terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Johnny Griffin - A Blowin' Session

Johnny Griffin - A Blowin' Session
Por 14 anos o Guia de Jazz esteve no ar com a missão de aproximar os internautas ao jazz. Um dos tópicos mais visitados era o de dicas de CDs, no qual dezenas de discos eram indicados e resenhados. Com o fim do site em setembro de 2015, todo esse acervo foi "perdido".

Mas não totalmente perdido. Além do livro Jazz ao Seu Alcance - que traz todo o conteúdo do guia e muito mais - você encontrará neste blog algumas dicas de CDs publicadas no extinto Guia de Jazz.

Ao final de cada resenha você encontrará vídeos do YouTube com algumas faixas do disco indicado para escutar. Boa leitura e audição. Veja outras dicas de CDs aqui


Johnny Griffin - A Blowin' Session (1957)


Parcerias entre grandes músicos de jazz são muito comuns e saudáveis. É impossível esquecer duetos entre John Coltrane e Miles Davis, Charlie Parker e Dizzy Gillespie e Gerry Mulligan e Chet Baker. Nesses três exemplos, cada músico tocava um instrumento distinto, neste caso, sax e trompete, respectivamente. Apesar de ser mais comum colaborações entre instrumentos diferentes, o jazz também foi testemunha de duetos com o mesmo instrumento.

Entre os saxofonistas, duetos clássicos reuniram mestres como Al Cohn e Zoot Sims, Gene Ammons e Sonny Stitt, Lee Konitz e Warne Marsh, Dexter Gordon e Wardell Gray e, mais recentemente, Eric Alexander e Vincent Herring. A história das parcerias entre saxofonistas teve seu momento máximo quando os hardboppers Johnny Griffin, Hank Mobley e John Coltrane se encontraram e gravaram o disco A Blowin’ Session, em 1957.

Originalmente o disco seria um dueto entre Griffin e Mobley. Mas o destino achou isso “pouco” e acabou colocando Coltrane na jogada. Segundo o próprio Griffin, ele e outros músicos estavam esperando uma carona pra ir ao estúdio de Van Gelder, em Nova Jersey, quando avistaram Coltrane do outro lado da rua. Pronto. Oresto é história.

Ao lado de Mobley, Coltrane e Griffin, o álbum ainda traz os “coadjuvantes” Art Blakey (bateria), Wynton Kelly (piano) e Paul Chambers (baixo) e um “tal” de Lee Morgan (trompete). É preciso dizer mais alguma coisa? No repertório, “apenas” quatro músicas, com 10 minutos de duração cada uma.

O disco abre com o clássico “The Way You Look Tonight”, de Jerome Kern. Nesta música, Griffin toca um dos solos mais rápidos da história do saxofone. É quase impossível acreditar que alguém pode tocar assim. Ainda nesta faixa, Morgan e Blakey também mostram suas armas.
Em “Ball Bearing”, Coltrane aparece no primeiro solo, seguido de Morgan, Griffin, Mobley e Kelly.

Em outra melodia de Kern, “All the Things You Are”, as diferenças entre os três ficam evidentes. É fácil perceber o toque veloz de Griffin, a inquietude de Coltrane e a delicadeza de Mobley. Destaque ainda para o solo de Chambers. Para terminar, “Smoke Stack” mostra mais uma vez solos de todos os músicos, com destaque para o trompete de Morgan.

Em 1999, pela coleção Rudy Van Gelder, o disco foi relançado com uma faixa a mais, uma gravação alternativa de “Smoke Stack”. Para quem gostar desta trinca de saxes, procure também os discos da série Saxophone Summit, lançados pela gravadora Telarc. O primeiro CD, Gathering Of Spirits (2004), traz Joe Lovano, David Liebman e Michael Bracker. Já o segundo álbum, Seraphic Light (2008), Brecker, que morreu em 2007, foi substituído por Ravi Coltrane.

Nenhum comentário:

Postar um comentário