segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Arturo Sandoval é homenageado no Kennedy Center Honors

O veterano trompetista cubano Arturo Sandoval foi um dos homenageados na 47ª edição do Kennedy Center Honors, realizada em dezembro de 2024. Os prêmios Kennedy Center destacam anualmente artistas de diferentes áreas que tiveram uma carreira vitoriosa e influente na sociedade e na cultura dos Estados Unidos. Além de Sandoval, também foram homenageados o diretor Francis Ford Coppola, a cantora Bonnie Raitt e o teatro The Apollo, que fica no bairro do Harlem, na cidade de Nova York.
Aos 75 anos, Arturo recebe a mais importante homenagem em 50 anos de carreira

O ator cubano Andy Garcia foi o responsável em apresentar a história de Sandoval para o público presente na cerimônia, que contou com a presença do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e a primeira-dama Jill Biden. Para homenagear a música de Sandoval, foram escalados o trompetista Chris Botti, o trombonista Trombone Shorty, do cantor Cimafunk, do baixista Ruben Rodriguez, do trompetista Randy Brecker e do veterano pianista Chucho Vadez, que fez parte do grupo Irakere, na década de 1970, ao lado de Sandoval e do saxofonista Paquito de Rivera.

Em 1990, Sandoval participou do Kennedy Center Honors durante a homenagem ao lendário trompetista Dizzy Gillespie, que foi o responsável por trazer Sadoval para os Estados Unidos. Em entrevista ao canal de TV CBS, Sandoval lembrou de sua saga para ficar definitavamente nos EUA. Durante 10 anos, o governo cubano permitiu que Sandoval fizesse uma turnê no exterior com Gillespie. Em 1990, eles abriram uma exceção única para que sua esposa e filho o encontrassem em Londres.

“No dia seguinte, fui com Gillespie à embaixada americana, pedindo asilo político. Mas o governo cubano descobriu. Então, Gillespie ligou para a Casa Branca e, poucos meses depois, estava no palco em Washington, D.C. no Kennedy Center Honors, prestando homenagem a Gillespie, o homem que não foi apenas um mentor, mas ajudou a salvar a minha vida", disse Sandoval.

sábado, 9 de novembro de 2024

Grammy 2025 - os indicados


A Academia do Grammy anunciou no dia 8 de novembro os indicados para a 67ª edição dos prêmios Grammy, que acontecerá no dia 2 de fevereiro de 2025. Ao todo, são 94 categorias dos mais diversos gêneros musicais, entre eles, rock, pop, blues, clássico, folk, R&B, rap, country, new age, gospel e jazz.


A categoria de jazz é dividida em seis sub-categorias: improviso, álbum, álbum vocal, orquestra, latino e alternativo. São cinco indicados em cada categoria. Os artistas de jazz também aparecem com frequência em outras categorias, entre elas, composição instrumental e arranjo.

Na "principal" categoria, de melhor disco de jazz, estão na disputa o veterano pianista Kenny Barron (Beyond This Place) e o dueto entre o saudoso pianista Chick Corea e o banjoísta Bela Fleck (Remembrance), o favorito.

Correndo "por fora" estão a jovem saxofonista Lakecia Benjamin (Phoenix Reimagined), o pianista Sullivan Fortner (Solo Game) e o trompetista Ambrose Akinmusire (Owl Song). Em 2024, quem ficou com o prêmio de melhor disco de jazz foi pianista Billy Childs (The Winds Of Change).
Trompetista Ambrose Akinmusire concorre na catergoria melhor disco de jazz

Entre os cantores, o melhor disco de jazz vocal será disputado entre Christie Dashiell (Journey In Black), Esperanza Spalding (parceria com Milton Nascimento), Samara Joy (A Joyful Holiday), Kurt Elling (Wildflowers Vol. 1) e Catherine Russell (My Ideal). Na edição do ano passado, o melhor disco de jazz vocal ficou com a cantora Nicole Zuraitis (How Love Begins).

Além da parceria entre a baixista Esperanza Spalding e o octogenário Milton Nascimento, outro destaque da categoria vocal é a jovem cantora Christie Dashiell, que tem se destacado em vários festival nos Estados Unidos e na Europa. Sua potência vocal se mistura com a suavidade do repertório do álbum, que traz 7 composições da cantora, e duas versões, entre elas, "Anyone Who Had a Heart", de 1963, composta por Burt Bacharach and Hal David.
Cantora Christie Dashiell é indicada pela 1ª vez na categoria melhor disco vocal

Na categoria melhor disco de jazz latino, mais uma vez, teremos um embate entre artistas brasileiros. Entre os indicados, estão a pianista Eliane Elias (Time And Again), e o disco de dueto entre o bandolista Hamilton de Holanda e o piabista cubano Gonzalo Rubalcaba (Collab). Também concorrem nesta categoria o veterano pianista cubano Chucho Valdés (Cuba And Beyond) e o dueto entre o pianista dominicano Michel Camilo e o baixista espanhol Tomatito (Spain Forever Again), que é um forte candidato a ficar com o Grammy.

No ano passado, o melhor disco de jazz latino ficou com o saxofonista porto riquenho Miguel Zenón e o pianista venezuelano Luis Perdomo (El Arte Del Bolero Vol. 2). O último brasileiro a ganhar o Grammy foi a pianista Eliane Elias, com o disco Mirror Mirror, em 2022, na categoria melhor disco de jazz latino. Essa é a sétimam indicação de Eliane.

