lá se vai um ano desde a inauguração do Blue Note Rio, em agosto de 2017. Apesar de todos os contratempos e dúvidas que um ano pré-eleitoral traz, a aposta de abrir uma casa de show para receber a nata da música instrumental brasileira e grandes nomes do jazz internacional se mostrou acertada e importante para uma cidade abandonada à própria sorte.
Neste primeiro ano, a filial carioca do famoso clube nova-iorquino de jazz mesclou bem as atrações brasileiras com as estrangeiras, conseguindo atrair público e mídia espontânea para si. Nomes como Chick Corea (foto acima), Chris Botti, Hermeto Pascoal, Leny Andrade, Sergio Mendes, Eumir Deodato, Ney Matogrosso, Melissa Aldana e Kenny Garret são exemplos do alto nível de músicos que tocaram no pequeno palco da casa.
Daniel Stain, um dos sócios do Blue Note Rio, comemora o sucesso e a acolhida do público carioca. "O Blue Note entrou para cena carioca. Fazia muito tempo que o Rio não tinha uma casa de shows intimista como o Blue Note".
Para Stain, após um ano em atividade, a casa já é um dos pontos turísticos da cidade, indicado por hotéis e agentes de viagem. "No início o público era predominantemente carioca e de turistas brasileiros, mas agora percebemos cada vez o aumento de estrangeiros", destaca Stain.
Wagner Tiso e Tunai tocam na semana de estreia do Blue Note Rio
Além de shows solos de músicos brasileiros e estrangeiros, o Blue Note promoveu noites temáticas, como a comemoração dos 60 anos de Cazuza, o centenário de Jacob do Bandolim e os 60 anos da Bossa Nova. Esses três shows, por exemplo, reuniram nomes como João Donato, Marcos Valle, Roberto Menescal, Carlos Lyra, Zé Paulo Becker, Ronaldo do Bandolim, George Israel, Paulo Ricardo, Guto Goffi e Arnaldo Brandão.
Na terra de Cartola, Herivelto Martins, Noel Rosa e Wilson Baptista, é claro que o samba também teve espaço no Blue Note. Durante esse primeiro ano, a casa recebeu nomes como Pedro Miranda, Mart’nália (foto ao lado), Moacyr Luz, Jorge Aragão e Martinho da Vila.
Em parceria com o grupo Semente, a casa criou o Noites do Semente, espaço que recebe os tradicionais shows do Bar Semente, que fechou no início de setembro por causa de dificuldades financeiras. O Semente foi responsável pelo aparecimento de talentos como a cantora Teresa Cristina, o violonista Yamandu Costa e o grupo Casuarina.
Para manter a tradição da casa, que tem dezenas de CDs gravados em seu palco, o Blue Note Rio vai ganhar o seu primeiro registro ao vivo em disco em breve, No dia 1º de outubro, o pianista David Feldman, acompanhado do baixista André Vasconcellos e do baterista Marcio Bahia, gravou o seu show e deve lança-lo em CD e DVD em 2019. Veja um trecho abaixo.
Apesar do jazz ser uma música pouco consumida no Brasil, o país tem uma tradição de festivais de jazz - Free Jazz, Guaramiranga Jazz, Heineken Concertes, Chivas Jazz, Jazz na Fábrica, Tim Festival, Rio das Ostras, Tudo é Jazz - uma história rica de musicalidade com a bossa nova e grandes instrumentistas de renome internacional.
Nos últimos anos, a oferta de shows de música instrumental brasileira e estrangeira tem aumentado. Além do Blue Note Rio, casas como Tupi Or Not Tupi, Jazz aos Fundos, Bourbon Street, todas na capital paulista, recebem músicos aclamados e jovens talentos. A rede Sesc é outro importante polo de shows.
Quem deve desembarcar em São Paulo em 2019 é a Blue Note. Stain confirma uma nova filial brasileira no país. Mas o local e a data de inauguração ainda são segredos. Para ter mais detalhes sobre a casa e sua programação, visite o Facebook oficial aqui.
sexta-feira, 5 de outubro de 2018
terça-feira, 2 de outubro de 2018
Quincy Jones, o Midas da música
Gênio, talentoso, visionário, multifacetado.....o número de adjetivos que Quincy Jones poderia receber ocuparia uma boa parte deste texto.
Aos 85 anos, completados no dia 14 de março de 2018, Q, como também é chamado, tem um currículo tão rico e tão diversificado que o fez ser uma unanimidade dentro da indústria da música.
Arranjador, produtor musical, compositor e empresário. Essas são algumas de suas facetas. Após seis décadas de carreira, Quincy tem momentos marcantes, como no início de sua jornada, aos 18 anos, na orquestra do vibrafonista Lionel Hampton, na década de 1950, a parceria com Frank Sinatra e Count Basie, na década de 1960, a produção dos discos Off The Wall, Thriller e Bad, de Michael Jackson, na década de 1980, e o papel central na produção da música "We Are The World", em 1985.
