Outro ano acaba e com ele ficam boas e más lembranças, bons e maus momentos. Essa é a graça de viver, não é mesmo?
Um dos bons momentos no jazz em 2018, sem dúvida nenhuma, foi a descoberta do disco "perdido" do saxofonista John Coltrane.
Em julho, Both Directions at Once: The Lost Album chegou às lojas e arrebatou os fãs sempre sedentos por novos e raros registro deste que é considerado um dos mais importantes músicos de jazz de todos os tempo.
O disco traz uma gravação feita em 6 de março de 1963, nos estúdios de Rudy Van Gelder, em Nova Jersey. Ao lado do saxofonista está Jimmy Garrison (baixo), Elvin Jones (bateria) e McCoy Tyner (piano).
As gravações perdidas foram descobertas com a primeira mulher de Coltrane, Juanita Naima Coltrane. Das sete faixas encontradas, duas composições originais são inéditas, "Untitled Original 11383" e "Untitled Original 11386", ambas tocadas com saxofone soprano. Outra composição descoberta, "One Up, One Down", nunca tinha tinha sido gravada em estúdio, apenas em apresentações ao vivo.
O ano também trouxe outros lançamento de pesos pesados, entre eles Bill Frisell, Tony Bennett, Charles Lloyd, Wayne Shorter, Joe Lovano, John Scofield, Dr. Lonnie Smith (foto ao lado), Dave Holland e Bob James, todos veteranos que já passaram dos 65 anos.
Veja no final deste texto uma relação com os "principais" discos de 2018, que inclui Brad Mehdaul, Joshua Redman, Kurt Elling e Cécile McLorin Salvant.
O ano de 2018 teve uma boa safra de shows no país. A novidade foi o "novo" festival de jazz patrocinado pelo Sesc. O antigo Jazz na Fábrica virou Sesc Jazz. Mas a essência do festival continuou a mesma, ou seja, uma visão ampla do universo do jazz.
Entre as atrações que tocaram no evento estavam a saxofonista Melissa Aldana, o pianista Stefano Bollani, o duo Isfar Sarabski e Shahriyar Imanov, o guitarrista Fred Frith, o saxofonista Henry Threadgill, o pianista Vijay Iye, o saxofonista Archie Shepp e o veterano pianista brasileiro Dom Salvador.
Outros festivais, entre eles, Jazz & Blues (CE), Ilha Bela (SP), BB Seguros de Jazz e Blues (SP), POA Festival (RS) e
Sampa Jazz (SP), também ofereceram grandes atrações. Nomes internacionais como Richard Bona, Paolo Fresu & Chano Dominguez, Ambrose Akinmusire e Al Di Meola dividiram as atenções com os brasileiros Hermeto Pascoal, Airto Moreira, Pepeu Gomes, Leo Ganderman, Dori Caymmi, Juarez Moreira, Maurício Einhorn e Nelson Farias.
Além dos festivais, é importante registrar as turnês da cantora Diana Krall (foto ao lado), do pianista Herbie Hancock e do guitarrista John Pizzarelli, que trouxe o show em comemoração aos 50 anos do disco Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim.
Nos shows, ao lado de Pizzarelli, estava Daniel Jobim, neto de Tom Jobim.
Outro destaque positivo foi a casa Blue Note Rio. Inaugurada em agosto de 2017, a casa se consolidou este ano como o mais importante local de shows da capital Fluminense.
Em 2018, os cariocas tiveram a oportunidade de assistir no Blue Note nomes como Antonio Adolfo, Wagner Tiso, Zé Paulo Becker, Richard Bona, Os Bossa Nova (Roberto Menescal, Carlos Lyra, Marcos Valle e João Donato), Ambrose Akinmusire, Isfar Sarabski Trio e Shahriyar Imanov, Fernanda Takai, Eliane Elias, Danilo Caymmi, Incognito, João Donato e Joyce Moreno.
Donato, Menescal, Lyra e Valle lotam o Blue Note com o show Os Bossa Nova
Por falar em Blue Note, a casa anunciou a abertura de uma filial paulista em fevereiro de 2019. O endereço escolhido não poderia ser mais emblemático, o Conjunto Nacional, que fica na avenida Paulista, esquina com rua Augusta. Nomes como Leny Andrade, João Bosco, Amilton Godoy, Toquinho, César Camargo Mariano e Azymuth já têm shows agendados para SP.
Outro destaque foi o documentário Quincy, exibido pela NetFlix. O programa conta a história do produtor Quincy Jones, considerado um dos mais importantes nomes da música mundial do século XX. O documentário acompanha o dia a dia do produtor de 85 anos e mostra como ele se tornou a lenda que trabalhou com Count Basie, Michael Jackson, George Benson e Frank Sinatra.
Em 2018, a cantora norte-americana Nina Simone entrou para Hall da Fama do Rock. É um feito e tanto para uma instituição que dá preferência a músicos de rock. Junto com Nina, Bon Jovi, The Cars, Dire Straits e Moody Blues também foram incluídos neste seleto grupo. Nina morreu em 2013, aos 70 anos de idade.
Infelizmente o jazz perdeu figuras importantes em 2018. A última delas, o trompetista Roy Hargrove (49) (foto ao lado), de ataque do coração, em novembro.
Quem também fará falta é o saxofonista Randy Weston (92), o pianista Cecil Taylor (89), o trompetista Hugh Masekela (78), o saxofonista Sonny Fortune (79), o percussionista Jerry González (69), o trompetista Tomasz Stańko (76), a cantora Aretha Franklin (76) e empresária Lorraine Gordon (95), proprietária da casa Village Vanguard, na cidade de Nova York.
Em 2019 cinco importantes figuras do jazz terão seu centenário comemorado. São eles: o cantor Nat King Cole (17/3), o pianista Lennie Tristano (19/3), o pianista George Shearing (13/8), o baterista Art Blakey (11/10) e a cantora Anita O'Day (18/10).
Outras efemérides que valem o registro é o aniversário de 90 anos do baterista Jimmy Cobb (20/1) e do saxofonista Benny Golson (25/1). Cobb é o único remanescente do grupo que acompanhou o trompetista Miles Davis no disco Kind Of Blue, de 1959, que contava ainda com John Coltrane, Bill Evans, Paul Chambers e Cannonball Adderley.
Golson (foto ao lado) é um dos mais prolixos compositores do jazz. De seu sax saíram temas como "Killer Joe", "I Remember Clifford", "Along Came Betty", "Stablemates", "Whisper Not" e "Are You Real".
Ao lado do saxofonista Sonny Rollins, Golson é um dos dois sobreviventes da antológica foto feita por Art Kane, em 1958, no bairro do Harlem, em Nov York, conhecida como A Great The In Harlem.
Outras três datas merecem destaque, os 60 anos da morte da cantora Billie Holiday e os 50 anos das mortes do saxofonistas Coleman Hawkins e do clarinetista Pee Wee Russel.
Holiday morreu aos 44 anos, no dia 17 de julho de 1959. Hawkins, que era o saxofonista predileto de Billie, morreu no dia 19 de maio de 1969, aos 64 anos, e Russel morreu em 15 de fevereiro de 1969, aos 62 anos.
2019 marca ainda o aniversário de 60 anos de quatro álbuns fundamentais na história do jazz. São eles: Kind of Blue (Miles Davis), Time Out (Dave Brubeck), Mingus Ah Um (Charles Mingus) e The Shape of Jazz to Come (Ornette Coleman). A importância destes discos foi destaque no documentário 1959: The Year that Changed Jazz. Veja o documentário nos players abaixo.
Outro fato que marcou 2018 foi a crise vivida pelas duas maiores redes de livrarias do país: Cultura e Saraiva. Ambas entraram com pedido de recuperação judicial. A Saraiva fechou 20 lojas em todo país e a Cultura fechou sua loja no centro do Rio de Janeiro. Vale lembrar que a Livraria Cultura tinha adquirido as 12 lojas da francesa FNAC no Brasil, mas fechou todas em menos de dois anos.
O que vai acontecer com as duas redes de livrarias ainda não foi decidido. O fato é que o mercado editorial precisa ser repensado para continuar vivo. Em contrapartida, a livraria carioca Travessa e a mineira Leitura anunciaram que devem expandir suas lojas físicas nos próximos anos. Diante de realidades tão diferentes, é difícil fazer uma previsão do que acontecerá nos próximos anos.
Veja abaixo alguns álbuns lançados em 2018:
Tony Bennett e Diana Krall (Love is Here to Stay,)
Cécile McLorin Salvant (The Window)
Joshua Redman (Still Dreaming)
Luciana Souza (The Book of Longing)
Eliane Elias (Music from Man of La Mancha)
Medeski Martin & Wood (Omnisphere)
Bob James (Espresso)
Dave Holland (Uncharted Territories)
Kurt Elling ( The Questions)
Dr. Lonnie Smith (All In My Mind)
John Scofield (Combo 66)
Bill Frisell (Music IS)
Wayne Shorter (Emanon)
Andrew Cyrille (Lebroba)
Charles Lloyd & The Marvels (Vanished Gardens)
Madeleine Peyroux (Anthem)
Joe Lovano & Dave Douglas Sound Prints (Scandal)
The Bad Plus (Never Stop II)
Kamasi Washington (Heaven and Earth)
Brad Mehldau (Seymour Reads The Constitution)
segunda-feira, 17 de dezembro de 2018
sexta-feira, 7 de dezembro de 2018
Grammy 2019: os indicados
No dia 7 de dezembro foram divulgados os indicados ao prêmio Grammy, que em 2019 chega a sua 61ª edição. Os vencedores serão conhecidos no dia 10 de fevereiro.
Ao todo são 84 categorias. O jazz tem cinco categorias, entre elas melhor disco de jazz vocal e melhor disco de jazz instrumental.
Entre os vocalistas, Cécile McLorin Salvant e Kurt Elling (foto ao lado) são os favoritos.
Depois do furação Diana Krall, na década de 1990, Cécile é, sem dúvida, a grande cantora de jazz dos últimos anos. Em 2016, ela levou o Grammy pelo disco For One To Love, e repetiu a dose em 2018, com o disco Dreams and Daggers. O veterano Elling também já faturou o seu Grammy, em 2010, com o álbum Dedicated to You.
A lista ainda traz o veterano Freddy Cole, o cantor Raul Midón e a cantora Kate McGarry, acompanhada do guitarrista Keith Ganz e do pianista Gary Versace.
Já entre os indicados a melhor disco, a disputa deve ficar entre o pianista Fred Hersch e o saxofonista Joshua Redman (foto abaixo). Ambos tiveram várias indicações, mas nenhum deles levou o prêmio. Completam as indicações a saxofonista Tia Fuller, o pianista Brad Mehldau e o veterano saxofonista Wayne Shorter, com o CD triplo Emanon.
O cantor Gregory Porter, vencedor de dois Grammy na categoria melhor disco de jazz vocal, desta vez concorre na categoria melhor disco vocal pop tradicional, com o álbum em tributo a Nat King Cole.
Nesta mesma categoria está a parceria entre Tony Bennett & Diana Krall, que lançaram um álbum com canções de Gershwin, o inglês Seal, com standards de jazz, o veterano cantor country Willie Nelson e a eterna Barbra Streisand.