EXECUÇÃO DE JAZZ


"Walk With Me, Lord (SOUND | SPIRIT)" — The Baylor Project
"Phoenix Reimagined (Live)" — Lakecia Benjamin (com Randy Brecker, Jeff "Tain" Watts & John Scofield)
"Juno" — Chick Corea & Béla Fleck
"Twinkle Twinkle Little Me" — Samara Joy & Sullivan Fortner
"Little Fears"— Dan Pugach Big Band Featuring Nicole Zuraitis & Troy Roberts

ÁLBUM VOCAL


Journey In Black — Christie Dashiell
Wildflowers Vol. 1 — Kurt Elling & Sullivan Fortner
A Joyful Holiday — Samara Joy
Milton + esperanza — Milton Nascimento & Esperanza Spalding
My Ideal — Catherine Russell & Sean Mason

ÁLBUM INSTRUMENTAL


Owl Song — Ambrose Akinmusire (com Bill Frisell & Herlin Riley)
Beyond This Place — Kenny Barron
Phoenix Reimagined (Live) — Lakecia Benjamin
Remembrance — Chick Corea & Béla Fleck
Solo Game — Sullivan Fortner

ÁLBUM DE ORQUESTRA


Returning To Forever — John Beasley & Frankfurt Radio Big Band
And So It Goes — The Clayton-Hamilton Jazz Orchestra
Walk A Mile In My Shoe — Orrin Evans & The Captain Black Big Band
Bianca Reimagined: Music for Paws and Persistence — Dan Pugach Big Band
Golden City — Miguel Zenón

ÁLBUM JAZZ LATINO


Spain Forever Again — Michel Camilo & Tomatito
Cubop Lives! — Zaccai Curtis
COLLAB — Hamilton de Holanda & Gonzalo Rubalcaba
Time And Again — Eliane Elias
El Trio: Live in Italy — Horacio 'El Negro' Hernández, John Beasley & José Gola
Cuba And Beyond — Chucho Valdés & Royal Quartet
As I Travel — Donald Vega Featuring Lewis Nash, John Patitucci & Luisito Quintero

ÁLBUM DE JAZZ ALTERNATIVO


Night Reign — Arooj Aftab
New Blue Sun — André 3000
Code Derivation — Robert Glasper
Foreverland — Keyon Harrold
No More Water: The Gospel Of James Baldwin — Meshell Ndegeocello

ÁLBUM DE POP TRADICIONAL


À Fleur De Peau — Cyrille Aimée
Visions — Norah Jones
Good Together — Lake Street Dive
Impossible Dream — Aaron Lazar
Christmas Wish — Gregory Porter

ÁLBUM INSTRUMENTAL CONTEMPORÂNEO


Plot Armor — Taylor Eigsti
Rhapsody In Blue — Béla Fleck
Orchestras (Live) — Bill Frisell
Mark — Mark Guiliana
Speak To Me — Julian Lage

sexta-feira, 4 de outubro de 2024

Arthur Nestrovski celebra a longa arte de Tom Jobim

A série A longa arte de Antonio Carlos Jobim, que celebra a obra do compositor Antonio Carlos Jobim, é composta por seis videoaulas musicais apresentadas pelo violonista e compositor Arthur Nestrovski, divulgadas mensalmente no site da revista Piauí e no canal da revista no YouTube.

A cada episódio, Nestrovski faz com que as músicas se revelem por inteiro, ampliando o imenso prazer que é ouvir Tom Jobim. A direção é de Renato Terra, responsável por documentários musicais como Uma noite em 67 e Narciso em férias, além das séries sobre Nara Leão e Tim Maia.

Com duração média de 15 minutos, as aulas analisam alguns verdadeiros clássicos do nosso cancioneiro, como "Águas de março", "Sabiá" e "Retrato em branco e preto". Nestrovski tem a parceria de Paula Morelenbaum, cantora que integrou a banda criada por Jobim entre 1980 e 1990 para acompanhá-lo em shows e gravações.
Arthur Nestrovski e Paula Morelenbaum falam sobre composições de Jobim


Na segunda videoaula da série, Nestrovski fala sobre a parceria entre Tom Jobim e Vinicius de Moraes, que começou em "Orfeu da Conceição" e mudou o rumo da canção brasileira moderna. Orfeu da Conceição tem como inspiração o mito grego de Orfeu, um jovem tocador de lira que, diante do falecimento da amada Eurídice, decide buscá-la no reino dos mortos. Na versão brasileira, seu enredo teve como cenário os morros cariocas e os atores eram majoritariamente negros. A produção estreou no Theatro Municipal do Rio de Janeiro com cenografia de Oscar Niemeyer.

Mais uma vez acompanhado pela cantora Paula Morelenbaum, o violonista e compositor Arthur Nestrovski passeia pelo cancioneiro do espetáculo, esmiuçando canções como "Se todos fossem iguais a você", "A felicidade", "Lamento no morro" e "Modinha". São as primeiras colaborações de uma amizade que foi transformadora para a música popular brasileira.

Na terceira aula, o violonista analisa algumas das canções mais representativas da bossa nova. Ele pontua que músicas como "Desafinado" e "Samba de Uma Nota Só", de Jobim e Newton Mendonça, e "Chega de Saudade" e "Garota de Ipanema", de Jobim e Vinicius de Moraes, têm em comum um elemento fundamental para entender o sucesso do gênero: a profícua relação entre poesia cantada e melodia.

