quarta-feira, 12 de junho de 2024

Saudades de Chick Corea


O músico e compositor Chick Corea nasceu em Chelsea, Massachusetts, em 12 de junho de 1941, e faleceu em 9 de fevereiro de 2021, aos 79 anos, decorrente de um câncer descoberto meses antes de sua morte.

Seus primeiros contatos com o piano aconteceram aos quatro anos e foram promovidos pelo pai, que tocava trompete. O artista estreou como líder de uma banda na gravação do LP Tones for Joan's Bones, em 1966.

Após um período curto com Sarah Vaughan, Corea se uniu ao quinteto do trompetista Miles Davis, substituindo o pianista Herbie Hancock, tocando ao lado de Dave Holland (baixo), Wayne Shorter (sax) e Jack DeJohnette (bateria).

Foi nesta época que Corea começou a tocar piano elétrico, o que o levou a ser um dos percusores do jazz fusion ao lado de Miles, com quem gravou o disco Bitches Brew (1969), um dos álbuns mais icônicos e considerado o ponta-pé oficial do fusion.

Na década de 1970, formou o grupo fusion Return to Forever, ao lado dos brasileiros Airto Moreira e Flora Purim e do baixista Stanley Clarke e do saxofonista Joe Farrell. A segunda formação do Return contou com o baterista Lenny White e o guitarrista Al Dimeola. Em 1972, o Return gravou o álbum Light as a Feather, uma coleção de melodias de Jazz com sabor brasileiro, incluindo novas versões de "500 Miles High" e "Captain Marvel" e ainda aquela que o próprio Corea considerava a sua composição mais conhecida, "Spain".
Clarke, Corea, Di Meola e White formavam o quarteto fusion Return to Forever

Na década de 1980 formou a Chick Corea Elektric Band, com Dave Weckl (bateria), John Patitucci (baixo), Scott Henderson (guitarra), substituído por Frank Gambale, e Eric Marienthal (sax). Com uma pegada mais polular, Corea tocava basicamente sintetizadores, mas sem abrir mão de arranjos bem construídos e de sua categoria corriqueira. Nesta mesma época, com Weckl e Patitucci, também lançou discos no formato de trio acústico, chamado de Akoustic Band.

Dentro do jazz acústico, ele lançou discos que são referenciais como Tones for Joan’s Bones (1966), Now He Sings, Now He Sobs (1968), Cristal Silence (1973), ao lado do vibrafonista Gary Burton, My Spanish Heart (1976), Friends (1978), entre outros. Algumas de suas composições se tornaram standards do jazz como "Spain", "Windows", "500 Miles High", "La Fiesta" e "Armandos’s Rumba".
Ao lado do vibrafonista Gary Burton, lançou o aclamado disco Cristal Silence

Além de jazzista, atuou eventualmente como pianista em peças do repertório clássico – sua predileção era por Mozart – e escreveu peças sinfônicas como Piano Concerto No.1 e Spain for Sextet and Orchestra. No decorrer de cinco décadas carreira lançou discos em parcerias com diversos músicos, entre eles, Herbie Hancock, Gary Burton, Bobby McFerrin, Bela Fleck e Hiromi.

Chick Corea é o oitavo artista com mais prêmios grammy em todos os tempos, com 27 troféus. A primeira indicação aconteceu em 1973, pelo melhor arranjo instrumental com “Spain” e melhor performance de jazz com grupo por "Light as a feather". Ao todo, ele tem 67 indicações.




Fontes: TV Cultura, Musicosmos e Jornal de Negócios

quarta-feira, 15 de maio de 2024

JJA Jazz Awards 2024: os vencedores


Anualmente, a Jazz Journalists Association (Associação de Jornalistas de Jazz) faz uma votação para premiar os músicos que mais se destacaram no ano. Em 2024, a 28ª edição do JJA Jazz Awards premiou a baxista Christian McBride (foto) como jazzista do ano, e o baterista Jack DeJohnette pelo conjunto da obra.

O prêmio para o melhor disco de jazz ficou com o saxofonista Joshua Redman pelo álbum Where Are We, em parceria com a cantora Gabrielle Cavassa, lançado pela Blue Note. Ele superou artistas como Darcy James Argue’s Secret Society, Meshell Ndegeocello, John Scofield e Cécile McLorin Salvant. Redman também ficou com o prêmio de melhor saxofonista tenor. Na última premiação, o melhor disco foi para a baterista Terri Lyne Carrington, pelo álbum New Standards Vol. 1.

Na categoria melhor disco histórico, que aponta lançamentos de álbuns e gravações "perdidos" de grandes nomes do jazz, nunca antes lançados, o prêmio ficou com Evenings At The Village Gate, John Coltrane and Eric Dolphy, da Impulse! Records. Gravado no clube de jazz em Greenwich Village, na cidade de Nova York, em 1961, o disco trás McCoy Tyner (piano) e Elvin Jones (Bateria) acompanhando o dueto incediário dos saxofones de Coltrane e Dolphy.