Outra categoria que também traz músicos de jazz é a de melhor disco instrumental contemporâneo. Entre os cinco indicados, o baixista Marcus Miller e o guitarrista Julian Lage são os favoritos. Miller já conquistou dois Grammy. Destaque também para os bateristas Simon Phillips e o veterano Steve Gadd.
Cécile recebe seu primeiro Grammy, pelo disco For One To Love, em 2016
Neste ano não há músicos brasileiros indicados. O Brasil aparece apenas no disco Heart Of Brazil, do clarinetista e saxofonista Eddie Daniels, que concorre na categoria melhor disco de jazz latino. No álbum, o veterano músico faz um tributo ao multi-instrumentista Egberto Gismonti.
OS INDICADOS:
Improvised Jazz Solo
• "Some Of That Sunshine"
Regina Carter, soloist
Some Of That Sunshine (Karrin Allyson)
• "Don't Fence Me In"
John Daversa, soloist
American Dreamers: Voices Of Hope, Music Of Freedom (John Daversa Big Band Featuring DACA Artists)
• "We See"
Fred Hersch, soloists
Live In Europe (Fred Hersch Trio)
• "De-Dah"
Brad Mehldau, soloist
Seymour Reads The Constitution! (Brad Mehldau Trio)
• "Cadenas"
Miguel Zenón, soloist
Yo Soy La Tradición (Miguel Zenón Featuring Spektral Quartet)
Best Jazz Vocal Album
• My Mood Is You
Freddy Cole
• The Questions
Kurt Elling
• The Subject Tonight Is Love
Kate McGarry With Keith Ganz & Gary Versace
• If You Really Want
Raul Midón With The Metropole Orkest Conducted By Vince Mendoza
• The Window
Cécile McLorin Salvant
Best Jazz Instrumental Album
• Diamond Cut
Tia Fuller
• Live In Europe
Fred Hersch Trio
• Seymour Reads The Constitution!
Brad Mehldau Trio
• Still Dreaming
Joshua Redman, Ron Miles, Scott Colley & Brian Blade
• Emanon
The Wayne Shorter Quartet
Best Large Jazz Ensemble Album
• All About That Basie
The Count Basie Orchestra Directed By Scotty Barnhart
• American Dreamers: Voices Of Hope, Music Of Freedom
John Daversa Big Band Featuring DACA Artists
• Presence
Orrin Evans And The Captain Black Big Band
• All Can Work
John Hollenbeck Large Ensemble
• Barefoot Dances And Other Visions
Jim McNeely & The Frankfurt Radio Big Band
Best Latin Jazz Album
• Heart Of Brazil
Eddie Daniels
• Back To The Sunset
Dafnis Prieto Big Band
• West Side Story Reimagined
Bobby Sanabria Multiverse Big Band
• Cinque
Elio Villafranca
• Yo Soy La Tradición
Miguel Zenón Featuring Spektral Quartet
Traditional Pop Vocal Album
• Love Is Here To Stay
Tony Bennett & Diana Krall
• My Way
Willie Nelson
• Nat "King" Cole & Me
Gregory Porter
• Standards (Deluxe)
Seal
• The Music...The Mem'ries...The Magic!
Barbra Streisand
Contemporary Instrumental Album
• The Emancipation Procrastination
Christian Scott aTunde Adjuah
• Steve Gadd Band
Steve Gadd Band
• Modern Lore
Julian Lage
• Laid Black
Marcus Miller
• Protocol 4
Simon Phillips
Ao todo são 84 categorias. O jazz tem cinco categorias, entre elas melhor disco de jazz vocal e melhor disco de jazz instrumental.
Entre os vocalistas, Cécile McLorin Salvant e Kurt Elling (foto ao lado) são os favoritos.
Depois do furação Diana Krall, na década de 1990, Cécile é, sem dúvida, a grande cantora de jazz dos últimos anos. Em 2016, ela levou o Grammy pelo disco For One To Love, e repetiu a dose em 2018, com o disco Dreams and Daggers. O veterano Elling também já faturou o seu Grammy, em 2010, com o álbum Dedicated to You.
A lista ainda traz o veterano Freddy Cole, o cantor Raul Midón e a cantora Kate McGarry, acompanhada do guitarrista Keith Ganz e do pianista Gary Versace.
Já entre os indicados a melhor disco, a disputa deve ficar entre o pianista Fred Hersch e o saxofonista Joshua Redman (foto abaixo). Ambos tiveram várias indicações, mas nenhum deles levou o prêmio. Completam as indicações a saxofonista Tia Fuller, o pianista Brad Mehldau e o veterano saxofonista Wayne Shorter, com o CD triplo Emanon.
O cantor Gregory Porter, vencedor de dois Grammy na categoria melhor disco de jazz vocal, desta vez concorre na categoria melhor disco vocal pop tradicional, com o álbum em tributo a Nat King Cole.
Nesta mesma categoria está a parceria entre Tony Bennett & Diana Krall, que lançaram um álbum com canções de Gershwin, o inglês Seal, com standards de jazz, o veterano cantor country Willie Nelson e a eterna Barbra Streisand.
Outra categoria que também traz músicos de jazz é a de melhor disco instrumental contemporâneo. Entre os cinco indicados, o baixista Marcus Miller e o guitarrista Julian Lage são os favoritos. Miller já conquistou dois Grammy. Destaque também para os bateristas Simon Phillips e o veterano Steve Gadd.
Cécile recebe seu primeiro Grammy, pelo disco For One To Love, em 2016
Neste ano não há músicos brasileiros indicados. O Brasil aparece apenas no disco Heart Of Brazil, do clarinetista e saxofonista Eddie Daniels, que concorre na categoria melhor disco de jazz latino. No álbum, o veterano músico faz um tributo ao multi-instrumentista Egberto Gismonti.
OS INDICADOS:
Improvised Jazz Solo
• "Some Of That Sunshine"
Regina Carter, soloist
Some Of That Sunshine (Karrin Allyson)
• "Don't Fence Me In"
John Daversa, soloist
American Dreamers: Voices Of Hope, Music Of Freedom (John Daversa Big Band Featuring DACA Artists)
• "We See"
Fred Hersch, soloists
Live In Europe (Fred Hersch Trio)
• "De-Dah"
Brad Mehldau, soloist
Seymour Reads The Constitution! (Brad Mehldau Trio)
• "Cadenas"
Miguel Zenón, soloist
Yo Soy La Tradición (Miguel Zenón Featuring Spektral Quartet)
Best Jazz Vocal Album
• My Mood Is You
Freddy Cole
• The Questions
Kurt Elling
• The Subject Tonight Is Love
Kate McGarry With Keith Ganz & Gary Versace
• If You Really Want
Raul Midón With The Metropole Orkest Conducted By Vince Mendoza
• The Window
Cécile McLorin Salvant
Best Jazz Instrumental Album
• Diamond Cut
Tia Fuller
• Live In Europe
Fred Hersch Trio
• Seymour Reads The Constitution!
Brad Mehldau Trio
• Still Dreaming
Joshua Redman, Ron Miles, Scott Colley & Brian Blade
• Emanon
The Wayne Shorter Quartet
Best Large Jazz Ensemble Album
• All About That Basie
The Count Basie Orchestra Directed By Scotty Barnhart
• American Dreamers: Voices Of Hope, Music Of Freedom
John Daversa Big Band Featuring DACA Artists
• Presence
Orrin Evans And The Captain Black Big Band
• All Can Work
John Hollenbeck Large Ensemble
• Barefoot Dances And Other Visions
Jim McNeely & The Frankfurt Radio Big Band
Best Latin Jazz Album
• Heart Of Brazil
Eddie Daniels
• Back To The Sunset
Dafnis Prieto Big Band
• West Side Story Reimagined
Bobby Sanabria Multiverse Big Band
• Cinque
Elio Villafranca
• Yo Soy La Tradición
Miguel Zenón Featuring Spektral Quartet
Traditional Pop Vocal Album
• Love Is Here To Stay
Tony Bennett & Diana Krall
• My Way
Willie Nelson
• Nat "King" Cole & Me
Gregory Porter
• Standards (Deluxe)
Seal
• The Music...The Mem'ries...The Magic!
Barbra Streisand
Contemporary Instrumental Album
• The Emancipation Procrastination
Christian Scott aTunde Adjuah
• Steve Gadd Band
Steve Gadd Band
• Modern Lore
Julian Lage
• Laid Black
Marcus Miller
• Protocol 4
Simon Phillips
terça-feira, 4 de dezembro de 2018
Wayne Shorter é homenageado no Kennedy Center Honors
Anualmente, o governo dos Estados Unidos homenageia personalidades do mundo artístico (músicos, atores, escritores, cineastas....) com o prêmio John F. Kennedy, o maior reconhecimento cultural dos EUA.
Durante a cerimônia, os homenageados são ciceroneados pelo presidente norte-americano e pela primeira-dama. Pelo segundo ano consecutivo, o presidente Donald Trump e sua mulher, Melania, não compareceram à cerimônia. É a primeira vez, em 40 anos da premiação, que um presidente norte-americano não comparece por dois anos seguidos ao evento.
Como de costume, um orador é escalado para falar algumas palavras sobre o premiado. Coube ao pianista Jason Moran esta honra. Moran elevou a música de Shorter a algo celestial e afirmou que sua música tem um lugar especial na galáxia.
"Eu posso dizer com certeza que neste momento, em algum lugar da galáxia, alguém está tocando uma de suas composições", completou Moran.
Um grupo de músicos liderado pela baterista Terri Lyne Carrington tocou um medley com composições de Shorter, incluindo “Footprints,” “Elegant People,” “Joy Ryder,” “Over Shadow Hill Way” e “Endangered Species”, esta último cantada pela baixista Esperanza Spalding.
Além de Esperanza e Terri, participaram do tributo os pianistas Herbie Hancock e Danilo Pérez, os saxofonistas Joe Lovano e Tineke Postma, os baixistas John Patitucci e Alphonso Johnson, o baterista Brian Blade e o percussionista Alex Acuña.
Wayne Shorter participa da 41ª edição do Kennedy Center Honors (Greg Allen/AP)
Wayne, de 85 anos, é um dos maiores músicos de jazz em atividade. Em seis décadas de carreira, ele tocou ao lado de gigantes do jazz como Art Blakey, Herbie Hancock e Miles Davis e foi um dos membros fundadores do grupo Weather Report, na década de 1970. Ele também recebeu 10 prêmios Grammy e o prêmio de Música Polar da Suécia, conhecido como o "Nobel" da música, em 2017.
Em 2018, o saxofonista lançou pela gravadora Blue Note o CD triplo Emanon. O disco traz Shorter acompanhado pelo trio formado por Perez, Patitucci e Blade e pela Orpheus Chamber Orchestra.
Das dez músicas, seis foram gravadas ao vivo com formação de quarteto, em 2015, e o restante acompanhado pela orquestra, gravado em 2013. Escute nos players abaixo os temas "Prometheus Unbound" e "The Three Marias".
A primeira edição do prêmio Kennedy aconteceu em 1978. Em quatro décadas, vários jazzistas foram homenageados. Veja abaixo a relação. O ano da premiação está entre parênteses.