Ele destaca ainda a influência do jazz no samba-canção do fim dos anos 1950 e o ineditismo de letras permeadas por “concisões, arrojos e rimas internas” que não eram comuns no ambiente musical brasileiro do período.

segunda-feira, 30 de setembro de 2024

Clube holandês Bimhuis completa 50 anos

O clube de jazz holandês Bimhuis foi inaugurado no Oude Schans, em Amsterdã, em 1º de outubro de 1974, refletindo movimento popular de músicos que queriam um espaço dedicado ao jazz e à música improvisada. Ao longo do anos, o Bimhuis tornou-se um dos locais mais importantes para o jazz na Holanda, não apenas como sala de concertos, mas também como principal ponto de encontro da cena jazzística holandesa.
Após 30 anos no centro de Amsterdã, o clube trocou de endereço em 2005


O edifício anterior do Bimhuis estava localizado nos bairros históricos de Amsterdã, mas a partir de 2005 a cidade decidiu transferi-lo para um novo local, localizado à beira-mar, no complexo Muziekgebouw, perto de Oosterdok e da Estação Central. Dentro do prédio você encontrará o que há de mais moderno em tecnologia, soluções acústicas que criam o som perfeito e pouco mais de 200 lugares.

Não perca as famosas jam session de terça-feira à noite, uma tradição onde amadores podem tocar com os mestres, um sinal claro da dedicação de Bimhuis em promover o crescimento musical. Além do Encontro Anual de Outubro (October Meeting), festival experimental que ultrapassa os limites do jazz.
Ambiente acolhedor e acústica impecável são perfeitos ouvir jazz




quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Árvore do jazz

Alguns fãs de jazz conhecem o "famoso" poster da "Árvore de Jazz" idealizado por Peter Von Bartkowski, que tentou de uma maneira muito criativa mostrar o desenvolvimento do jazz durante o século XX.

É claro que alguns nomes podem ter ficado de fora, o que é natural diante do grande número de jazzistas. Por outro lado, é interessante ver como o poster consegue mostrar os principais músicos dentro de cada movimento do jazz.

A base da árvore (raíz) traz o blues e depois vai evoluindo no "tronco da árvore" o swing, o bebop, cool, mainstream,harrd bop, free jazz, fusion, até chegar no que foi denominado de jazz today (jazz hoje), que abrange músicos a partir do fim da década de 1970 até o ano de 2006, ano da última atualização da versão do poster que está na foto abaixo.

segunda-feira, 12 de agosto de 2024

7 décadas de Pat Metheny


Que sorte a nossa de vivermos na mesma época do guitarrista norte-americano Pat Metheny, que em 2024, no dia 12 de agosto, completou 70 anos de idade.

O impacto de vê-lo ao vivo é privilégio de quem, como nós, pode testemunhar um dos músicos mais talentosos de todos os tempos. Com 50 anos de carreira e 20 Grammys na bagagem, Metheny influenciou várias gerações de guitarristas e continua encantando com seu talento e, principalmente, humildade.

A guitarra de Metheny é reconhecida na primeira nota. Seu jeito único de tocar, a afinação, a guitarra sintetizada, o toque sem palheta, a energia e, acima de tudo, a criatividade e talento de escrever melodias fizeram de Metheny um músico único.

Desde o seu primeiro álbum, Bright Size Life (1975), lançado pela gravadora ECM, ao lado de Jaco Pastorius (baixo) e Bob Moses (bateria), aos 21 anos de idade, a inquietação e criatividade das composições do guitarrista já apareciam. De lá para cá, foram mais de 30 álbuns e diferentes parcerias com músicos de tão criativos quanto ele.

A parceria mais longeva foi com o pianista Lyle Mays, com quem tocou por quatro décadas no Pat Metheny Group, lançando os discos mais festejados de sua carreira, entre eles, Offramp, Still Life Talking, As Falls Wichita, So Falls Wichita Falls, Letter From Home e American Garage. O grupo também contava com o baterista Paul Wertico e o baixista Steve Rod.

O músico lançou uma dezenas de álbuns acústicos que mostram um lado mais introspectivo, mas não menos interessante e inspirador. Desde o primeiro acústico, New Chautauqua (1977), até o último, Moondial (2024), os violões de seis ou 12 cordas acompanham o músico em uma viagem musical que transporta o ouvinte a diferentes lugare, paissagens e épocas.



No decorrer da carreira, fez grandes parcerias, entre elas, com os baixistas Charlie Hadden, Dave Holland e Richard Bonna, os guitarristas Jim Hall e John Scofield, os bateristas Roy Haynes e Jack DeJohnette, o pianista Brad Mehldau, o vibrafonista Gary Burton, o percussionista Nana Vasconcelos e os saxofonistas Michael Brecker, Ornette Coleman e Chris Potter.

A relação de Metheny com o Brasil é muito forte. Além do rápido namoro com a atriz Sonia Braga, muitas críticos de jazz sempre remetem o som de Metheny ao do guitarrista mineiro Toninho Horta, que fez história gravando o clássico disco Clube da Esquina, de Milton Nascimento. Pat já declarou sua admiração por Horta várias vezes.

Outro momento importate de Metheny com o Brasil é a apresentação no Carnegie Hall, em 1994, na cidade de Nova York, ao lado de Tom Jobim, durante o concerto em comemoração aos 50 anos da gravadora Verve. Esta foi a última apresentação da carreira de Jobim, que morreria meses depois também na cidade de Nova York. Na ocasião, eles interpretaram "Garota de Ipanema", "Insensatez" e "Desafinado".

A música do guitarrista muitas vezes traz um clima de trilha sonora, com diferentes timbres, coros, arranjos e harmonias. Metheny já escrevue para filmes, mas não é algo que parece atrai-los, já que ele não precisa fazer especificamente uma trilha de cinema para que sua música soe assim. Em 1985, ele compôs a trilha do filme A Traição do Falcão (The Falcon and the Snowman) ao lado do pianista Lyle Mays. Mas a trilha ficou famosa graças à participação do cantor David Bowie na faixa tema "This is Not America", que fez grande sucesso nas rádios na década de 1980.

segunda-feira, 1 de julho de 2024

Downbeat aponta 25 novos jazzistas para o futuro


A revista DownBeat traz na capa de sua edição de julho de 2024 o saxofonista Immanuel Wilkins. A reportagem principal - da qual Wilkins faz parte - é uma previsão sobre quem vai brilhar no cenário do jazz "no futuro". Você pode ler aqui a íntegra da revista com essa reportagem.