Quincy trabalhou com Ella Fitzgerald, Duke Ellington, Ray Charles, Count Basie, Dinah Washington, Dizzy Gillespie, Frank Sinatra e Michael Jackson. Foi responsável pela ascensão da apresentadora Oprah Winter - escalada por ele para trabalhar no filme A Cor Púrpura - e Will Smith, também recrutado por ele para o seriado Um Maluco no Pedaço, produzido por Quincy.
Jackson e Quincy na cerimônia do Grammy, em 1984, quando ganharam 8 prêmios
Em 1963, com a invasão da Bossa Nova nos Estados Unidos, Quincy entrou na onda e lançou um disco (Big Band Bossa nova) inspirado nas composições de Tom Jobim, Newton Mendonça, Carlos Lyra e Vicinicus de Moraes. No repertório, temas como “Desafinado”, “Manhã de Carnaval”, “Samba de Uma Nota Só” e “Desafinado”.
Em 1998, a música “Soul Bossa Nova” virou a trilha sonora da Copa do Mundo de 1998, com o tema de Jones utilizado em uma propaganda da marca esportiva Nike. No mesmo ano, o tema também fez parte da trilha do filme Austin Powers, Um Agente Nada Discreto, estrelado pelo ator Mike Myers e a atriz Elizabeth Hurley. Veja o vídeo abaixo.
Ao todo, ele foi indicado 79 vezes ao Grammy, e levou 27, entre eles três como produtor do ano. Em 1991, apenas com o disco Back on the Block , que trazia uma fusão entre novos artistas de r&b (Siedah Garrett, Kool Moe Dee, Tevin Campbell e Take 6) e ícones do jazz (Ella Fitzgrald, Sarah Vaughan, Dizzy Gillespie, George Benson, herbie Hancock e Ray Charles), levou 7 gramofones dourados. A mesma fórmula foi usada no disco Q's Jook Joint, de 1995.
Quincy também ganhou dois Grammy com canções de Ivan Lins. Em 1982, como melhor arranjo instrumental para a música "Velas", do disco Dude, e em 1982, na mesma categoria, com o tema Dinorah, Dinorah, do disco Give Me The Night, do guitarrista George Benson. Nesse mesmo disco também está a balada “Just Once”, interpretado pelo cantor James Ingram, um dos pupilos do produtor.
A empresa de Quincy é a representante de Ivan Lins nos Estados Unidos, e um dos principais responsáveis de levar a música do brasileiro para o exterior. Graças a essa parceria, Lins é o segundo artista brasileiro mais gravador fora do país, atrás apenas de Tom Jobim. Além dos temas citados, Quincy também gravou a música “Setembro”, parceria de Lins com Gilson Peranzzetta e Vitor Martins, que foi indicada ao Grammy. A música faz parte do disco Back on the Block.
Em 1991, o palco do famoso festival de jazz de Montreux foi testemunha de um encontro de gigantes. Quincy e o trompetista Miles Davis se juntaram para tocar temas arranjados por Gil Evans, com quem Miles gravou vários discos entre as décadas de 1950 e 1960. Acompanhado de uma grande orquestra, Quincy e Miles fizeram história ao tocarem juntos no palco sagrado de Montreux. Dois meses após essa apresentação, Miles morreria, aos 65 anos.
Em 1993, Quincy lançou a revista Vibe. A publicação foi o principal veículo para os artistas negros da década de 1990, em especial os rappers. Jay-Z, Tupac, Lauryn Hill, LL Cool J, Alicia Keys e Snoop Dogg foram alguns dos artistas que estamparam a capa da revista.
Quincy ao lado dos mais importantes prêmios que recebeu em sua carreira
Em 2001, Quincy foi homenageado com o The Kennedy Center Honors, prêmio oferecido pelo governo dos Estados Unidos a artistas com uma longa carreira. Na ocasião, Ray Charles e Stevie Wonder se encontraram no palco para cantar "Let The Good Times Roll". Charles também interpretou "My Buddy", levando Quincy às lágrimas. Veja vídeo abaixo.
Após um longo hiato, Quincy volta à cena em 2018 - ano em que completou 85 anos - com o documentário Quincy, dirigido pela filha do músico, Rashida Jones, em parceria com a Netflix. O filme passa a limpo a vida do produtor - incluindo seus casamentos, sua grave doença e suas parcerias com Sinatra e Jackson -, e ainda traz belos momentos de sua intimidade em família. Veja o trailer abaixo.
Ele também foi homenageado pelo canal de TV BET, em dezembro de 2018. O especial teve a participação de nomes como Stevie Wonder, Jennifer Hudson, John Legend e Gloria Estefan.
Aos 85 anos, completados no dia 14 de março de 2018, Q, como também é chamado, tem um currículo tão rico e tão diversificado que o fez ser uma unanimidade dentro da indústria da música.