Ella Fitzgerald (1979)
Count Basie (1981)
Benny Goodman (1982)
Frank Sinatra (1983)
Lena Horne (1984)
Ray Charles (1986)
Dizzy Gillespie (1990)
Lionel Hampton (1992)
Benny Carter (1996)
Quincy Jones (2001)
Tonny Bennet (2005)
Dave Bruceck (2009)
Sonny Rollins (2011)
Herbie Hancock (2013)
Wayne Shorter (2018)
Durante a cerimônia, os homenageados são ciceroneados pelo presidente norte-americano e pela primeira-dama. Pelo segundo ano consecutivo, o presidente Donald Trump e sua mulher, Melania, não compareceram à cerimônia. É a primeira vez, em 40 anos da premiação, que um presidente norte-americano não comparece por dois anos seguidos ao evento.
Como de costume, um orador é escalado para falar algumas palavras sobre o premiado. Coube ao pianista Jason Moran esta honra. Moran elevou a música de Shorter a algo celestial e afirmou que sua música tem um lugar especial na galáxia.
"Eu posso dizer com certeza que neste momento, em algum lugar da galáxia, alguém está tocando uma de suas composições", completou Moran.
Um grupo de músicos liderado pela baterista Terri Lyne Carrington tocou um medley com composições de Shorter, incluindo “Footprints,” “Elegant People,” “Joy Ryder,” “Over Shadow Hill Way” e “Endangered Species”, esta último cantada pela baixista Esperanza Spalding.
Além de Esperanza e Terri, participaram do tributo os pianistas Herbie Hancock e Danilo Pérez, os saxofonistas Joe Lovano e Tineke Postma, os baixistas John Patitucci e Alphonso Johnson, o baterista Brian Blade e o percussionista Alex Acuña.
Wayne Shorter participa da 41ª edição do Kennedy Center Honors (Greg Allen/AP)
Wayne, de 85 anos, é um dos maiores músicos de jazz em atividade. Em seis décadas de carreira, ele tocou ao lado de gigantes do jazz como Art Blakey, Herbie Hancock e Miles Davis e foi um dos membros fundadores do grupo Weather Report, na década de 1970. Ele também recebeu 10 prêmios Grammy e o prêmio de Música Polar da Suécia, conhecido como o "Nobel" da música, em 2017.
Em 2018, o saxofonista lançou pela gravadora Blue Note o CD triplo Emanon. O disco traz Shorter acompanhado pelo trio formado por Perez, Patitucci e Blade e pela Orpheus Chamber Orchestra.
Das dez músicas, seis foram gravadas ao vivo com formação de quarteto, em 2015, e o restante acompanhado pela orquestra, gravado em 2013. Escute nos players abaixo os temas "Prometheus Unbound" e "The Three Marias".
A primeira edição do prêmio Kennedy aconteceu em 1978. Em quatro décadas, vários jazzistas foram homenageados. Veja abaixo a relação. O ano da premiação está entre parênteses.
Ella Fitzgerald (1979)
Count Basie (1981)
Benny Goodman (1982)
Frank Sinatra (1983)
Lena Horne (1984)
Ray Charles (1986)
Dizzy Gillespie (1990)
Lionel Hampton (1992)
Benny Carter (1996)
Quincy Jones (2001)
Tonny Bennet (2005)
Dave Bruceck (2009)
Sonny Rollins (2011)
Herbie Hancock (2013)
Wayne Shorter (2018)
sexta-feira, 30 de novembro de 2018
Gary Burton - Like Minds
Por 14 anos o Guia de Jazz esteve no ar com a missão de aproximar os internautas ao jazz.
Um dos tópicos mais visitados era o de dicas de CDs, no qual dezenas de discos eram indicados e resenhados por mim.
Infelizmente, com o fim do site em setembro de 2015, todo esse acervo foi "perdido".
Mas não totalmente perdido. Além do livro Jazz ao Seu Alcance - que traz todo o conteúdo do guia (dicas de CDs, DVDs, livros, entrevistas e muito mais) - você encontrará quinzenalmente neste blog algumas dicas de CDs publicadas anteriormente no site Guia de Jazz.
Sempre que possível, ao final de cada resenha você encontrará vídeos do Youtube com algumas faixas do disco indicado para escutar. Boa leitura e audição. Veja outras dicas de CDs aqui
Gary Burton - Like Minds (1998)
O jazz é uma das mais libertárias expressões culturais inventadas no século XX. O encontro de músicos de jazz é sempre um momento de criatividade, altivez e aprendizado. Mas quando isso acontece entre cinco jazzistas com carreiras de sucesso consolidadas tudo fica ainda mais saboroso.
O disco Like Minds tem uma das mais impressionantes formações das últimas duas décadas. Comandado pelo veterano vibrafonista norte-americano Gary Burton, o álbum conta com a guitarra de Pat Metheny, o piano de Chick Corea, o baixo de Dave Holland e a bateria de Roy Haynes, todos com mais de 50 anos, com exceção de Metheny, que tinha 44 anos em 1998.
O professor Burton - que lecionava na famosa escola Berklee de música, nos EUA - descobriu o jovem Metheny no início da década de 1970, e gravou os discos Crystal Silence, em 1973, e Hot House, em 2012, com Corea.
O pianista tocou no grupo de Miles Davis ao lado de Holland, que gravou o disco Question and Answer, em 1990, em formação de trio, ao lado de Metheny e Haynes, que também flertou no decorrer de sua longa carreira com Corea e Burton. Outra curiosidade é que antes de Like Minds, Corea e Metheny - que em 1998 já eram músicos do primeiro escalão do jazz - nunca tinham se encontrado em estúdio.
Burton, Corea, Metheny, Holland e Haynes durante a gravação do disco.
O disco abre com “Question and Answers”, composta por Metheny, com destaque para a parceria guitarra-vibrafone. Mas o bicho pega mesmo em “Elucidation”, uma porrada sonora com solos de Corea e Metheny, e em “Windows”, composta por Corea. O clima volta a ficar introspectivo na balada “F utures”, com 10 minutos de duração.
A única música não autoral do disco é “Soon”, de George e Ira Gershwin, na qual a sempre precisa bateria de Haynes está mais evidente. O disco fecha com “Straight Up and Down, uma viagem sonora de nove minutos.
Um último detalhes sobre este disco foi a conquista do Grammy de melhor disco de jazz em 2000. Nada mal para um quinteto que tem entre seus membros dois dos maiores recordistas de Grammy na história do jazz, Chick Corea e Pat Metheny.
Um dos tópicos mais visitados era o de dicas de CDs, no qual dezenas de discos eram indicados e resenhados por mim.
Infelizmente, com o fim do site em setembro de 2015, todo esse acervo foi "perdido".
Mas não totalmente perdido. Além do livro Jazz ao Seu Alcance - que traz todo o conteúdo do guia (dicas de CDs, DVDs, livros, entrevistas e muito mais) - você encontrará quinzenalmente neste blog algumas dicas de CDs publicadas anteriormente no site Guia de Jazz.
Sempre que possível, ao final de cada resenha você encontrará vídeos do Youtube com algumas faixas do disco indicado para escutar. Boa leitura e audição. Veja outras dicas de CDs aqui
Gary Burton - Like Minds (1998)
O jazz é uma das mais libertárias expressões culturais inventadas no século XX. O encontro de músicos de jazz é sempre um momento de criatividade, altivez e aprendizado. Mas quando isso acontece entre cinco jazzistas com carreiras de sucesso consolidadas tudo fica ainda mais saboroso.
O disco Like Minds tem uma das mais impressionantes formações das últimas duas décadas. Comandado pelo veterano vibrafonista norte-americano Gary Burton, o álbum conta com a guitarra de Pat Metheny, o piano de Chick Corea, o baixo de Dave Holland e a bateria de Roy Haynes, todos com mais de 50 anos, com exceção de Metheny, que tinha 44 anos em 1998.
O professor Burton - que lecionava na famosa escola Berklee de música, nos EUA - descobriu o jovem Metheny no início da década de 1970, e gravou os discos Crystal Silence, em 1973, e Hot House, em 2012, com Corea.
O pianista tocou no grupo de Miles Davis ao lado de Holland, que gravou o disco Question and Answer, em 1990, em formação de trio, ao lado de Metheny e Haynes, que também flertou no decorrer de sua longa carreira com Corea e Burton. Outra curiosidade é que antes de Like Minds, Corea e Metheny - que em 1998 já eram músicos do primeiro escalão do jazz - nunca tinham se encontrado em estúdio.
Burton, Corea, Metheny, Holland e Haynes durante a gravação do disco.
O disco abre com “Question and Answers”, composta por Metheny, com destaque para a parceria guitarra-vibrafone. Mas o bicho pega mesmo em “Elucidation”, uma porrada sonora com solos de Corea e Metheny, e em “Windows”, composta por Corea. O clima volta a ficar introspectivo na balada “F utures”, com 10 minutos de duração.
A única música não autoral do disco é “Soon”, de George e Ira Gershwin, na qual a sempre precisa bateria de Haynes está mais evidente. O disco fecha com “Straight Up and Down, uma viagem sonora de nove minutos.
Um último detalhes sobre este disco foi a conquista do Grammy de melhor disco de jazz em 2000. Nada mal para um quinteto que tem entre seus membros dois dos maiores recordistas de Grammy na história do jazz, Chick Corea e Pat Metheny.
quarta-feira, 14 de novembro de 2018
Rawsey Lewis comanda o Legends Of Jazz
Lá no século XX, pelo menos nos Estados e na Europa, era comum encontrar programas de jazz na televisão, entre eles o Jazz 625, no Reino Unido, o Jazz Casual, comandado pelo americano Ralph J. Gleason, e o espanhol Jazz Entre Amigos, apresentado por Juan Claudio Cifuentes.
Felizmente, com a chegada da TV paga, a grade de programação aumentou consideravelmente, mas o jazz continua preterido por grande parte das emissoras. De vez em quando, um pequeno suspiro de esperança traz o jazz de volta. Atualmente, canais como o Arte 1 e o Bis oferecem timidamente espaço para alguns concertos de jazz.
A situação nos Estados Unidos também não é animadora. As tentativas de oferecer um espaço mais nobre para o jazz não tem surtido efeito prático. Uma das últimas tentativas aconteceu em 2006, no canal norte-americano PBS, com o programa Legends of Jazz, apresentado pelo pianista Rawsey Lewis (foto acima).
A cada edição, Lewis recebe jazzistas para um bate-papo e apresentações inspiradas. Ao todo foram produzidos 13 programas intitulados The Golden Horns, The Jazz Singers, Contemporary Jazz, The Altos, The Piano Masters, Roots Of Jazz: The Blues, The American Songbook, Latin Jazz, The Tenors, Brazilian Jazz, The Killer B'S e NEA Jazz Masters 2006.
A intenção da série é trazer músicos de diferentes formações e gerações para falarem um pouco sobre suas influências e seus processos de criação.
Apesar do bate-papo ser muito superficial, a iniciativa de colocar em um mesmo palco duplas como Jim Hall e Pat Metheny, Jane Monheit e John Pizzarelli, Robert Cray e Keb' Mo, Al Jarreau e Kurt Elling, Joey DeFrancesco e Dr. Lonnie Smith, por exemplo, é motivo suficiente para você assistir. Na foto acima, Rawsey Lewis ao lado dos trompetistas Roy Hargrove, Clark Terry (sentado) e Chris Botti, que participaram de um programa da série chamado The Golden Horns.