Com o "provocativo" título "25 For The Future", algo como 25 (músicos) para o futuro, a equipe da revista aponta 25 nomes que podem ajudar a definir a direção do jazz nas próximas décadas.

É claro que em um exercício de futurologia, sempre pode acontecer alguns erros. Afinal, tudo não passa de uma aposta. Por outro lado, as apostas de uma revista com 80 anos de tradição devem ser, pelo menos, respeitadas.

Em 2016, também em uma edição de julho, a revista publicou "a mesma reportagem", tentando prever quais seriam os músicos que se destacariam nos próximos anos. Na época, a revista estampou na capa o o saxofonista Kamasi Washington. Além do saxofonista, a matéria destacava nomes como Melissa Aldana (saxofonista), Sullivan Fortner (pianista), Cyrille Aimée (cantora) e o Julian Lage (guitarrista).

Quatro anos depois, em novembro de 2020, no auge da pandemia de Covid-19, a revista arriscou mais uma vez uma lista com 25 nomes que poderiam se destacar no cenário do jazz mundial. Na ocasião, a capa trazia a cantora Veronica Swift, e destacava, entre outros, a saxofonista Camille Thurman, o trompetista Theo Crokerr, o saxofonista Shabaka Hutchings, a cantora Jazzmeia Horn e a saxofonista Nubya Garcia.

Como aconteceu anteriormente, a DownBeat aponta os jazzistas que já estão de algum modo se destacando e garantindo espaço em um mercado cada vez mais pulverizado e democrático. Com a entrada das redes sociais e o enfraquecimento da indústria fonográfica, a chance de se tornar um músico de sucesso está praticamente igual para todos.

Abaixo estão os 25 jazzistas apontados pela revista em 2024. Entre eles, sem dúvida, o nome que já conseguiu seu lugar ao sol é da cantora Samara Joy, que rebeu três indicações ao Grammy e levou os três para casa. Em 2023, ficou com os prêmios nas categorias melhor disco de jazz vocal e revelação. No ano seguinte, levou o prêmio na categoria melhro performance de jazz, com a música "Tight".

Quem também ja tem um Grammy sobre a lareira é o pianista e arranjador Steven Feifk, que conquistou o prêmio, em 2023, na categoria melhor disco de jazz e com orquestra, pelo álbum Generation Gap Jazz Orchestra.

Em abril de 2023, a página oficial do Grammy também fez uma reportagem apontando 10 novos talentos do jazz. Alguns nomes "batem" com a lista da Downbeat que você encontra logo abaixo, entre eles, Jeremy Dutton, Chien Chien Lu, Simon Moullier e Miki Yamanaka.

Para saber mais sobre cada um deles, basta clicar em seus nomes. Todos eles estão com links para os sites oficiais de cada um dos músicos. No final da lista há vídeos de shows na íntegra do saxofonista Immanuel Wilkins, do guitarrista Pasquale Grasso, do pianista Emmet Cohen, e da trombonista Kalia Vandever.

Immanuel Wilkins (sax)

Laufey (cello)

Isaiah Collier (sax)

Liany Mateo (baixo)

Samara Joy (voz)

Elena Pinderhughes (flauta)

Samora Pinderhughes (piano)

Pasquale Grasso (guitarra)

Binker Golding (sax) e Moses Boyd (bateria)

Riley Mulherkar (trompete)

Micah Thomas (piano)

Steven Feifke (piano)

Simon Moullier (vibrafone)

Theon Cross (tuba)

Vanisha Gould (voz)

Nick Dunston (baixo)

Julieta Eugenio (sax)

Summer Camargo (trompete)

Chien Chien Lu (vibrafone)

Justin Tyson (bateria)

Josh Johnson (saxofone)

Kalia Vandever (trombone)

Miki Yamanaka (piano)

Emmet Cohen (piano)

Jeremy Dutton (bateria)

quarta-feira, 19 de junho de 2024

80 anos de Chico Buarque


Impossível deixar passar em branco o aniversário de 80 anos do mestre Chico Buarque de Holanda, um dos mais importantes e influentes compositores e letristas da música popular brasileira.

Em 58 anos de carreira, compôs centenas de canções, aqui apresentadas por título, data, compostas em parcerias, versões e adaptações, compostas para teatro, cinema e aquelas que só aparecem em discos de outros intérpretes.

Suas músicas foram gravadas em cerca de 40 álbuns, organizados por data, projetos, discos solo, gravações ao vivo, coletâneas e discos de outros intérpretes dedicados a ele. A obra completa do artista é uma das maiores riquezas que a cultura brasileira produziu até hoje.

Nascido na cidade do Rio de Janeiro (RJ), no dia 19 de junho de 1944, o músico é o quarto de sete irmãos. Quando o artista tinha dois anos, sua família mudou-se para São Paulo. O pai dele, que também era historiador, foi nomeado diretor do Museu do Ipiranga – na época o espaço público mais antigo da cidade.

Aos cinco anos, Buarque começou a demonstrar interesse pela música. Nessa idade, ele passou a fazer recortes com fotos de cantores de rádio. Em 1953, a família de Chico mudou-se para a Itália, pois o pai foi convidado para dar aulas de História na Universidade de Roma. A casa da família era ponto de encontro de artistas e intelectuais, como o poeta Vinícius de Moraes.