Na categoria Conjunto da Obra, que sempre destaca um músico com mais de 40 anos de carreira, o vencedor foi o baterista Jack DeJohnette, que superou a baterista Terri Lyne Carrington, os saxofonistas George Coleman, Charles McPherson e Roscoe Mitchell, e o guitarrista John McLaughlin. Em 2023, o vitorioso nesta categoria foi o saxofonista Charles Lloyd.

Diferentemente de outras premiações, além dos músicos, também são premiados jornalistas e publicações relacionadas ao mundo do jazz. Entre os prêmios estão melhor revista, melhor blogue e o melhor livro. Você pode conhecer todos os vencedores no site oficial.
Jack DeJohnette tocou por 3 décadas no trio do pianista Keith Jarrett


Outro destaque são os Jazz Heroes, que premia pessoas que contribuiram para a divulgação do jazz. Neste ano, 36 pessoas de várias cidades dos Estados Unidos foram premiados. Conheça todos eles na página oficial.

Conheça os 28 vencedores na categoria melhor disco em todas as edições do JJA Jazz Awards awards clicando aqui.

CONJUNTO DA OBRA
Jack DeJohnette

MÚSICO
Christian McBride

REVELAÇÃO
Isaiah J. Thompson

COMPOSITOR
Billy Childs

ARRANJADOR
Darcy James Argue

DISCO
Where Are We - Joshua Redman (Blue Note Records)

DISCO HISTÓRICO
Evenings At The Village Gate - John Coltrane and Eric Dolphy (Impulse! Records)

GRAVADORA
Blue Note Records

PRODUTOR
Zev Feldman

CANTOR
Kurt Elling

CANTORA
Cécile McLorin Salvant

ORQUESTRA
Sun Ra Arkestra

CONJUNTO
Artemis

DUETO
Fred Hersch and Esperanza Spalding

TROMPETISTA
Ambrose Akinmusire

TROMBONISTA
Trombone Shorty

METAIS
Marcus Rojas (Tuba)

SOPROS
James Carter

SAXOFONISTA ALTO
Lakecia Benjamin

SAXOFONISTA TENOR
Joshua Redman

SAXOFONISTA BARÍTONO
Claire Daly

SAXOFONISTA SOPRANO
Branford Marsalis

CLARINETISTA
James Carter

FLAUTISTA
Nicole Mitchell

GUITARRISTA
Mary Halvorson

BAIXISTA
Linda May Han Oh

BAIXISTA ELÉTRICO

Eperanza Spalding

VIOLINISTA/HARPA/CELLO
Tomeka Reid

PIANISTA
Kenny Barron

TECLADISTA
Herbie Hancock

PERCUSSIONISTA
Kahil El’Zabar

VIBRAFONISTA
Joel Ross

BATERISTA
Brian Blade

INSTRUMENTO RARO NO JAZZ
Béla Fleck (banjo)









terça-feira, 30 de abril de 2024

International Jazz Day 2024


No dia 30 de abril de 2024, aconteceu a 13ª edição do International Jazz Day, que tem o objetivo de celebrar o jazz e promover a união de músicos de diferentes nações. Desta vez, o local escolhido foi a cidade africana de Tangier, no Marrocos, com a presença do mestre de cerimônia, o lendário pianista Herbie Hancock, que completou 84 anos em 12 de abril, e a participação do ator britânico Jeremy Irons.

No ano passado, não houve um concerto único ou um local específico para as apresentações, pelo contrário, elas aconteceram em 13 cidades diferentes (Rio de Janeiro, Casablanca, New York, Pequim, Johanesburgo, Paris, São Francisco, Viena, Washington, Beirute, Fairbanks, Honolulu e Marondera), espalhadas ao redor do globo.


Como de costume, em 2024, artistas de várias nacionalidades se revezaram no palco da cidade marroquina, entre eles, Abdellah El Gourd (Marrocos), Claudia Acuña (Chile), Ambrose Akinmusire (EUA), Lakecia Benjamin (EUA), Richard Bona (Camarões), Dee Dee Bridgewater (EUA), Moreira Chonguiça (Moçambique), Shemekia Copeland (EUA), Kurt Elling (EUA), Antonio Faraò (Itália), Melody Gardot (EUA), Jazzmeia Horn (EUA), JK Kim (Coréia do Sul), Magnus Lindgren (Suécia), Marcus Miller (EUA), Yasushi Nakamura (Japão), Tarek Yamani (Líbano).

O Brasil foi representado pelo violonista Romero Lumbambo, que mora nos Estados Unidos há vários anos. Em 2023, Lumbambo lançou em parceria com o violonista Chico Pinheiro o disco Two Brothers.



Abaixo você encontra a íntegra de algumas edições passadas, que aconteceram em Nova York (2022), Melbourne-Sydney (2019), São Petersburgo-Rússia (2018), Havana-Cuba (2017), Washington-EUA (2016), Paris-França (2015), Osaka-Japão (2014), Istambul-Turquia (2013) e Paris-França (2012). Também está disponível a edição de 2020, que foi inteiramente virtual, e a de 2023, que trouxe apresentações em diversos locais ao redor do planeta.