O Brasil ganha destaque com um programa especial estrelado pelo cantor Ivan Lins e o violonista Oscar Castro-Neves. No programa, "Águas de Março" , "Começar de Novo" e "Samba do Avião".
Outro destaque da série é o encontro dos guitarristas Pat Metheny e Jim Hall. Dois gênios da guitarra em um mesmo palco e interpretando o clássico "All The Things You Are", de Jerome Kern e Oscar Hammerstein II. Infelizmente o programa com Metheny e Hill é o único que não foi lançado no DVD da série.DVD traz uma compilação com os melhores momentos dos 13 programas
O programa, infelizmente, não sobreviveu à primeira temporada. Não ficou claro se foi cancelado por falta de interesse da emissora ou de patrocinadores, ou se terminou porque foi idealizado para ter apenas esse número de episódios. Mais uma tentativa de trazer jazz para "as massas" que não prosperou.
Os 13 programas estão disponíveis em DVD, vendidos separadamente por temporada, com 3 DVDs em cada box, que inclui 4 programas cada. Abaixo você encontra a relação completa de cada DVD e suas respectivas atrações.
Um quarto DVD intitulado Showcase, uma espécie de best of do programa, também foi lançado, com Clark Terry, Dave Brubeck e Benny Golson, Jane Monheit, John Pizzarelli, Chris Botti, entre outros.
DVDs
Volume 1
"The Golden Horns - Clark Terry, Roy Hargrove & Chris Botti
"The Jazz Singers - Al Jarreau & Kurt Elling
"Contemporary Jazz - George Duke, Lee Ritenour & Marcus Miller
"The Altos - David Sanborn & Phil Woods
Volume 2
"The Piano Masters - Dave Brubeck & Dr. Billy Taylor
"Roots: The Blues - Robert Cray & Keb' Mo'
"American Songbook - Jane Monheit & John Pizzarelli
"Latin Jazz - Eddie Palmieri & Dave Valentin
Volume 3
"The Tenors - Benny Golson, Chris Potter & Marcus Strickland
"Brazilian Jazz - Oscar Castro-Neves & Ivan Lins
"The Killer Bs - Joey DeFrancesco & Dr. Lonnie Smith
"NEA Jazz Masters 2006 - Tony Bennett, Chick Corea & Ray Barretto
REPERTÓRIO DVD SHOWCASE
Take 5 - AL JARREAU & KURT ELLING
My Funny Valentine - CHRIS BOTTI
The Panther - MARCUS MILLER, GEORGE DUKE, LEE RITENOUR
Senor Blues - DAVID SANBORN & PHIL WOODS
Armandos Rhumba - CHICK COREA
12 Year Old Boy - ROBERT CRAY & KEB MO
Killer Joe - BENNY GOLSON
The Island - IVAN LINS
Mumbles - CLARK TERRY
They Cant Take That Away From Me - JANE MONHEIT & JOHN PIZZARELLI
Obsession - DAVE VALENTIN
Take The A Train - DAVE BRUBECK & BILLY TAYLOR
Dear Lord - RAMSEY LEWIS
Veja abaixo, na íntegra, o episódio com os guitarristas Pat Metheny e Jim Hall:
"Samba do Avião", com Ivan Lins e Oscar Castro-Neves:
"Wes Bound", com Lee Ritenour, Marcus Miller, Vinnie Colaiuta e George Duke
"Killer Joe", com o saxofonista Benny Golson:
"The Panther", com Marcus Miller, Lee Ritenour e George Duke:
"Take Five", com Al Jarreau e Kurt Elling:
"They Can't Take That Away From Me", com Jane Monheit e John Pizzarelli:
"Mumbles", com Clark Terry:
"Senor Blues", com David Sanborn e Phil Woods:
Felizmente, com a chegada da TV paga, a grade de programação aumentou consideravelmente, mas o jazz continua preterido por grande parte das emissoras. De vez em quando, um pequeno suspiro de esperança traz o jazz de volta. Atualmente, canais como o Arte 1 e o Bis oferecem timidamente espaço para alguns concertos de jazz.
A situação nos Estados Unidos também não é animadora. As tentativas de oferecer um espaço mais nobre para o jazz não tem surtido efeito prático. Uma das últimas tentativas aconteceu em 2006, no canal norte-americano PBS, com o programa Legends of Jazz, apresentado pelo pianista Rawsey Lewis (foto acima).
A cada edição, Lewis recebe jazzistas para um bate-papo e apresentações inspiradas. Ao todo foram produzidos 13 programas intitulados The Golden Horns, The Jazz Singers, Contemporary Jazz, The Altos, The Piano Masters, Roots Of Jazz: The Blues, The American Songbook, Latin Jazz, The Tenors, Brazilian Jazz, The Killer B'S e NEA Jazz Masters 2006.
A intenção da série é trazer músicos de diferentes formações e gerações para falarem um pouco sobre suas influências e seus processos de criação.
Apesar do bate-papo ser muito superficial, a iniciativa de colocar em um mesmo palco duplas como Jim Hall e Pat Metheny, Jane Monheit e John Pizzarelli, Robert Cray e Keb' Mo, Al Jarreau e Kurt Elling, Joey DeFrancesco e Dr. Lonnie Smith, por exemplo, é motivo suficiente para você assistir. Na foto acima, Rawsey Lewis ao lado dos trompetistas Roy Hargrove, Clark Terry (sentado) e Chris Botti, que participaram de um programa da série chamado The Golden Horns.
O Brasil ganha destaque com um programa especial estrelado pelo cantor Ivan Lins e o violonista Oscar Castro-Neves. No programa, "Águas de Março" , "Começar de Novo" e "Samba do Avião".
Outro destaque da série é o encontro dos guitarristas Pat Metheny e Jim Hall. Dois gênios da guitarra em um mesmo palco e interpretando o clássico "All The Things You Are", de Jerome Kern e Oscar Hammerstein II. Infelizmente o programa com Metheny e Hill é o único que não foi lançado no DVD da série.
O programa, infelizmente, não sobreviveu à primeira temporada. Não ficou claro se foi cancelado por falta de interesse da emissora ou de patrocinadores, ou se terminou porque foi idealizado para ter apenas esse número de episódios. Mais uma tentativa de trazer jazz para "as massas" que não prosperou.
Os 13 programas estão disponíveis em DVD, vendidos separadamente por temporada, com 3 DVDs em cada box, que inclui 4 programas cada. Abaixo você encontra a relação completa de cada DVD e suas respectivas atrações.
Um quarto DVD intitulado Showcase, uma espécie de best of do programa, também foi lançado, com Clark Terry, Dave Brubeck e Benny Golson, Jane Monheit, John Pizzarelli, Chris Botti, entre outros.
DVDs
Volume 1
"The Golden Horns - Clark Terry, Roy Hargrove & Chris Botti
"The Jazz Singers - Al Jarreau & Kurt Elling
"Contemporary Jazz - George Duke, Lee Ritenour & Marcus Miller
"The Altos - David Sanborn & Phil Woods
Volume 2
"The Piano Masters - Dave Brubeck & Dr. Billy Taylor
"Roots: The Blues - Robert Cray & Keb' Mo'
"American Songbook - Jane Monheit & John Pizzarelli
"Latin Jazz - Eddie Palmieri & Dave Valentin
Volume 3
"The Tenors - Benny Golson, Chris Potter & Marcus Strickland
"Brazilian Jazz - Oscar Castro-Neves & Ivan Lins
"The Killer Bs - Joey DeFrancesco & Dr. Lonnie Smith
"NEA Jazz Masters 2006 - Tony Bennett, Chick Corea & Ray Barretto
REPERTÓRIO DVD SHOWCASE
Take 5 - AL JARREAU & KURT ELLING
My Funny Valentine - CHRIS BOTTI
The Panther - MARCUS MILLER, GEORGE DUKE, LEE RITENOUR
Senor Blues - DAVID SANBORN & PHIL WOODS
Armandos Rhumba - CHICK COREA
12 Year Old Boy - ROBERT CRAY & KEB MO
Killer Joe - BENNY GOLSON
The Island - IVAN LINS
Mumbles - CLARK TERRY
They Cant Take That Away From Me - JANE MONHEIT & JOHN PIZZARELLI
Obsession - DAVE VALENTIN
Take The A Train - DAVE BRUBECK & BILLY TAYLOR
Dear Lord - RAMSEY LEWIS
"Samba do Avião", com Ivan Lins e Oscar Castro-Neves:
"Wes Bound", com Lee Ritenour, Marcus Miller, Vinnie Colaiuta e George Duke
"Killer Joe", com o saxofonista Benny Golson:
"The Panther", com Marcus Miller, Lee Ritenour e George Duke:
"Take Five", com Al Jarreau e Kurt Elling:
"They Can't Take That Away From Me", com Jane Monheit e John Pizzarelli:
"Mumbles", com Clark Terry:
"Senor Blues", com David Sanborn e Phil Woods:
terça-feira, 6 de novembro de 2018
Roy Hargrove - With The Tenors Of Our Time
Por 14 anos o Guia de Jazz esteve no ar com a missão de aproximar os internautas ao jazz. Um dos tópicos mais visitados era o de dicas de CDs, no qual dezenas de discos eram indicados e resenhados por mim. Infelizmente, com o fim do site em setembro de 2015, todo esse acervo foi "perdido".
Mas não totalmente perdido. Além do livro Jazz ao Seu Alcance - que traz todo o conteúdo do guia (dicas de CDs, DVDs, livros, entrevistas e muito mais) - você encontrará quinzenalmente neste blog algumas dicas de CDs publicadas anteriormente no site Guia de Jazz.
Sempre que possível, ao final de cada resenha você encontrará vídeos do Youtube com algumas faixas do disco indicado para escutar. Boa leitura e audição. Veja outras dicas de CDs aqui
Essa resenha está sendo republicada para homenagear Hargrove, que faleceu no dia 2 de novembro de 2018, aos 49 anos de idade. Que descanse em paz.
Roy Hargrove - With The Tenors Of Our Time (1994)
Apadrinhado por Wynton Marsalis, Roy Hargrove se tornou, em menos de cinco anos, um dos maiores talentos do trompete da nova geração. Influenciado por Lee Morgan e Freddie Hubbard, ele começou a carreira gravando pela gravadora Novus. Após cinco discos, a toda poderosa Verve não teve dúvida e o contratou, na época com 23 anos.
Aliado à Verve, Hargrove entrou em contato com grandes nomes do jazz e estreou com o pé direito sua parceria com o lançamento do disco With The Tenors Of Out Time, de 1994.
Neste trabalho, o quinteto do trompetista, com destaque para o pianista Cyrus Chestnut e o baixista Rodney Whitaker, convidou cinco grandes saxofonistas tenores: Joe Henderson, Johnny Griffin, Stanley Turrentine, Joshua Redman e Branford Marsalis. Com um time deste o disco não poderia ter outro resultado, uma obra-prima.
Logo de saída, uma parceria entre Hargrove e Turrentine em “Stoppin'The Biscuit”, escrita pelo trompetista. Os dois voltam a se encontrar em “Wild Is Love”, composição dos anos 50, que aqui tem clima de bossa nova.
