terça-feira, 15 de abril de 2025

NEA Jazz Masters ganha quatro novos membros em 2025


A National Endowment for the Arts (NEA) divulgou os nomes dos escolhidos para a edição de 2025 do NEA Jazz Masters. São eles: Marshall Allen (saxofonista), Marilyn Crispell (pianista), Chucho Valdés (pianista) e Gary Giddins (jornalista). A cerimônia acontecerá em 26 de abril de 2025, no John F. Kennedy Center for the Performing Arts, na capital Washington (EUA).

Em 2024, os vencedores foram Terence Blanchard (trompetista), Willard Jenkins (escritor e produtor), Amina Claudine Myers (cantora e pianista) e Gary Bartz (saxofonista).

Desde 1982, cerca de 177 personalidades, entre músicos, compositores, arranjadores, jornalistas, radialistas e escritores, receberam a honraria batizada de NEA Jazz Masters. Nomes como Count Basie, Sonny Rollins, Dizzy Gillespie, Miles Davis, Sarah Vaughan, Chick Corea, Ella Fitzgerald, Pat Metheny e Dan Morgenstern já foram premiados pela NEA.

Neste ano, o NEA traz o premiado mais longevo de toda a sua história de quatro décadas: Marshall Allen, que completou 100 anos de maio de 2024. Há sete décadas toca na Sun Ra Arkestra e, em em 1995, ele assumiu como líder da banda (após a morte de Sun Ra em 1993 e a morte de John Gilmore dois anos depois). Allen nasceu na Louisville, no estado norte-americano do Kentucky, e estudou saxofone alto em Paris, na década de 1940.



Já o pianista Chucho Valdés é uma dos músicos cubanos mais conhecidos no universo do jazz, com uma carreira de seios décadas, grande parte nos Estados Unidos. Chucho é filho do lendário pianista Bebo Váldes, e também um dos fundadores do grupo Irakere, que também contava com o trumpetista Arturo Sandoval e o saxofonista Paquito D’Rivera.

A pianista Marilyn Crispell não é muito popular entre os ouvintes de jazz, já que faz parte do movimento jazzista avant-garde, que é "naturalmente" um jazz mais difícil de ser degustado. Por dez anos, integrou o Anthony Braxton Quartet e o Reggie Workman Ensemble. Além de tocar, ela ministrou workshops de improvisação e realizou palestras/demonstrações em universidades e centros de arte nos EUA, Europa, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, além de colaborar com cinegrafistas, cineastas, dançarinos e poetas.

Por fim, o incansável jornalista e escritor Gary Giddins, que por três décadas foi colunista do jornal nova-iorquino Village Voice, e tem no currículo mais de duas dezenas de livros publicados, entre eles, Visions of Jazz: The First Century; Weather Bird: Jazz at the Dawn of Its Second Century; Satchmo: The Genius of Louis Armstrong, e Celebrating Bird: The Triumph of Charlie Parker. Certa vez, Giddins disse que escreve sobre jazz porque "o tema "Jubilee", de Louis Armstrong, de 1938, que deveria ser incluído em qualquer sistema de saúde universal, é um segredo bom demais para ser guardado".



VEJA ABAIXO TODOS OS VENCEDORES DO NEA JAZZ MASTERS


1982: Roy Eldridge, Dizzy Gillespie e Sun Ra
1983: Count Basie, Kenny Clarke e Sonny Rollins

1984: Ornette Coleman, Miles Davis e Max Roach
1985: Gil Evans, Ella Fitzgerald e Jonathan Jones

1986: Benny Carter, Dexter Gordon e Teddy Wilson
1987: Cleo Patra Brown, Melba Liston e Jay McShann

1988: Art Blakey, Lionel Hampton e Billy Taylor
1989: Barry Harris, Hank Jones e Sarah Vaughan

1990: George Russell, Cecil Taylor e Gerald Wilson<
1991: Danny Barker, Buck Clayton, Andy Kirk e Clark Terry

1994: Louie Bellson, Ahmad Jamal e Carmen McRae
1995: Ray Brown, Roy Haynes e Horace Silver

1996: Tommy Flanagan, Benny Golson e J.J. Johnson
1997: Billy Higgins, Milt Jackson e Anita O'Day

1998: Ron Carter, James Moody e Wayne Shorter
1999: Dave Brubeck, Art Farmer e Joe Henderson

