sexta-feira, 29 de março de 2019

Toca Raul de Souza

Seis décadas de carreira, 84 anos de idade, criador do instrumento Souzabone (trombone em dó com quatro pistões), parceiro dos principais instrumentistas do Brasil, reconhecido mundialmente e aclamado como o maior trombonista do planeta.

A ficha corrida de João José Pereira de Souza, mais conhecido como Raul de Souza, ainda inclui parcerias com Freddie Hubbard, George Duke, Sarah Vaughan, Sonny Rollins, Cal Tjader, Freddie Hubbard e Kenny Clarke.

Raul tem uma sonoridade muito particular, que mistura samba, gafieira, funk e jazz. O som de seu instrumento, um trombone meio baixo, mais usado em orquestras, é referência em diversas partes do mundo. A prova disso é a inclusão do disco Colours, de 1975, como material didático na conceituada escola de música Berklee College, de Boston, nos Estados Unidos.

Na cronologia de sua carreira também constam trabalhos com Pixinguinha e Agostinho dos Santos, além de participar do que ficou conhecido como o primeiro disco de música instrumental brasileira, em 1955, ao lado do acordeonista Sivuca, do violonista Baden Powell e do flautista Altamiro Carrilho.

A carreira internacional do trombonista começou em 1964, época em que tocava na banda de Sergio Mendes. Raul participou do antológico disco de Mendes chamado Sergio Mendes & Bossa Rio - Você Ainda Não Ouviu Nada. Na ocasião, Mendes era o músico brasileiro com mais visibilidade nos Estados Unidos.

O talento de Souza não passou desapercebido. Logo em seguida, foi convidado para excursionar no exterior com a cantora Flora Purim e o percussionista Airto Moreira. Depois, mergulhou no universo do jazz funk - época na qual reinou a gravadora CTI - ao lado do produtor e pianista norte-americano George Duke. O resultado foi o disco Sweet Lucy (foto acima) , de 1977.

Diante da repercussão de seus discos e apresentações no exterior, Raul passou os últimos 40 anos morando longe do Brasil, mais especificamente nos Estados Unidos (Los Angeles) e depois na França (Paris).

Felizmente, Raul continuou se apresentado no Brasil e gravando com músicos de várias gerações, como o gaitista Gabriel Grossi, João Donato (foto ao lado) e Robertinho Silva.

Com Grossi, lançou o disco Brazilian Samba Jazz, de 2015, e com Donato e Silva o álbum Bossa Eterna, de 2008, quando foi festejado os 50 anos do nascimento da Bossa Nova.

O último álbum, Blue Voyage, foi gravado na França. Ao lado de Raul estão Glauco Solter (baixo), Mauro Martins (bateria), Leo Montana (piano), Alex Correa (piano).

Outro registro que merece ser procurado é a caixa O Universo Musical de Raul de Souza , de 2012, que inclui o CD Voilà e um DVD com um show gravado no Sesc Vila Mariana, em 2001, com Raul acompanhado por Fabio Torres (piano), Mário Conde (guitarra e cavaquinho), Glauco Solter (baixo) e Serginho Machado (bateria), além das participações especiais de Hector Costita, João Donato e Altamiro Carrilho.















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