Além do trompete tradicional, Hargrove também ataca no flugelhorn ao lado do sax de Griffin, na romântica “When We Were One”, em “Once Forgotten”, com Chestnut roubando a cena, e em “Never Let Me Go”, com destaque para o solo de Whitaker.
Mas o grande momento do disco acontece ao lado de outro peso pesado do sax, Joe Henderson. Escute a suingada “Shade Of Jade” e a tranqüila ‘Serenity” e perceba o forte elo criado pelo sax de Henderson e o trompete de Hargrove. Para terminar, dois “novos” saxofonistas acompanham o trompetista. Branford Marsalis aparece em “Valse Hot” e Redman mostra sua técnica em “Acrosss The Pond”.
Na época deste lançamento, Hargrove era “apenas” um músico promissor. Hoje, uma década mais tarde, o trompetista é uma das principais figuras do jazz e apontado como um dos mais instigantes e completos jazzistas de sua geração.
Mas não totalmente perdido. Além do livro Jazz ao Seu Alcance - que traz todo o conteúdo do guia (dicas de CDs, DVDs, livros, entrevistas e muito mais) - você encontrará quinzenalmente neste blog algumas dicas de CDs publicadas anteriormente no site Guia de Jazz.
Sempre que possível, ao final de cada resenha você encontrará vídeos do Youtube com algumas faixas do disco indicado para escutar. Boa leitura e audição. Veja outras dicas de CDs aqui
Essa resenha está sendo republicada para homenagear Hargrove, que faleceu no dia 2 de novembro de 2018, aos 49 anos de idade. Que descanse em paz.
Roy Hargrove - With The Tenors Of Our Time (1994)
Apadrinhado por Wynton Marsalis, Roy Hargrove se tornou, em menos de cinco anos, um dos maiores talentos do trompete da nova geração. Influenciado por Lee Morgan e Freddie Hubbard, ele começou a carreira gravando pela gravadora Novus. Após cinco discos, a toda poderosa Verve não teve dúvida e o contratou, na época com 23 anos.
Aliado à Verve, Hargrove entrou em contato com grandes nomes do jazz e estreou com o pé direito sua parceria com o lançamento do disco With The Tenors Of Out Time, de 1994.
Neste trabalho, o quinteto do trompetista, com destaque para o pianista Cyrus Chestnut e o baixista Rodney Whitaker, convidou cinco grandes saxofonistas tenores: Joe Henderson, Johnny Griffin, Stanley Turrentine, Joshua Redman e Branford Marsalis. Com um time deste o disco não poderia ter outro resultado, uma obra-prima.
Logo de saída, uma parceria entre Hargrove e Turrentine em “Stoppin'The Biscuit”, escrita pelo trompetista. Os dois voltam a se encontrar em “Wild Is Love”, composição dos anos 50, que aqui tem clima de bossa nova.
Além do trompete tradicional, Hargrove também ataca no flugelhorn ao lado do sax de Griffin, na romântica “When We Were One”, em “Once Forgotten”, com Chestnut roubando a cena, e em “Never Let Me Go”, com destaque para o solo de Whitaker.
Mas o grande momento do disco acontece ao lado de outro peso pesado do sax, Joe Henderson. Escute a suingada “Shade Of Jade” e a tranqüila ‘Serenity” e perceba o forte elo criado pelo sax de Henderson e o trompete de Hargrove. Para terminar, dois “novos” saxofonistas acompanham o trompetista. Branford Marsalis aparece em “Valse Hot” e Redman mostra sua técnica em “Acrosss The Pond”.
Na época deste lançamento, Hargrove era “apenas” um músico promissor. Hoje, uma década mais tarde, o trompetista é uma das principais figuras do jazz e apontado como um dos mais instigantes e completos jazzistas de sua geração.
quarta-feira, 31 de outubro de 2018
Legado de Raphael Rabello ao violão é incontestável
Falar sobre a genialidade de Raphael Rabello é cair no lugar comum, mas invariavelmente inevitável.
Morto em 1995, aos 32 anos, o violonista fluminense foi um músico prodígio, influenciado pelo avô e pelos irmãos, Rafael mostrou muito precocemente sua habilidade no instrumento. Seu maior ídolo foi Dino 7 Cordas, com quem gravaria um disco em 1991.
Outro momento importante na carreira de Rafael foi o encontro com o maestro Radamés Gnattali, em 1977, quando Rafael tocava violão de 7 cordas no grupo Carioquinhas ao lado da irmã, Luciana (cavaquinho), e os músicos Paulo Magalhães Alves (bandolim), Mário Florêncio (pandeiro) e Téo Oliveira (violão de 6).
No livro Raphael Rabello: O Violão Em Erupção, biografia lançada em 2018, pela Editora 34, o jornalista Lucas Nobile conta o primeiro encontro de Rafael e Radamés. Segundo Nobile, Rafael estava em estúdio gravando com os Carioquinhas quando Radamés, por acaso, estava no mesmo local. O maestro foi chamado para ver Rafael em ação e chamou o jovem músico, na época com 15 anos, para uma conversa.
O jovem Raphael Rabello toca com o maestro Radamés Gnattali (Divulgação)
Radamés quis saber se o violonista sabia ler partitura e fazer harmonias. Rafael não respondeu, então Radamés pediu para que Rafael fosse estudar harmonia e depois o procurasse. E foi isso que Rafael fez. Dois anos após este encontro, os dois se reuniram e criaram o conjunto Camerata Carioca, que gravou o disco Tributo A Jacob Do Bandolim, em 1979.
Durante sua breve carreira, Raphael gravou 22 discos, dos quais 16 instrumentais, muitos deles acompanhando cantores do quilate de Elizeth Carsoso, Ney Matogrosso e Nelson Gonçalves, além dos discos em parceria com o saxofonista Paulo Moura, Romero Lubambo, Dino 7 Cordas e Radamés.
Um dos seus discos mais conhecidos é Todos os Tons, de 1992, um tributo ao maestro Tom Jobim, com participações do violonista espanhol Paco De Lucia, do baterista Wilson das Neves e do violoncelista Jaques Morelenbaum.
Em 2002, o disco póstumo Mestre Capiba é lançado. Raphael trabalhava na obra do compositor pernambucano quando faleceu. O disco traz grandes nomes da mpb, entre eles Chico Buarque, Maria Bethania, Caetano Veloso e Ney Matogrosso, todos acompanhados pelo violão de Rabello.
O legado de Raphael fica ainda mais claro com o lançamento do disco Um abraço no Raphael Rabello, da gravadora Acari. A iniciativa do tributo, lançado em 2012, ano em que o violonista completaria 50 anos, parte do violonista Rogério Caetano, que convidou vários músicos para gravarem composições inspiradas em Raphael.
Entre os instrumentistas que participam do álbum estão Yamandu Costa, Alessandro Penezzi, Hamilton de Holanda, Mauricio Carrilho e Marco Pereira.
Morto em 1995, aos 32 anos, o violonista fluminense foi um músico prodígio, influenciado pelo avô e pelos irmãos, Rafael mostrou muito precocemente sua habilidade no instrumento. Seu maior ídolo foi Dino 7 Cordas, com quem gravaria um disco em 1991.
Outro momento importante na carreira de Rafael foi o encontro com o maestro Radamés Gnattali, em 1977, quando Rafael tocava violão de 7 cordas no grupo Carioquinhas ao lado da irmã, Luciana (cavaquinho), e os músicos Paulo Magalhães Alves (bandolim), Mário Florêncio (pandeiro) e Téo Oliveira (violão de 6).
No livro Raphael Rabello: O Violão Em Erupção, biografia lançada em 2018, pela Editora 34, o jornalista Lucas Nobile conta o primeiro encontro de Rafael e Radamés. Segundo Nobile, Rafael estava em estúdio gravando com os Carioquinhas quando Radamés, por acaso, estava no mesmo local. O maestro foi chamado para ver Rafael em ação e chamou o jovem músico, na época com 15 anos, para uma conversa.
O jovem Raphael Rabello toca com o maestro Radamés Gnattali (Divulgação)
Radamés quis saber se o violonista sabia ler partitura e fazer harmonias. Rafael não respondeu, então Radamés pediu para que Rafael fosse estudar harmonia e depois o procurasse. E foi isso que Rafael fez. Dois anos após este encontro, os dois se reuniram e criaram o conjunto Camerata Carioca, que gravou o disco Tributo A Jacob Do Bandolim, em 1979.
Durante sua breve carreira, Raphael gravou 22 discos, dos quais 16 instrumentais, muitos deles acompanhando cantores do quilate de Elizeth Carsoso, Ney Matogrosso e Nelson Gonçalves, além dos discos em parceria com o saxofonista Paulo Moura, Romero Lubambo, Dino 7 Cordas e Radamés.
Um dos seus discos mais conhecidos é Todos os Tons, de 1992, um tributo ao maestro Tom Jobim, com participações do violonista espanhol Paco De Lucia, do baterista Wilson das Neves e do violoncelista Jaques Morelenbaum.
Em 2002, o disco póstumo Mestre Capiba é lançado. Raphael trabalhava na obra do compositor pernambucano quando faleceu. O disco traz grandes nomes da mpb, entre eles Chico Buarque, Maria Bethania, Caetano Veloso e Ney Matogrosso, todos acompanhados pelo violão de Rabello.
O legado de Raphael fica ainda mais claro com o lançamento do disco Um abraço no Raphael Rabello, da gravadora Acari. A iniciativa do tributo, lançado em 2012, ano em que o violonista completaria 50 anos, parte do violonista Rogério Caetano, que convidou vários músicos para gravarem composições inspiradas em Raphael.
Entre os instrumentistas que participam do álbum estão Yamandu Costa, Alessandro Penezzi, Hamilton de Holanda, Mauricio Carrilho e Marco Pereira.
segunda-feira, 22 de outubro de 2018
Jazz on a Summer’s Day
Para muitos, o Newport Jazz Festival é o pai de todos os festivais de jazz que existem no planeta hoje em dia. Criado em 1954, por George Wein (pianista e proprietário do clube Storyville, em Boston), o festival norte-americano teve em seu palco a nata do jazz.
Por lá passaram nomes como Miles Davis, Louis Armstrong, Billie Holiday, Dizzy Gillespie e Duke Ellington.
Em 1958, o fotógrafo Bert Stern foi convidado a registra os quatro dias de festival, que aconteceu entre os dias 3 e 6 de julho, durante o feriado da Independência dos Estados Unidos. O resultado é o documentário Jazz on a Summer’s Day, que em 2018 completa 60 anos.
Para comemorar a emblemática data, uma caixa (foto acima) com 2 LPs, o DVD com o documentário (com extras), um CD remasterizado com as músicas que estão no vídeo e um encarte de 40 páginas com dezenas de fotos foi lançado no exterior pela gravadora Charly Records.
A visão de Stern é muito particular. Além dos concertos de músicos do quilate de Thelonious Monk, George Shearing, Gerry Mulligan, Chuck Berry e Louis Armstrong, o fotógrafo dá especial atenção ao público e à atmosfera que envolve o festival.
O palco - localizado no Fort Adams State Park, na cidade de Rhode Island - oferece ao público e aos músicos uma experiência que transcende a música. E é aí que entra o olhar aguçado e talentoso de Stern.