2000: David Baker, Donald Byrd e Marian McPartland
2001: John Lewis, Jackie McLean e Randy Weston

2002: Frank Foster, Percy Heath e McCoy Tyner
2003: Jimmy Heath, Elvin Jones e Abbey Lincoln

2004: Jim Hall, Chico Hamilton, Herbie Hancock, Luther Henderson, Nat Hentoff e Nancy Wilson
2005: Kenny Burrell, Paquito D'Rivera, Slide Hampton, Shirley Horn, Artie Shaw, Jimmy Smith e George Wein

2006: Ray Barretto, Tony Bennett, Bob Brookmeyer, Chick Corea, Buddy DeFranco, Freddie Hubbard e John Levy
2007: Toshiko Akiyoshi, Curtis Fuller, Ramsey Lewis, Dan Morgenstern, Jimmy Scott, Frank Wess e Phil Woods

2008: Candido Camero, Andrew Hill, Quincy Jones, Tom McIntosh, Gunther Schuller, Joe Wilder
2009: George Benson, Jimmy Cobb, Lee Konitz, Toots Thielemans, Rudy Van Gelder e Snooky Young

2010: Muhal Richard Abrams, George Avakian, Kenny Barron, Bill Holman, Bobby Hutcherson, Yusef Lateef, Annie Ross e Cedar Walton
2011: Hubert Laws, David Liebman, Johnny Mandel, Orrin Keepnews e Marsalis Family (Ellis Marsalis, Jr., Branford Marsalis, Wynton Marsalis, Delfeayo Marsalis e Jason Marsalis

2012: Jack DeJohnette, Von Freeman, Charlie Haden, Sheila Jordan e Jimmy Owens
2013: Mose Allison, Lou Donaldson, Lorraine Gordon e Eddie Palmieri

2014: Jamey Aebersold, Anthony Braxton, Richard Davis e Keith Jarrett
2015: Carla Bley, George Coleman, Charles Lloyd e Joe Segal

2016: Gary Burton, Wendy Oxenhorn, Pharoah Sanders e Archie Shepp
2017: Dee Dee Bridgewater, Ira Gitler, Dave Holland, Dick Hyman e Lonnie Smith

2018: Pat Metheny, Dianne Reeves, Joanne Brackeen e Todd Barkan
2019: Bob Dorough, Abdullah Ibrahim, Maria Schneider e Stanley Crouch

2020: Bobby McFerrin, Roscoe Mitchell, Reggie Workman e Dorthaan Kirk
2021: Terri Lyne Carrington, Albert “Tootie” Heath, Henry Threadgill e Phil Schaap

2022: Stanley Clarke, Billy Hart, Cassandra Wilson e Donald Harrison, Jr
2023: Regina Carter, Kenny Garrett, Louis Hayes e Sue Mingus

2024: Gary Bartz, Terence Blanchard, Amina Claudine Myers e Willard Jenkins
2025: Marshall Allen, Marilyn Crispell, Chucho Valdés e Gary Giddins


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terça-feira, 4 de março de 2025

Kurt Rosenwinkel - Live at the Village Vanguard


Por 14 anos o Guia de Jazz esteve no ar com a missão de aproximar os internautas ao jazz. Um dos tópicos mais visitados era o de dicas de CDs, no qual dezenas de discos eram indicados e resenhados por mim. Infelizmente, com o fim do site em setembro de 2015, todo esse acervo foi "perdido".

Mas não totalmente perdido. Além do livro Jazz ao Seu Alcance - que traz todo o conteúdo do guia (dicas de CDs, DVDs, livros, entrevistas e muito mais) - você encontrará quinzenalmente neste blog algumas dicas de CDs publicadas anteriormente no site Guia de Jazz.

Sempre que possível, ao final de cada resenha você encontrará vídeos do Youtube com algumas faixas do disco indicado para escutar. Boa leitura e audição. Veja outras dicas de CDs aqui.

Kurt Rosenwinkel - The Remedy - Live at the Village Vanguard (2008)


A liberdade é a principal ferramenta do jazz. No jargão musical, isso quer dizer improvisar, ou seja, deixar a música fluir, sem fronteiras. Nas últimas duas décadas, uma infinidades de novos músicos tem provado que não há limites para o jazz e para a inquietação natural presente na maioria dos jazzistas. É neste universo que vive o guitarrista norte-americano Kurt Rosenwinkel.