Arranjador, produtor musical, compositor e empresário. Essas são algumas de suas facetas. Após seis décadas de carreira, Quincy tem momentos marcantes, como no início de sua jornada, aos 18 anos, na orquestra do vibrafonista Lionel Hampton, na década de 1950, a parceria com Frank Sinatra e Count Basie, na década de 1960, a produção dos discos Off The Wall, Thriller e Bad, de Michael Jackson, na década de 1980, e o papel central na produção da música "We Are The World", em 1985.
Quincy trabalhou com Ella Fitzgerald, Duke Ellington, Ray Charles, Count Basie, Dinah Washington, Dizzy Gillespie, Frank Sinatra e Michael Jackson. Foi responsável pela ascensão da apresentadora Oprah Winter - escalada por ele para trabalhar no filme A Cor Púrpura - e Will Smith, também recrutado por ele para o seriado Um Maluco no Pedaço, produzido por Quincy.
Jackson e Quincy na cerimônia do Grammy, em 1984, quando ganharam 8 prêmios
Em 1963, com a invasão da Bossa Nova nos Estados Unidos, Quincy entrou na onda e lançou um disco (Big Band Bossa nova) inspirado nas composições de Tom Jobim, Newton Mendonça, Carlos Lyra e Vicinicus de Moraes. No repertório, temas como “Desafinado”, “Manhã de Carnaval”, “Samba de Uma Nota Só” e “Desafinado”.
Em 1998, a música “Soul Bossa Nova” virou a trilha sonora da Copa do Mundo de 1998, com o tema de Jones utilizado em uma propaganda da marca esportiva Nike. No mesmo ano, o tema também fez parte da trilha do filme Austin Powers, Um Agente Nada Discreto, estrelado pelo ator Mike Myers e a atriz Elizabeth Hurley. Veja o vídeo abaixo.
Ao todo, ele foi indicado 79 vezes ao Grammy, e levou 27, entre eles três como produtor do ano. Em 1991, apenas com o disco Back on the Block , que trazia uma fusão entre novos artistas de r&b (Siedah Garrett, Kool Moe Dee, Tevin Campbell e Take 6) e ícones do jazz (Ella Fitzgrald, Sarah Vaughan, Dizzy Gillespie, George Benson, herbie Hancock e Ray Charles), levou 7 gramofones dourados. A mesma fórmula foi usada no disco Q's Jook Joint, de 1995.
Quincy também ganhou dois Grammy com canções de Ivan Lins. Em 1982, como melhor arranjo instrumental para a música "Velas", do disco Dude, e em 1982, na mesma categoria, com o tema Dinorah, Dinorah, do disco Give Me The Night, do guitarrista George Benson. Nesse mesmo disco também está a balada “Just Once”, interpretado pelo cantor James Ingram, um dos pupilos do produtor.
A empresa de Quincy é a representante de Ivan Lins nos Estados Unidos, e um dos principais responsáveis de levar a música do brasileiro para o exterior. Graças a essa parceria, Lins é o segundo artista brasileiro mais gravador fora do país, atrás apenas de Tom Jobim. Além dos temas citados, Quincy também gravou a música “Setembro”, parceria de Lins com Gilson Peranzzetta e Vitor Martins, que foi indicada ao Grammy. A música faz parte do disco Back on the Block.
Em 1991, o palco do famoso festival de jazz de Montreux foi testemunha de um encontro de gigantes. Quincy e o trompetista Miles Davis se juntaram para tocar temas arranjados por Gil Evans, com quem Miles gravou vários discos entre as décadas de 1950 e 1960. Acompanhado de uma grande orquestra, Quincy e Miles fizeram história ao tocarem juntos no palco sagrado de Montreux. Dois meses após essa apresentação, Miles morreria, aos 65 anos.
Em 1993, Quincy lançou a revista Vibe. A publicação foi o principal veículo para os artistas negros da década de 1990, em especial os rappers. Jay-Z, Tupac, Lauryn Hill, LL Cool J, Alicia Keys e Snoop Dogg foram alguns dos artistas que estamparam a capa da revista.
Quincy ao lado dos mais importantes prêmios que recebeu em sua carreira
Em 2001, Quincy foi homenageado com o The Kennedy Center Honors, prêmio oferecido pelo governo dos Estados Unidos a artistas com uma longa carreira. Na ocasião, Ray Charles e Stevie Wonder se encontraram no palco para cantar "Let The Good Times Roll". Charles também interpretou "My Buddy", levando Quincy às lágrimas. Veja vídeo abaixo.
Após um longo hiato, Quincy volta à cena em 2018 - ano em que completou 85 anos - com o documentário Quincy, dirigido pela filha do músico, Rashida Jones, em parceria com a Netflix. O filme passa a limpo a vida do produtor - incluindo seus casamentos, sua grave doença e suas parcerias com Sinatra e Jackson -, e ainda traz belos momentos de sua intimidade em família. Veja o trailer abaixo.
Ele também foi homenageado pelo canal de TV BET, em dezembro de 2018. O especial teve a participação de nomes como Stevie Wonder, Jennifer Hudson, John Legend e Gloria Estefan.
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