Na pré-adolescência, o músico compôs algumas canções no estilo opereta, que eram encenadas por suas irmãs Maria do Carmo, Ana Maria, Cristina e Miúcha. Na adolescência, Chico gostava de ler clássicos da literatura francesa, alemã e russa. Ainda nesse período, participou de um movimento religioso chamado “Ultramontanos”. Depois, fez parte de mais um grupo chamado “Organização Auxílio Fraterno”.

O músico cursou três anos de Arquitetura e Urbanismo na Universidade de São Paulo (USP). Ele abandonou o curso em 1964, quando o clima de repressão invadiu as universidades, após o Golpe Militar, que ocorreu no mesmo ano. Em entrevistas, Chico disse que ter cursado Arquitetura foi fundamental para aguçar sua sensibilidade e ver a cidade com outro olhar. Tudo isso contribuiu com suas composições.

Chico Buarque é um dos artistas que foram perseguidos durante a Ditadura Militar. Ele chegou a ser retirado da sua casa e levado para o Departamento de Ordem Política e Social (DOPS). Em 1969, Chico Buarque participou da “Passeata dos cem mil”, no Rio de Janeiro. O evento contou com milhares de estudantes, artistas e intelectuais que eram contra aquele regime, tais como Caetano Veloso e Gilberto Gil, precursores do Tropicalismo.

Ele se autoexilou em Roma, na Itália, onde se manteve até março de 1970, quando resolveu voltar ao Brasil a convite de uma gravadora para produzir um novo disco.

Para conseguir compor suas canções e não ser censurado, em 1974, Chico Buarque criou o pseudônimo Julinho da Adelaide, com o qual compôs as músicas “Milagre brasileiro”, "Acorda amor" e "Jorge maravilha". Por essas e outras situações, o artista acabou causando revolução por meio das suas canções.

OBRA

Quando jovem, Chico Buarque gostava de música internacional. Tudo mudou quando ele ouviu o disco "Chega de Saudade" (1959), de João Gilberto. De acordo com o que ele contou em uma entrevista, “aí deu o estalo de que queria fazer MPB.

Na época de universitário, Chico reunia-se com os colegas para fazer marchinhas e tocar violão. A sua primeira composição foi “Canção dos olhos”, em 1959, quando tinha 15 anos. “Marcha para o sol”, de 1964, foi a primeira música de Buarque a ser gravada.

Ela foi interpretada por Maricenne Costa, mas o artista disse que a canção “Tem mais samba”, do mesmo ano, foi o seu marco inicial como compositor e cantor. O primeiro compacto em vinil de Chico foi em 1965 e chama-se “Pedro Pedreiro e o sonho de carnaval”.
Chico, Miucha e Tom Jobim, que gravou em 1977 um disco com Miúcha


Chico Buarque participou de diversos festivais. Em 1966, sua canção “A banda”, interpretada por Nara Leão, ficou em primeiro lugar, junto com a música “Disparada”, no II Festival de Música Popular Brasileira, promovido pela TV Record.

"Em 1968, Chico Buarque e Tom Jobim venceram o 3º Festival Internacional da Canção com a música “Sabiá”. Contudo, eles foram vaiados pela plateira, que queria que a canção “Para não dizer que falei de flores”, de Geraldo Vandré, ganhasse.

COMPOSIÇÕES

De acordo com suas próprias palavras, Chico Buarque não dá um conteúdo político às suas canções de forma proposital. Ele comentou, em entrevista, que abusa mais da criatividade nas suas composições. Uma das características mais marcantes das composições de Chico Buarque são as críticas e denúncias sociais, econômicas e culturais brasileiras.

Chico domina a Língua Portuguesa com primazia. Ele tem preferência por usar a metáfora. Isso fica claro em canções como “Apesar de você” e “Cálice”, que contêm críticas veladas à ditadura militar no Brasil e que chegaram a ser censuradas.

LITERATURA

Desde adolescente, Chico Buarque enveredou-se como escritor. Ele publicou suas primeiras crônicas no "Verbâmidas", jornal do Colégio Santa Cruz. Depois, colaborou com alguns jornais, como o "Estado de São Paulo" e o jornal satírico "O Pasquim", um dos pioneiros do jornalismo brasileiro.

Em 1967, Chico também chegou a atuar como ator no filme “Garota de Ipanema”. No ano seguinte, ele deu seu pontapé inicial na dramaturgia, escrevendo a peça Roda Viva. Sua então esposa, Marieta Severo, teve um dos papéis principais."

LEILÃO

Em maio de 2021, o manuscrito original da canção "Piano na Mangueira", última parceria entre Tom Jobim e Chico Buarque, foi leiloado e arrematado por R$ 30 mil. A história para criar esta canção começa em função do desfile da verde e rosa que homenageou Tom, em 1992.

O maestro, para retribuir a gentileza, compôs “Piano na Mangueira”, uma exaltação à escola, e pediu que Chico escrevesse a letra. A música apareceu pela primeira vez no disco promocional No Tom da Mangueira, produzido por Hermínio Bello de Carvalho, e foi incluída também em Paratodos (1993), de Chico Buarque, e em Antonio Brasileiro (1994), o último disco da carreira de Jobim.

A parceria com Tom Jobim começou em 1968, com a música "Retrato em Branco e Preto". No mesmo ano, os dois venceram o Terceiro Festival Internacional da Canção, no Maracanãzinho (RJ), com a musica "Sabiá". Em 1970, a parceria rendeu a belíssima "Pois É". Ouça aqui um programa especial da Cultura FM sobre a parceria entre Chico e Tom.