O talento do músico é comparado a guitarristas como Pat Metheny, John Scofield e Bill Frisell. Mas Rosenwinkel já declarou que seu toque é como se fosse a união entre Allan Holdsworth e Grant Green, dois guitarristas de épocas e toques distintos.

A inquietação do guitarrista está totalmente explícita no disco duplo ao vivo The Remedy: Live at the Village Vanguard, gravado ao vivo na tradicional casa de jazz de Nova Iorque, em 2006. Ao seu lado estão Mark Turner (sax), Aaron Goldberg (piano), Joe Martin (baixo) e Eric Harland (bateria). A apresentação no mitológico Village marca a maturidade artística do guitarrista, autor de sete das oito músicas apresentadas aqui.

A média de duração de cada música é de 13 minutos. Com isso, cada músico tem seu momento solo na maioria das músicas, com destaque para o sax de Turner, a guitarra de Rosenwinkel e o piano de Goldberg. Logo de saída, o ouvinte é nocauteado com “Chords”, de 16 minutos, na qual o guitarrista sola de forma enérgica e eloquente, seguido depois pelo solo de sax e no sequência o piano.

O ouvinte é brindado em seguida com “The Remedy”, um tema mais introspectivo, mas não menos hipnotizante e criativo. Em “Flute”, o piano de Goldberg é o destaque. A catarse acontece em “A Life Unfolds”, com quase 18 minutos de duração. Assim como no primeiro disco, o CD 2 também começa em ritmo acelerado com “View From Moscow” e depois com a delicada “Terra Nova”.

Kurt Rosenwinkel tem mais uma dezena de CDs para ser degustado. Em todos eles, o ouvinte encontrará um músico ciente de seu papel dentro do jazz atual e um guitarrista maduro o suficiente para continuar sua obra nas próximas três décadas.



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domingo, 9 de fevereiro de 2025

Borandá lança série documental Harmonias Paulistas


A Borandá Produções lançou no início de fevereiro a série documental Harmonias Paulistas, com seis episódios, apresentando alguns dos mais importantes instrumentistas do estado de São Paulo como protagonistas, revelando histórias guardadas, alguns momentos-chave que, embora desconhecidos do público, foram absolutamente transformadores, determinantes ou muito marcantes em suas carreiras.


Sob a condução do jornalista e crítico musical Carlos Calado, e com direção artística de Gisella Gonçalves, idealizadora do projeto, cada episódio tem duração entre 16 e 20 minutos, sempre com artistas que são referência em seus respectivos instrumentos: Paulo Bellinati (violão), Roberta Valente (pandeiro), Adriana Holtz (violoncelo), Alexandre Ribeiro (clarinete), Heloísa Fernandes (piano) e Toninho Ferragutti (acordeom).

A série retrata a versatilidade da música paulista da atualidade, através destes músicos que transitam por diversos gêneros, do choro tradicional à música erudita, passando pelo jazz, o forró e a música caipira de raiz. Em uma homenagem especial ao nosso eterno "maestro soberano", cada episódio se encerra com uma performance exclusiva em estúdio, onde o protagonista do episódio interpreta uma obra de Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim (1927-1994).

"A proposta da série é ser algo mais do que uma série documental de entrevistas. A atuação do jornalista e crítico musical Carlos Calado é fundamental, sempre no sentido de levar os protagonistas a falarem de si, da música que fazem e de suas carreiras de uma maneira, a um só tempo, espontânea e profunda, sentida. Em entrevistas prévias às gravações, o jornalista identificou histórias peculiares na vida de cada um deles e apontou locais relevantes em suas trajetórias de vida para as gravações. Assim, a Sala do Conservatório foi o cenário das gravações de Paulo Bellinati e Heloísa Fernandes, já que ambos estudaram, em épocas distintas, no hoje extinto Conservatório Dramático e Musical de São Paulo", destacou o comunicado da Borandá.

O primeiro episódio, com o violonista Paulo Bellinati, você pode conferir na íntegra logo abaixo. O próximo será com a panderista Roberta Valente, que entrará no site oficial da Borandá no dia 20 de fevereiro, às 20h. E os outros quatro episódios restantes vão ao ar sempre as quartas.





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