E lá se vai mais um ano. E que ano difícil foi esse. O jazz perdeu figuras importantes em 2017. Como não sentir a falta do cantor Al Jarreau, que faleceu em fevereiro, aos 76 anos?
Outro mestre da voz que morreu foi Jon Hendricks, que na década de 1950 fez parte do trio Lambert, Hendricks & Ross. Hendricks faleceu aos 96 anos, em novembro.
Outra perda foi o guitarrista John Abercrombie, em agosto, aos 72 anos, Abercrombie foi um dos mais inventivos músicos do século XX. Sua trajetória mostra o quanto ele pregava a liberdade artística e a ousadia na hora de compor e de mostrar sua arte.
Mas a grande surpresa foi a morte prematura da pianista Geri Allen (foto ao lado), aos 60 anos, vítima de câncer, em junho.
Pianista, compositora e educadora, Geri era uma artista discreta, é verdade, mas muito respeitada entre jazzistas, críticos e na área acadêmica. Um dos últimos discos da pianista foi ao lado do saxofonista David Murray e da batersta Terri Lyne Carrington.
Outras duas perdas também deixaram os fãs de jazz surpresos. O cantor Kevin Mahogany e o guitarrista Chuck Loeb.
Mohagany morreu aos 59 anos, em dezembro. Na década de 1990, Mahogany lançou ótimos álbuns pela gravadora Warner, entre eles Another Time, Another Place e My Romance.
Loeb morreu aos 61 anos, em agosto, de câncer. Por três décadas, o músico gravou vários discos solos e participações em álbuns de Stan Getz e Step Ahead.
Atualmente, além da carreira solo, ele era integrante do grupo Fourplay. Ele entrou no lugar do guitarrista Larry Carlton.
2017 também foi o ano em que comemoramos o centenário de três ícones do jazz: Thelonious Monk, Dizzy Gillespie e Ella Fitzgerald.
Um dos presentes mais festejado pelos fãs de Ella foi o lançamento do disco Ella At Zardi's, gravado ao vivo em 2 de fevereiro de 1956.
Essa preciosidade ficou guardada por mais de 60 anos, e traz Ella acompanhada do trio formado pelo pianista Don Abney, o baixista Vernon Alley e o baterista Frank Capp.
No repertório estão clássicos como "In A Mellow Tone", "My Heart Belongs To Daddy", "S'Wonderful", "I've Got a Crush On You" e "A Fine Romance". É imperdível poder ouvir esse registro histórico.
Quem também ganhou um lançamento do mesmo porte foi Monk, com o CD duplo Thelonious Monk: Les Liaisons Dangereuses 1960. A gravação perdida, feita em 1959, é a trilha sonora do filme dirigido por Roger Vadim.
E foi em 2017 que também foi comemorado o centenário do jazz. Segundo os historiadores, a primeira gravação de jazz aconteceu em 26 de fevereiro de 1917. O responsável foi o Original Dixieland Jazz Band, grupo formado por músicos brancos de Chicago.
Em 2018, vamos comemorar outros quatro centenários. O produtor Norman Granz (foto ao lado com Ella) foi um dos principais responsáveis por alavancar a carreira de Ella Fitzgerald.
Criador da gravadora Verve, Granz foi o criador do projeto Jazz at the Philharmonic, uma caravana que contava com grandes nomes do jazz.
O cantor Joe Williams, que fez história nas orquestra de Count Basie Orchestra e Lionel Hampton; o pianista Hank Jones, que tocou na década de 1940 com Ella; e por último o pianista Bebo Valdés, que foi um dos mais influentes músicos cubanos do século XX, e pai do também pianista Chucho Valdés.
Para terminar, em 2017, foi comemorado os 90 anos do nascimento de Tom Jobim, talvez o músico mais importante de toda história da música popular Brasileira. Entre os projetos dedicados ao maestro, estão o disco Paulo Jobim e Mario Adnet – Jobim, Orquestra e Convidados, da Biscoito Fino, e o disco Sinatra & Jobim @ 50, do guitarrista John Pizzarelli, que comemora os 50 anos do encontro histórico entre Tom Jobim e Frank Sinatra.
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