Foto tirada da perspectiva do artista que se apresenta no tradicional palco do Festival
Com uma câmera focada em rostos - dos músicos e da platéia -, Stern consegue colocar o telespectador "dentro" do festival. É um mergulho profundo e íntimo no palco e nas fileiras que formam a eclética audiência, confortavelmente sentada e literalmente participando da história.
A única rateada de Stern foi não registrar outros músicos que participaram desta quinta edição do festival. Ao ver o programação, é possível encontrar nada mais nada menos que Miles Davis, Dave Brubeck, Duke Ellington, Benny Goodman, Ray Charles, Sonny Rollins e Horace Silver. Mas é claro que isso não tira o mérito e o valor histórico das imagens registradas pelo fotógrafo.
Abaixo estão as músicas do CD e do DVD:
The Jimmy Giuffre Trio - The Train And The River
Thelonious Monk - Blue Monk
Sonny Stitt & Sal Salvador - Loose Walk
Anita O`Day - Sweet Georgia Brown
Anita O`Day - Tea For Two
George Shearing - Rondo
Dinah Washington - All Of Me
Gerry Mulligan & the Concert Jazz Band - As Catch Can
Big Maybelle - I Ain`t Mad At You
Chuck Berry - Sweet Little Sixteen
The Chico Hamilton Quintet - Blue Sands
Louis Armstrong - Up A Lazy River
Louis Armstrong - Tiger Rag
Louis Armstrong - Rockin` Chair
Louis Armstrong - When The Saints Go Marchin` In
Mahalia Jackson - Walk All Over God`s Heaven
Mahalia Jackson - Didn`t It Rain?
Mahalia Jackson - The Lord`s Prayer
Veja a seguir o trailer sobre o documentário Jazz on a Summer’s Day
Veja abaixo, na íntegra, alguns shows gravados no palco do Newport Jazz Festival
Por lá passaram nomes como Miles Davis, Louis Armstrong, Billie Holiday, Dizzy Gillespie e Duke Ellington.
Em 1958, o fotógrafo Bert Stern foi convidado a registra os quatro dias de festival, que aconteceu entre os dias 3 e 6 de julho, durante o feriado da Independência dos Estados Unidos. O resultado é o documentário Jazz on a Summer’s Day, que em 2018 completa 60 anos.
Para comemorar a emblemática data, uma caixa (foto acima) com 2 LPs, o DVD com o documentário (com extras), um CD remasterizado com as músicas que estão no vídeo e um encarte de 40 páginas com dezenas de fotos foi lançado no exterior pela gravadora Charly Records.
A visão de Stern é muito particular. Além dos concertos de músicos do quilate de Thelonious Monk, George Shearing, Gerry Mulligan, Chuck Berry e Louis Armstrong, o fotógrafo dá especial atenção ao público e à atmosfera que envolve o festival.
O palco - localizado no Fort Adams State Park, na cidade de Rhode Island - oferece ao público e aos músicos uma experiência que transcende a música. E é aí que entra o olhar aguçado e talentoso de Stern.
Foto tirada da perspectiva do artista que se apresenta no tradicional palco do Festival
Com uma câmera focada em rostos - dos músicos e da platéia -, Stern consegue colocar o telespectador "dentro" do festival. É um mergulho profundo e íntimo no palco e nas fileiras que formam a eclética audiência, confortavelmente sentada e literalmente participando da história.
A única rateada de Stern foi não registrar outros músicos que participaram desta quinta edição do festival. Ao ver o programação, é possível encontrar nada mais nada menos que Miles Davis, Dave Brubeck, Duke Ellington, Benny Goodman, Ray Charles, Sonny Rollins e Horace Silver. Mas é claro que isso não tira o mérito e o valor histórico das imagens registradas pelo fotógrafo.
Abaixo estão as músicas do CD e do DVD:
Thelonious Monk - Blue Monk
Sonny Stitt & Sal Salvador - Loose Walk
Anita O`Day - Sweet Georgia Brown
Anita O`Day - Tea For Two
George Shearing - Rondo
Dinah Washington - All Of Me
Gerry Mulligan & the Concert Jazz Band - As Catch Can
Big Maybelle - I Ain`t Mad At You
Chuck Berry - Sweet Little Sixteen
The Chico Hamilton Quintet - Blue Sands
Louis Armstrong - Up A Lazy River
Louis Armstrong - Tiger Rag
Louis Armstrong - Rockin` Chair
Louis Armstrong - When The Saints Go Marchin` In
Mahalia Jackson - Walk All Over God`s Heaven
Mahalia Jackson - Didn`t It Rain?
Mahalia Jackson - The Lord`s Prayer
Veja a seguir o trailer sobre o documentário Jazz on a Summer’s Day
Veja abaixo, na íntegra, alguns shows gravados no palco do Newport Jazz Festival
sexta-feira, 5 de outubro de 2018
Blue Note Rio, um ano depois
E lá se vai um ano desde a inauguração do Blue Note Rio, em agosto de 2017. Apesar de todos os contratempos e dúvidas que um ano pré-eleitoral traz, a aposta de abrir uma casa de show para receber a nata da música instrumental brasileira e grandes nomes do jazz internacional se mostrou acertada e importante para uma cidade abandonada à própria sorte.
Neste primeiro ano, a filial carioca do famoso clube nova-iorquino de jazz mesclou bem as atrações brasileiras com as estrangeiras, conseguindo atrair público e mídia espontânea para si. Nomes como Chick Corea (foto acima), Chris Botti, Hermeto Pascoal, Leny Andrade, Sergio Mendes, Eumir Deodato, Ney Matogrosso, Melissa Aldana e Kenny Garret são exemplos do alto nível de músicos que tocaram no pequeno palco da casa.
Daniel Stain, um dos sócios do Blue Note Rio, comemora o sucesso e a acolhida do público carioca. "O Blue Note entrou para cena carioca. Fazia muito tempo que o Rio não tinha uma casa de shows intimista como o Blue Note".
Para Stain, após um ano em atividade, a casa já é um dos pontos turísticos da cidade, indicado por hotéis e agentes de viagem. "No início o público era predominantemente carioca e de turistas brasileiros, mas agora percebemos cada vez o aumento de estrangeiros", destaca Stain.
Wagner Tiso e Tunai tocam na semana de estreia do Blue Note Rio
Além de shows solos de músicos brasileiros e estrangeiros, o Blue Note promoveu noites temáticas, como a comemoração dos 60 anos de Cazuza, o centenário de Jacob do Bandolim e os 60 anos da Bossa Nova. Esses três shows, por exemplo, reuniram nomes como João Donato, Marcos Valle, Roberto Menescal, Carlos Lyra, Zé Paulo Becker, Ronaldo do Bandolim, George Israel, Paulo Ricardo, Guto Goffi e Arnaldo Brandão.
Na terra de Cartola, Herivelto Martins, Noel Rosa e Wilson Baptista, é claro que o samba também teve espaço no Blue Note. Durante esse primeiro ano, a casa recebeu nomes como Pedro Miranda, Mart’nália (foto ao lado), Moacyr Luz, Jorge Aragão e Martinho da Vila.
Em parceria com o grupo Semente, a casa criou o Noites do Semente, espaço que recebe os tradicionais shows do Bar Semente, que fechou no início de setembro por causa de dificuldades financeiras. O Semente foi responsável pelo aparecimento de talentos como a cantora Teresa Cristina, o violonista Yamandu Costa e o grupo Casuarina.
Para manter a tradição da casa, que tem dezenas de CDs gravados em seu palco, o Blue Note Rio vai ganhar o seu primeiro registro ao vivo em disco em breve, No dia 1º de outubro, o pianista David Feldman, acompanhado do baixista André Vasconcellos e do baterista Marcio Bahia, gravou o seu show e deve lança-lo em CD e DVD em 2019. Veja um trecho abaixo.
Apesar do jazz ser uma música pouco consumida no Brasil, o país tem uma tradição de festivais de jazz - Free Jazz, Guaramiranga Jazz, Heineken Concertes, Chivas Jazz, Jazz na Fábrica, Tim Festival, Rio das Ostras, Tudo é Jazz - uma história rica de musicalidade com a bossa nova e grandes instrumentistas de renome internacional.
Nos últimos anos, a oferta de shows de música instrumental brasileira e estrangeira tem aumentado. Além do Blue Note Rio, casas como Tupi Or Not Tupi, Jazz aos Fundos, Bourbon Street, todas na capital paulista, recebem músicos aclamados e jovens talentos. A rede Sesc é outro importante polo de shows.
Quem deve desembarcar em São Paulo em 2019 é a Blue Note. Stain confirma uma nova filial brasileira no país. Mas o local e a data de inauguração ainda são segredos. Para ter mais detalhes sobre a casa e sua programação, visite o Facebook oficial aqui.
Neste primeiro ano, a filial carioca do famoso clube nova-iorquino de jazz mesclou bem as atrações brasileiras com as estrangeiras, conseguindo atrair público e mídia espontânea para si. Nomes como Chick Corea (foto acima), Chris Botti, Hermeto Pascoal, Leny Andrade, Sergio Mendes, Eumir Deodato, Ney Matogrosso, Melissa Aldana e Kenny Garret são exemplos do alto nível de músicos que tocaram no pequeno palco da casa.
Daniel Stain, um dos sócios do Blue Note Rio, comemora o sucesso e a acolhida do público carioca. "O Blue Note entrou para cena carioca. Fazia muito tempo que o Rio não tinha uma casa de shows intimista como o Blue Note".
Para Stain, após um ano em atividade, a casa já é um dos pontos turísticos da cidade, indicado por hotéis e agentes de viagem. "No início o público era predominantemente carioca e de turistas brasileiros, mas agora percebemos cada vez o aumento de estrangeiros", destaca Stain.
Wagner Tiso e Tunai tocam na semana de estreia do Blue Note Rio
Além de shows solos de músicos brasileiros e estrangeiros, o Blue Note promoveu noites temáticas, como a comemoração dos 60 anos de Cazuza, o centenário de Jacob do Bandolim e os 60 anos da Bossa Nova. Esses três shows, por exemplo, reuniram nomes como João Donato, Marcos Valle, Roberto Menescal, Carlos Lyra, Zé Paulo Becker, Ronaldo do Bandolim, George Israel, Paulo Ricardo, Guto Goffi e Arnaldo Brandão.
Na terra de Cartola, Herivelto Martins, Noel Rosa e Wilson Baptista, é claro que o samba também teve espaço no Blue Note. Durante esse primeiro ano, a casa recebeu nomes como Pedro Miranda, Mart’nália (foto ao lado), Moacyr Luz, Jorge Aragão e Martinho da Vila.
Em parceria com o grupo Semente, a casa criou o Noites do Semente, espaço que recebe os tradicionais shows do Bar Semente, que fechou no início de setembro por causa de dificuldades financeiras. O Semente foi responsável pelo aparecimento de talentos como a cantora Teresa Cristina, o violonista Yamandu Costa e o grupo Casuarina.