CONSTRUÇÃO

O disco Construção (1971) é descrito por estudiosos e parceiros musicais de Chico como uma das obras mais importantes de sua carreira. Entram nessa análise o contexto político no qual o álbum foi concebido e as composições apresentadas pelo artista. A verve criadora do jovem que ainda não havia sequer completado 27 anos anuncia novos caminhos, menos lírica e mais preocupada com a realidade do país.

Além de Duprat, os arranjos também foram feitos sob a direção musical de Magro (1943-2012), um dos fundadores do MPB4, cuja formação original (Miltinho, Magro, Aquiles e Ruy Faria) acompanhou Chico em gravações de discos e shows no Brasil entre 1966-1974. Nesse período, alguns chamavam o grupo de MPB5, tamanha a simbiose entre eles. Participam também de Construção o maestro Tom Jobim e Vinícius de Moraes, em um momento de afirmação nas parcerias musicais entre o jovem compositor e os expoentes da Bossa Nova.



Fonte: Brasil Escola, BBC e site oficial do cantor.

quarta-feira, 12 de junho de 2024

Saudades de Chick Corea


O músico e compositor Chick Corea nasceu em Chelsea, Massachusetts, em 12 de junho de 1941, e faleceu em 9 de fevereiro de 2021, aos 79 anos, decorrente de um câncer descoberto meses antes de sua morte.

Seus primeiros contatos com o piano aconteceram aos quatro anos e foram promovidos pelo pai, que tocava trompete. O artista estreou como líder de uma banda na gravação do LP Tones for Joan's Bones, em 1966.

Após um período curto com Sarah Vaughan, Corea se uniu ao quinteto do trompetista Miles Davis, substituindo o pianista Herbie Hancock, tocando ao lado de Dave Holland (baixo), Wayne Shorter (sax) e Jack DeJohnette (bateria).

Foi nesta época que Corea começou a tocar piano elétrico, o que o levou a ser um dos percusores do jazz fusion ao lado de Miles, com quem gravou o disco Bitches Brew (1969), um dos álbuns mais icônicos e considerado o ponta-pé oficial do fusion.

Na década de 1970, formou o grupo fusion Return to Forever, ao lado dos brasileiros Airto Moreira e Flora Purim e do baixista Stanley Clarke e do saxofonista Joe Farrell. A segunda formação do Return contou com o baterista Lenny White e o guitarrista Al Dimeola. Em 1972, o Return gravou o álbum Light as a Feather, uma coleção de melodias de Jazz com sabor brasileiro, incluindo novas versões de "500 Miles High" e "Captain Marvel" e ainda aquela que o próprio Corea considerava a sua composição mais conhecida, "Spain".
Clarke, Corea, Di Meola e White formavam o quarteto fusion Return to Forever

Na década de 1980 formou a Chick Corea Elektric Band, com Dave Weckl (bateria), John Patitucci (baixo), Scott Henderson (guitarra), substituído por Frank Gambale, e Eric Marienthal (sax). Com uma pegada mais polular, Corea tocava basicamente sintetizadores, mas sem abrir mão de arranjos bem construídos e de sua categoria corriqueira. Nesta mesma época, com Weckl e Patitucci, também lançou discos no formato de trio acústico, chamado de Akoustic Band.

Dentro do jazz acústico, ele lançou discos que são referenciais como Tones for Joan’s Bones (1966), Now He Sings, Now He Sobs (1968), Cristal Silence (1973), ao lado do vibrafonista Gary Burton, My Spanish Heart (1976), Friends (1978), entre outros. Algumas de suas composições se tornaram standards do jazz como "Spain", "Windows", "500 Miles High", "La Fiesta" e "Armandos’s Rumba".
Ao lado do vibrafonista Gary Burton, lançou o aclamado disco Cristal Silence

Além de jazzista, atuou eventualmente como pianista em peças do repertório clássico – sua predileção era por Mozart – e escreveu peças sinfônicas como Piano Concerto No.1 e Spain for Sextet and Orchestra. No decorrer de cinco décadas carreira lançou discos em parcerias com diversos músicos, entre eles, Herbie Hancock, Gary Burton, Bobby McFerrin, Bela Fleck e Hiromi.

Chick Corea é o oitavo artista com mais prêmios grammy em todos os tempos, com 27 troféus. A primeira indicação aconteceu em 1973, pelo melhor arranjo instrumental com “Spain” e melhor performance de jazz com grupo por "Light as a feather". Ao todo, ele tem 67 indicações.




Fontes: TV Cultura, Musicosmos e Jornal de Negócios

quarta-feira, 15 de maio de 2024

JJA Jazz Awards 2024: os vencedores


Anualmente, a Jazz Journalists Association (Associação de Jornalistas de Jazz) faz uma votação para premiar os músicos que mais se destacaram no ano. Em 2024, a 28ª edição do JJA Jazz Awards premiou a baxista Christian McBride (foto) como jazzista do ano, e o baterista Jack DeJohnette pelo conjunto da obra.

O prêmio para o melhor disco de jazz ficou com o saxofonista Joshua Redman pelo álbum Where Are We, em parceria com a cantora Gabrielle Cavassa, lançado pela Blue Note. Ele superou artistas como Darcy James Argue’s Secret Society, Meshell Ndegeocello, John Scofield e Cécile McLorin Salvant. Redman também ficou com o prêmio de melhor saxofonista tenor. Na última premiação, o melhor disco foi para a baterista Terri Lyne Carrington, pelo álbum New Standards Vol. 1.

