Infelizmente, com o fim do site em setembro de 2015, todo esse acervo foi "perdido". Mas não totalmente perdido.
Além do livro Jazz ao Seu Alcance, que traz todo o conteúdo do guia, com dicas de CDs, DVDs, livros, entrevistas e muito mais, você encontrará quinzenalmente neste blog algumas dicas de CDs publicadas anteriormente no site Guia de Jazz.
Sempre que possível, ao final de cada resenha você encontrará vídeos do Youtube com algumas faixas do disco indicado para escutar. Boa leitura e audição. Veja outras dicas de CDs aqui
Não adianta tentar fazer tudo ao mesmo tempo agora. A vida é curta e sabemos disso. Por mais que você dure 80 ou 90 anos, não há tempo suficiente para experimentar e descobrir tudo aquilo que a vida pode proporcionar. Na era da informação, que vai muito além do rádio, jornal, TV e livros, está situação piorou ainda mais e o ser humano percebeu que uma única vida é pouca.
É claro que não devemos encarar isto como um problema, pelo contrário, esta limitação natural da vida deve ser usada ao nosso favor, ou seja, como há pouco tempo devemos filtrar e selecionar da melhor maneira possível o que o cinema, teatro, literatura, TV e música têm a oferecer. Em resumo, seja criterioso.
Para ilustrar isto, vamos falar do pianista, compositor, cantor, produtor e arranjador norte-americano Bobby Scott, que morreu aos 63 anos, vítima de câncer, em 1990. A questão aqui não é porque Scott morreu prematuramente, o que não deixa de ser verdade, mas sim porque provavelmente 99% das pessoas vão passar por esta vida – um tanto curta sem ao menos escutar o voz aveludada e o toque preciso do piano deste grande músico.
Scott começou muito jovem e aos 11 anos já era profissional. Tocou com músicos de respeito como Louis Prima, Tony Scott e Gene Krupa. Com o musical A Taste Of Honey, ele levou um Grammy em 1962 e produziu artistas como Marvin Gaye e Aretha Franklin. Já no fim da vida, Scott voltou a gravar como líder e lançou dois discos For Sentimental Reasons e Slowly, álbum lançado após sua morte.
Apesar de póstumo, Slowly não é um disco triste, talvez melancólico, mas não soturno ou triste. A voz de Scott já não tem a mesma força, mas continua macia e afinada. Isto fica claro na faixa-título e em “Long About Now”, acompanhada apenas do piano, que brilha solo também em “This Is My Country” e na clássica “When I Fall In Love”.
Além de Scott, o disco traz o baixista Steve LaSpina, o baterista Paul Jost e os guitarristas Bucky Pizzarelli e Vinnie Bell. O quarteto aparece na insinuante “You Turned the Tables On Me”, na suingada “Hi Lily Hi Lo”, na deliciosa “Am I Blue” e em “Music Maestro Please”, com um solo arrasador de Scott.
A última dica, que não é de um CD, é que o tempo passa para todos nós. Não se preocupe com isto, apenas viva da melhor maneira possível e aproveite ao máximo o que a vida tem para lhe oferecer. Vida longa e próspera para todos nós e que Bobby Scott descanse em paz.
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