Para manter a tradição da casa, que tem dezenas de CDs gravados em seu palco, o Blue Note Rio vai ganhar o seu primeiro registro ao vivo em disco em breve, No dia 1º de outubro, o pianista David Feldman, acompanhado do baixista André Vasconcellos e do baterista Marcio Bahia, gravou o seu show e deve lança-lo em CD e DVD em 2019. Veja um trecho abaixo.
Apesar do jazz ser uma música pouco consumida no Brasil, o país tem uma tradição de festivais de jazz - Free Jazz, Guaramiranga Jazz, Heineken Concertes, Chivas Jazz, Jazz na Fábrica, Tim Festival, Rio das Ostras, Tudo é Jazz - uma história rica de musicalidade com a bossa nova e grandes instrumentistas de renome internacional.
Nos últimos anos, a oferta de shows de música instrumental brasileira e estrangeira tem aumentado. Além do Blue Note Rio, casas como Tupi Or Not Tupi, Jazz aos Fundos, Bourbon Street, todas na capital paulista, recebem músicos aclamados e jovens talentos. A rede Sesc é outro importante polo de shows.
Quem deve desembarcar em São Paulo em 2019 é a Blue Note. Stain confirma uma nova filial brasileira no país. Mas o local e a data de inauguração ainda são segredos. Para ter mais detalhes sobre a casa e sua programação, visite o Facebook oficial aqui.
terça-feira, 2 de outubro de 2018
Quincy Jones, o Midas da música
Gênio, talentoso, visionário, multifacetado.....o número de adjetivos que Quincy Jones poderia receber ocuparia uma boa parte deste texto.
Aos 85 anos, completados no dia 14 de março de 2018, Q, como também é chamado, tem um currículo tão rico e tão diversificado que o fez ser uma unanimidade dentro da indústria da música.
Arranjador, produtor musical, compositor e empresário. Essas são algumas de suas facetas. Após seis décadas de carreira, Quincy tem momentos marcantes, como no início de sua jornada, aos 18 anos, na orquestra do vibrafonista Lionel Hampton, na década de 1950, a parceria com Frank Sinatra e Count Basie, na década de 1960, a produção dos discos Off The Wall, Thriller e Bad, de Michael Jackson, na década de 1980, e o papel central na produção da música "We Are The World", em 1985.
Quincy trabalhou com Ella Fitzgerald, Duke Ellington, Ray Charles, Count Basie, Dinah Washington, Dizzy Gillespie, Frank Sinatra e Michael Jackson. Foi responsável pela ascensão da apresentadora Oprah Winter - escalada por ele para trabalhar no filme A Cor Púrpura - e Will Smith, também recrutado por ele para o seriado Um Maluco no Pedaço, produzido por Quincy.
Jackson e Quincy na cerimônia do Grammy, em 1984, quando ganharam 8 prêmios
Em 1963, com a invasão da Bossa Nova nos Estados Unidos, Quincy entrou na onda e lançou um disco (Big Band Bossa nova) inspirado nas composições de Tom Jobim, Newton Mendonça, Carlos Lyra e Vicinicus de Moraes. No repertório, temas como “Desafinado”, “Manhã de Carnaval”, “Samba de Uma Nota Só” e “Desafinado”.
Em 1998, a música “Soul Bossa Nova” virou a trilha sonora da Copa do Mundo de 1998, com o tema de Jones utilizado em uma propaganda da marca esportiva Nike. No mesmo ano, o tema também fez parte da trilha do filme Austin Powers, Um Agente Nada Discreto, estrelado pelo ator Mike Myers e a atriz Elizabeth Hurley. Veja o vídeo abaixo.
Ao todo, ele foi indicado 79 vezes ao Grammy, e levou 27, entre eles três como produtor do ano. Em 1991, apenas com o disco Back on the Block , que trazia uma fusão entre novos artistas de r&b (Siedah Garrett, Kool Moe Dee, Tevin Campbell e Take 6) e ícones do jazz (Ella Fitzgrald, Sarah Vaughan, Dizzy Gillespie, George Benson, herbie Hancock e Ray Charles), levou 7 gramofones dourados. A mesma fórmula foi usada no disco Q's Jook Joint, de 1995.
Quincy também ganhou dois Grammy com canções de Ivan Lins. Em 1982, como melhor arranjo instrumental para a música "Velas", do disco Dude, e em 1982, na mesma categoria, com o tema Dinorah, Dinorah, do disco Give Me The Night, do guitarrista George Benson. Nesse mesmo disco também está a balada “Just Once”, interpretado pelo cantor James Ingram, um dos pupilos do produtor.
A empresa de Quincy é a representante de Ivan Lins nos Estados Unidos, e um dos principais responsáveis de levar a música do brasileiro para o exterior. Graças a essa parceria, Lins é o segundo artista brasileiro mais gravador fora do país, atrás apenas de Tom Jobim. Além dos temas citados, Quincy também gravou a música “Setembro”, parceria de Lins com Gilson Peranzzetta e Vitor Martins, que foi indicada ao Grammy. A música faz parte do disco Back on the Block.
Em 1991, o palco do famoso festival de jazz de Montreux foi testemunha de um encontro de gigantes. Quincy e o trompetista Miles Davis se juntaram para tocar temas arranjados por Gil Evans, com quem Miles gravou vários discos entre as décadas de 1950 e 1960. Acompanhado de uma grande orquestra, Quincy e Miles fizeram história ao tocarem juntos no palco sagrado de Montreux. Dois meses após essa apresentação, Miles morreria, aos 65 anos.
Em 1993, Quincy lançou a revista Vibe. A publicação foi o principal veículo para os artistas negros da década de 1990, em especial os rappers. Jay-Z, Tupac, Lauryn Hill, LL Cool J, Alicia Keys e Snoop Dogg foram alguns dos artistas que estamparam a capa da revista.
Quincy ao lado dos mais importantes prêmios que recebeu em sua carreira
Em 2001, Quincy foi homenageado com o The Kennedy Center Honors, prêmio oferecido pelo governo dos Estados Unidos a artistas com uma longa carreira. Na ocasião, Ray Charles e Stevie Wonder se encontraram no palco para cantar "Let The Good Times Roll". Charles também interpretou "My Buddy", levando Quincy às lágrimas. Veja vídeo abaixo.
Após um longo hiato, Quincy volta à cena em 2018 - ano em que completou 85 anos - com o documentário Quincy, dirigido pela filha do músico, Rashida Jones, em parceria com a Netflix. O filme passa a limpo a vida do produtor - incluindo seus casamentos, sua grave doença e suas parcerias com Sinatra e Jackson -, e ainda traz belos momentos de sua intimidade em família. Veja o trailer abaixo.
Ele também foi homenageado pelo canal de TV BET, em dezembro de 2018. O especial teve a participação de nomes como Stevie Wonder, Jennifer Hudson, John Legend e Gloria Estefan.
Aos 85 anos, completados no dia 14 de março de 2018, Q, como também é chamado, tem um currículo tão rico e tão diversificado que o fez ser uma unanimidade dentro da indústria da música.
Arranjador, produtor musical, compositor e empresário. Essas são algumas de suas facetas. Após seis décadas de carreira, Quincy tem momentos marcantes, como no início de sua jornada, aos 18 anos, na orquestra do vibrafonista Lionel Hampton, na década de 1950, a parceria com Frank Sinatra e Count Basie, na década de 1960, a produção dos discos Off The Wall, Thriller e Bad, de Michael Jackson, na década de 1980, e o papel central na produção da música "We Are The World", em 1985.
Quincy trabalhou com Ella Fitzgerald, Duke Ellington, Ray Charles, Count Basie, Dinah Washington, Dizzy Gillespie, Frank Sinatra e Michael Jackson. Foi responsável pela ascensão da apresentadora Oprah Winter - escalada por ele para trabalhar no filme A Cor Púrpura - e Will Smith, também recrutado por ele para o seriado Um Maluco no Pedaço, produzido por Quincy.
Jackson e Quincy na cerimônia do Grammy, em 1984, quando ganharam 8 prêmios
Em 1963, com a invasão da Bossa Nova nos Estados Unidos, Quincy entrou na onda e lançou um disco (Big Band Bossa nova) inspirado nas composições de Tom Jobim, Newton Mendonça, Carlos Lyra e Vicinicus de Moraes. No repertório, temas como “Desafinado”, “Manhã de Carnaval”, “Samba de Uma Nota Só” e “Desafinado”.
Em 1998, a música “Soul Bossa Nova” virou a trilha sonora da Copa do Mundo de 1998, com o tema de Jones utilizado em uma propaganda da marca esportiva Nike. No mesmo ano, o tema também fez parte da trilha do filme Austin Powers, Um Agente Nada Discreto, estrelado pelo ator Mike Myers e a atriz Elizabeth Hurley. Veja o vídeo abaixo.
Ao todo, ele foi indicado 79 vezes ao Grammy, e levou 27, entre eles três como produtor do ano. Em 1991, apenas com o disco Back on the Block , que trazia uma fusão entre novos artistas de r&b (Siedah Garrett, Kool Moe Dee, Tevin Campbell e Take 6) e ícones do jazz (Ella Fitzgrald, Sarah Vaughan, Dizzy Gillespie, George Benson, herbie Hancock e Ray Charles), levou 7 gramofones dourados. A mesma fórmula foi usada no disco Q's Jook Joint, de 1995.
Quincy também ganhou dois Grammy com canções de Ivan Lins. Em 1982, como melhor arranjo instrumental para a música "Velas", do disco Dude, e em 1982, na mesma categoria, com o tema Dinorah, Dinorah, do disco Give Me The Night, do guitarrista George Benson. Nesse mesmo disco também está a balada “Just Once”, interpretado pelo cantor James Ingram, um dos pupilos do produtor.
A empresa de Quincy é a representante de Ivan Lins nos Estados Unidos, e um dos principais responsáveis de levar a música do brasileiro para o exterior. Graças a essa parceria, Lins é o segundo artista brasileiro mais gravador fora do país, atrás apenas de Tom Jobim. Além dos temas citados, Quincy também gravou a música “Setembro”, parceria de Lins com Gilson Peranzzetta e Vitor Martins, que foi indicada ao Grammy. A música faz parte do disco Back on the Block.
Em 1991, o palco do famoso festival de jazz de Montreux foi testemunha de um encontro de gigantes. Quincy e o trompetista Miles Davis se juntaram para tocar temas arranjados por Gil Evans, com quem Miles gravou vários discos entre as décadas de 1950 e 1960. Acompanhado de uma grande orquestra, Quincy e Miles fizeram história ao tocarem juntos no palco sagrado de Montreux. Dois meses após essa apresentação, Miles morreria, aos 65 anos.
Em 1993, Quincy lançou a revista Vibe. A publicação foi o principal veículo para os artistas negros da década de 1990, em especial os rappers. Jay-Z, Tupac, Lauryn Hill, LL Cool J, Alicia Keys e Snoop Dogg foram alguns dos artistas que estamparam a capa da revista.
Quincy ao lado dos mais importantes prêmios que recebeu em sua carreira
Em 2001, Quincy foi homenageado com o The Kennedy Center Honors, prêmio oferecido pelo governo dos Estados Unidos a artistas com uma longa carreira. Na ocasião, Ray Charles e Stevie Wonder se encontraram no palco para cantar "Let The Good Times Roll". Charles também interpretou "My Buddy", levando Quincy às lágrimas. Veja vídeo abaixo.