Na categoria melhor disco histórico, que aponta lançamentos de álbuns e gravações "perdidos" de grandes nomes do jazz, nunca antes lançados, o prêmio ficou com Evenings At The Village Gate, John Coltrane and Eric Dolphy, da Impulse! Records. Gravado no clube de jazz em Greenwich Village, na cidade de Nova York, em 1961, o disco trás McCoy Tyner (piano) e Elvin Jones (Bateria) acompanhando o dueto incediário dos saxofones de Coltrane e Dolphy.

Na categoria Conjunto da Obra, que sempre destaca um músico com mais de 40 anos de carreira, o vencedor foi o baterista Jack DeJohnette, que superou a baterista Terri Lyne Carrington, os saxofonistas George Coleman, Charles McPherson e Roscoe Mitchell, e o guitarrista John McLaughlin. Em 2023, o vitorioso nesta categoria foi o saxofonista Charles Lloyd.

Diferentemente de outras premiações, além dos músicos, também são premiados jornalistas e publicações relacionadas ao mundo do jazz. Entre os prêmios estão melhor revista, melhor blogue e o melhor livro. Você pode conhecer todos os vencedores no site oficial.
Jack DeJohnette tocou por 3 décadas no trio do pianista Keith Jarrett


Outro destaque são os Jazz Heroes, que premia pessoas que contribuiram para a divulgação do jazz. Neste ano, 36 pessoas de várias cidades dos Estados Unidos foram premiados. Conheça todos eles na página oficial.

Conheça os 28 vencedores na categoria melhor disco em todas as edições do JJA Jazz Awards awards clicando aqui.

CONJUNTO DA OBRA
Jack DeJohnette

MÚSICO
Christian McBride

REVELAÇÃO
Isaiah J. Thompson

COMPOSITOR
Billy Childs

ARRANJADOR
Darcy James Argue

DISCO
Where Are We - Joshua Redman (Blue Note Records)

DISCO HISTÓRICO
Evenings At The Village Gate - John Coltrane and Eric Dolphy (Impulse! Records)

GRAVADORA
Blue Note Records

PRODUTOR
Zev Feldman

CANTOR
Kurt Elling

CANTORA
Cécile McLorin Salvant

ORQUESTRA
Sun Ra Arkestra

CONJUNTO
Artemis

DUETO
Fred Hersch and Esperanza Spalding

TROMPETISTA
Ambrose Akinmusire

TROMBONISTA
Trombone Shorty

METAIS
Marcus Rojas (Tuba)

SOPROS
James Carter

SAXOFONISTA ALTO
Lakecia Benjamin

SAXOFONISTA TENOR
Joshua Redman

SAXOFONISTA BARÍTONO
Claire Daly

SAXOFONISTA SOPRANO
Branford Marsalis

CLARINETISTA
James Carter

FLAUTISTA
Nicole Mitchell

GUITARRISTA
Mary Halvorson

BAIXISTA
Linda May Han Oh

BAIXISTA ELÉTRICO

Eperanza Spalding

VIOLINISTA/HARPA/CELLO
Tomeka Reid

PIANISTA
Kenny Barron

TECLADISTA
Herbie Hancock

PERCUSSIONISTA
Kahil El’Zabar

VIBRAFONISTA
Joel Ross

BATERISTA
Brian Blade

INSTRUMENTO RARO NO JAZZ
Béla Fleck (banjo)









terça-feira, 30 de abril de 2024

International Jazz Day 2024


No dia 30 de abril de 2024, aconteceu a 13ª edição do International Jazz Day, que tem o objetivo de celebrar o jazz e promover a união de músicos de diferentes nações. Desta vez, o local escolhido foi a cidade africana de Tangier, no Marrocos, com a presença do mestre de cerimônia, o lendário pianista Herbie Hancock, que completou 84 anos em 12 de abril, e a participação do ator britânico Jeremy Irons.

No ano passado, não houve um concerto único ou um local específico para as apresentações, pelo contrário, elas aconteceram em 13 cidades diferentes (Rio de Janeiro, Casablanca, New York, Pequim, Johanesburgo, Paris, São Francisco, Viena, Washington, Beirute, Fairbanks, Honolulu e Marondera), espalhadas ao redor do globo.


Como de costume, em 2024, artistas de várias nacionalidades se revezaram no palco da cidade marroquina, entre eles, Abdellah El Gourd (Marrocos), Claudia Acuña (Chile), Ambrose Akinmusire (EUA), Lakecia Benjamin (EUA), Richard Bona (Camarões), Dee Dee Bridgewater (EUA), Moreira Chonguiça (Moçambique), Shemekia Copeland (EUA), Kurt Elling (EUA), Antonio Faraò (Itália), Melody Gardot (EUA), Jazzmeia Horn (EUA), JK Kim (Coréia do Sul), Magnus Lindgren (Suécia), Marcus Miller (EUA), Yasushi Nakamura (Japão), Tarek Yamani (Líbano).

O Brasil foi representado pelo violonista Romero Lumbambo, que mora nos Estados Unidos há vários anos. Em 2023, Lumbambo lançou em parceria com o violonista Chico Pinheiro o disco Two Brothers.



Abaixo você encontra a íntegra de algumas edições passadas, que aconteceram em Nova York (2022), Melbourne-Sydney (2019), São Petersburgo-Rússia (2018), Havana-Cuba (2017), Washington-EUA (2016), Paris-França (2015), Osaka-Japão (2014), Istambul-Turquia (2013) e Paris-França (2012). Também está disponível a edição de 2020, que foi inteiramente virtual, e a de 2023, que trouxe apresentações em diversos locais ao redor do planeta.



















domingo, 21 de abril de 2024

Newport Jazz Festival completa 70 anos

Para os estudiosos do jazz, o Newport Jazz Festival é considerado o pai de todos os festivais de jazz. Em 2024, o festival norte-americano comemora 70 anos e mantém a sua característica de trazer diferentes vertentes da música mundial. Os shows acontecem entre os dias 2 e 4 de agosto. Confira abaixo as atrações desta edição.

O Brasil está representado nos dias 3 e 4, com a presença do pianista Vitor Gonçalves, tocando no quarteto clarinetista israelense Anat Cohen, e do pianista Amaro Freitas. Outros destaques são o quarteto homenageando o saxofonista Wayne Shorter, com Ravi Coltrane "substituindo" Shorter, e o grupo Dinner Party, formado por Kamasi Washington (sax), Terrace Martin (multi-instrumentista) e Robert Glasper (piano).






domingo, 4 de fevereiro de 2024

Billy Childs, Nicole Zuraitis e Meshell Ndegeocello conquistam o Grammy


A Academia do Grammy anunciou no dia 4 de fevereiro os vencedores da 66ª edição dos prêmios Grammy. Ao todo, são 94 categorias dos mais diversos gêneros musicais, entre eles, rock, pop, blues, clássico, folk, R&B, rap, country, new age, gospel e jazz.

A categoria de jazz é dividida em seis sub-categorias: improviso, álbum, álbum vocal, orquestra, latino e alternativo. Neste ano, o jazz ganhou uma nova sub-categoria chamada de Alternative Jazz Album, que teve como vencedor a baixista e cantora Meshell Ndegeocello, com o disco The Omnichord Real Book. São cinco indicados em cada categoria.

O prêmio de melhor disco de jazz ficou com o veterano pianista Billy Childs (foto), com o álbum The Winds Of Change, lançado pela gravadora Mack Avenue. O quarteto liderado por Childs traz Ambrose Akinmusire (trompete), Scott Colley (baix) e Brian Blade (bateria). Em 2018, o pianista também ficou com o Grammy de melhor disco de jazz instrumental pela álbum Rebirth.

Na categoria melhor disco de jazz latino, o saxofonista Miguel Zenón e o pianistas Luis Perdomo ficaram com o prêmio pelo álbum El Arte Del Bolero Vol. 2. A dupla superou três discos de brasileiros que estavam indicados nesta categoria: Eliane Elias, Ivan Lins e Luciana Souza & Trio Corrente. Foi a primeira vez que três músicos do Brasil disputaram a mesma categoria no Grammy.

No ano passado, o melhor disco de jazz latino ficou com o pianista Arturo O'Farrill & The Afro Latin Jazz Orchestra. O último brasileiro a ganhar o Grammy foi a pianista Eliane Elias, com o disco Mirror Mirror, em 2022, na categoria melhor disco de jazz latino. Essa foi a sexta indicação de Eliane.
Nicole conquista seu 1° Grammy; Christian McBride co-produziu o álbum


Entre os cantores, o melhor disco de jazz vocal ficou Nicole Zuraitis, que superou nomes de peso como, Esperanza Spalding, Cécile McLorin Salvant e Patti Austin. Na edição do ano passado, o melhor disco de jazz vocal ficou com a cantora Samara Joy. O álbum de Nicole - How Love Begins - foi co-produzido pelo baixista Christian McBride, que conheceu a cantora em 2015, durante o Sarah Vaughan International Vocal, um concurso musical que acontece anualmente nos Estados Unidos.

Em entrevista ao site London Jazz, McBride afirmou ver a carreira de Nicole pronta para decolar. "Não há motivo para que ela não tenha uma carreira similar a Diana Krall e Norah Jones. Ela tem as mesmas habilidades (cantora, compositora e pianista). Adoro a maneira como ela canta, compõem e toca, ela é incrível", ressasltou McBride.


Na categoria melhor execução de jazz, o prêmio ficou com a cantora Samara Joy, pela música "Tight", uma regravação do tema escrito e interpretado pela cantora Betty Carter.

O quarteto (foto) formado por Zakir Hussain (tabla), Béla Fleck (banjo), Edgar Meyer (baixo) e Rakesh Chaurasia (flauta) levou o prêmio de melhor disco instrumental contemporâneo. O álbum superou trabalhos do veterano pianista Bob James, do guitarrista Julian Lage, do saxofonista Ben Wendel e do trio House Of Waters.

Outra categoria que também tem jazzistas concorrendo é de melhor arranjo instrumental ou vocal, que ficou com a música "The Wee Small Hours Of The Morning", do quarteto vocal säje, composto pela cantoras Sara Gazarek, Amanda Taylor, Johnaye Kendrick e Erin Bentlage. O arranjo contou com a participação do pianista e cantor Jacob Collier. Veja abaixo a lista dos vencedores:

EXECUÇÃO DE JAZZ

Tight
Samara Joy

DISCO DE JAZZ VOCAL

How Love Begins
Nicole Zuraitis

DISCO DE JAZZ

The Winds Of Change
Billy Childs

DISCO DE ORQUESTRA

Basie Swings The Blues
The Count Basie Orchestra Directed By Scotty Barnhart

DISCO DE JAZZ LATINO

El Arte Del Bolero Vol. 2
Miguel Zenón & Luis Perdomo

DISCO DE JAZZ ALTERNATIVO

The Omnichord Real Book
Meshell Ndegeocello

DISCO INSTRUMENTAL CONTEMPORÂNEO

As We Speak
Béla Fleck, Zakir Hussain, Edgar Meyer, Featuring Rakesh Chaurasia

MELHOR ARRANJO INSTRUMENTAL E VOCAL

In The Wee Small Hours Of The Morning
Erin Bentlage, Jacob Collier, Sara Gazarek, Johnaye Kendrick & Amanda Taylor, arrangers (säje com Jacob Collier)