Após um longo hiato, Quincy volta à cena em 2018 - ano em que completou 85 anos - com o documentário Quincy, dirigido pela filha do músico, Rashida Jones, em parceria com a Netflix. O filme passa a limpo a vida do produtor - incluindo seus casamentos, sua grave doença e suas parcerias com Sinatra e Jackson -, e ainda traz belos momentos de sua intimidade em família. Veja o trailer abaixo.
Ele também foi homenageado pelo canal de TV BET, em dezembro de 2018. O especial teve a participação de nomes como Stevie Wonder, Jennifer Hudson, John Legend e Gloria Estefan.
sexta-feira, 28 de setembro de 2018
Emilio Santiago, um ilustre desconhecido
A morte de Emilio Santiago, aos 66 anos, em 2013, deixou um grande hiato no universo dos crooners. O Brasil tem grande tradição de cantoras, mas sempre foi desprovido de bons cantores, exceções foram Dick Farney, Nelson Gonçalves, Lucio ALves, Orlando Silva, Silvio Cesar, Mario Reis e Cauby Peixoto.
Atualmente, talvez, apenas Ney Matogrosso e Elymar Santos tenham essa característica de intérprete, ou seja, um cantor que tem como principal característica a interpretação e não a composição.
No decorrer de quatro décadas, Emilio Santiago emprestou sua voz para os grandes temas da música popular brasileira. Seu domínio total na arte de cantar foi usado em composições como "Ronda", "Eu Sei que Vou Te Amar", "Retalhos de Cetim", "Pérola Negra", "Universo Do Teu Corpo", "Detalhes", "Carinhoso" e "Chega de Saudade". Todas essas músicas foram lançadas por Emilio na série de sete discos chamada Aquarela Brasileira. Veja no final deste post a íntegra do DVD O Melhor das Aquarelas.
Destaque também para os discos Perdido de Amor, de 1995, um tributo ao cantor Dick Farney, e Só Danço Samba, de 2010, no qual faz homenagem ao "Rei dos Bailes", Ed Lincoln, que brilhou na década de 1960. O show deste disco virou um DVD homônimo, que está disponível na íntegra no final deste post.
Por fim, em 2007, Emilio retorna com o belíssimo De Um Jeito Diferente,, com participação de grandes instrumentistas, entre eles Ricardo Silveira (guitarra), Jorge Helder (baixo) e Paulo Braga (bateria). No repertório, temas de Marcos Valle, Joyce, Carlos Lyra, Tom Jobim e Johnny Alf.
Um DVD, gravado em estúdio, com o mesmo nome, registrou esse mesmo repertório. Emilio canta ao lado de Nana Caymmi "Olhos" Negros", de Johnny Alf e Ronaldo Bastos.
Quem também aparece, desta vez onipresente, é Marcos Valle, que toca "Até o Fim", "Disfarça e Vem", "Água de Coco" e "Valeu", todas compostas por Valle. Outra participação especial é de João Donato, que toca piano no tema Um Dia Desses . Veja alguns trechos deste DVD abaixo. Donato e Emilio já tinham flertado antes. Ambos gravaram o disco Emilio Santiago Encontra João Donato, em 2003. O disco - ouça a íntegra abaixo - foi produzido pelo saudoso Almir Chediak, idealizador da gravadora Lumiar.
Em 2009, após assistir Emilio em Nova York (EUA), o crítico de música do jornal The New York Times, Stephen Holden disse que a voz de Emílio Santiago era mais suave que a de Nat King Cole, um dos maiores cantores da história da música norte-americana. Neste DVD, Emilio mostra no tema "My Foolish Heart" que Holden estava coberto de razão.
Aqui vai uma nota pessoal. Ouvi Emilio Santiago pela primeira vez em 1985, durante o Festival dos Festivais, produzido pela TV Globo. Na ocasião, Tetê Espíndola venceu o festival, mas Emilio ficou com o prêmio de melhor intérprete com a música "Elis", um tributo a cantora Elis Regina. Desde então acompanho sua carreira à distância, mas sempre com curiosidade e admiração. Quem sabe um dia Emilio consiga receber uma justa homenagem. Fica aqui o meu protesto não silencioso.
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Atualmente, talvez, apenas Ney Matogrosso e Elymar Santos tenham essa característica de intérprete, ou seja, um cantor que tem como principal característica a interpretação e não a composição.
No decorrer de quatro décadas, Emilio Santiago emprestou sua voz para os grandes temas da música popular brasileira. Seu domínio total na arte de cantar foi usado em composições como "Ronda", "Eu Sei que Vou Te Amar", "Retalhos de Cetim", "Pérola Negra", "Universo Do Teu Corpo", "Detalhes", "Carinhoso" e "Chega de Saudade". Todas essas músicas foram lançadas por Emilio na série de sete discos chamada Aquarela Brasileira. Veja no final deste post a íntegra do DVD O Melhor das Aquarelas.
Destaque também para os discos Perdido de Amor, de 1995, um tributo ao cantor Dick Farney, e Só Danço Samba, de 2010, no qual faz homenagem ao "Rei dos Bailes", Ed Lincoln, que brilhou na década de 1960. O show deste disco virou um DVD homônimo, que está disponível na íntegra no final deste post.
Por fim, em 2007, Emilio retorna com o belíssimo De Um Jeito Diferente,, com participação de grandes instrumentistas, entre eles Ricardo Silveira (guitarra), Jorge Helder (baixo) e Paulo Braga (bateria). No repertório, temas de Marcos Valle, Joyce, Carlos Lyra, Tom Jobim e Johnny Alf.
Um DVD, gravado em estúdio, com o mesmo nome, registrou esse mesmo repertório. Emilio canta ao lado de Nana Caymmi "Olhos" Negros", de Johnny Alf e Ronaldo Bastos.
Quem também aparece, desta vez onipresente, é Marcos Valle, que toca "Até o Fim", "Disfarça e Vem", "Água de Coco" e "Valeu", todas compostas por Valle. Outra participação especial é de João Donato, que toca piano no tema Um Dia Desses . Veja alguns trechos deste DVD abaixo. Donato e Emilio já tinham flertado antes. Ambos gravaram o disco Emilio Santiago Encontra João Donato, em 2003. O disco - ouça a íntegra abaixo - foi produzido pelo saudoso Almir Chediak, idealizador da gravadora Lumiar.
Em 2009, após assistir Emilio em Nova York (EUA), o crítico de música do jornal The New York Times, Stephen Holden disse que a voz de Emílio Santiago era mais suave que a de Nat King Cole, um dos maiores cantores da história da música norte-americana. Neste DVD, Emilio mostra no tema "My Foolish Heart" que Holden estava coberto de razão.
Aqui vai uma nota pessoal. Ouvi Emilio Santiago pela primeira vez em 1985, durante o Festival dos Festivais, produzido pela TV Globo. Na ocasião, Tetê Espíndola venceu o festival, mas Emilio ficou com o prêmio de melhor intérprete com a música "Elis", um tributo a cantora Elis Regina. Desde então acompanho sua carreira à distância, mas sempre com curiosidade e admiração. Quem sabe um dia Emilio consiga receber uma justa homenagem. Fica aqui o meu protesto não silencioso.
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segunda-feira, 24 de setembro de 2018
Jazzahead globaliza músicos de jazz
O Jazzahead! é um dos mais importantes eventos dirigido para os profissionais do jazz.
Anualmente, na cidade Brenen, na Alemanha, músicos, gravadoras, agentes, produtores e imprensa especializada se reúnem para conhecer novos nomes da cena jazzística, de diferentes partes do globo. A próxima edição será em 2019, entre os dias 25 e 28 de abril.
Em 2018, durante os quatro dias, o evento reuniu participantes de 60 países e teve um público de cerca de 17 mil pessoas, entre profissionais e o público que tem a oportunidade de assistir músicos da Europa, Estados Unidos, África, América do Sul, entre outros.
De olho da diversidade musical, os curadores do Jazzahead! criaram módulos temáticos para facilitar a "compreensão" do público. Há o espaço “German Jazz Expo”, com foco para o jazz feito na Alemanha, o "European Jazz Meeting”, que destaca músicos da Europa, e o “Overseas Night”, que recebe músicos de países mais distantes, entre eles o Brasil.
Todos os artistas que participam do festival são previamente selecionados pela organização. Em 2015, o cantor Ed Motta representou o Brasil e fez um belíssimo show. Quem também levou a música brasileira ao palco alemão foi o gaitista Gabriel Rossi (foto), em 2018, o violinista Ricardo Herz, em 2013. Veja os shows abaixo.
O cantor Ed Motta participa do Jazzahead, em Bremen, na Alemanha, em 2015
Desde 2011, um país é escolhido pela produção do evento e ganha destaque especial durante a programação. Em 2019, a Noruega será o foco do Jazzahead. Espanha, Israel, Dinamarca, França, Suíça, Finlândia e Polônia já ganharam esse "presente". O país selecionado tem uma noite temática e o público a oportunidade de fazer uma verdadeira imersão no universo jazzístico do país escolhido.
Entre os músicos que participaram do Jazzahead estão o pianista israelense Omer Klein, a pianista canadense Marianne Trudel, o guitarrista norte-americano Julian Lage, o pianista argentino Leo Genovese, a pianista cubana Marialy Pacheco, o pianista suíço Colin Vallon, o trio dinamarquês Phronesis, o baixista norte-americano Charnett Moffett e o pianista polonês Marcin Wasilewski.
Anualmente, na cidade Brenen, na Alemanha, músicos, gravadoras, agentes, produtores e imprensa especializada se reúnem para conhecer novos nomes da cena jazzística, de diferentes partes do globo. A próxima edição será em 2019, entre os dias 25 e 28 de abril.
Em 2018, durante os quatro dias, o evento reuniu participantes de 60 países e teve um público de cerca de 17 mil pessoas, entre profissionais e o público que tem a oportunidade de assistir músicos da Europa, Estados Unidos, África, América do Sul, entre outros.
De olho da diversidade musical, os curadores do Jazzahead! criaram módulos temáticos para facilitar a "compreensão" do público. Há o espaço “German Jazz Expo”, com foco para o jazz feito na Alemanha, o "European Jazz Meeting”, que destaca músicos da Europa, e o “Overseas Night”, que recebe músicos de países mais distantes, entre eles o Brasil.
Todos os artistas que participam do festival são previamente selecionados pela organização. Em 2015, o cantor Ed Motta representou o Brasil e fez um belíssimo show. Quem também levou a música brasileira ao palco alemão foi o gaitista Gabriel Rossi (foto), em 2018, o violinista Ricardo Herz, em 2013. Veja os shows abaixo.
O cantor Ed Motta participa do Jazzahead, em Bremen, na Alemanha, em 2015
Desde 2011, um país é escolhido pela produção do evento e ganha destaque especial durante a programação. Em 2019, a Noruega será o foco do Jazzahead. Espanha, Israel, Dinamarca, França, Suíça, Finlândia e Polônia já ganharam esse "presente". O país selecionado tem uma noite temática e o público a oportunidade de fazer uma verdadeira imersão no universo jazzístico do país escolhido.
Entre os músicos que participaram do Jazzahead estão o pianista israelense Omer Klein, a pianista canadense Marianne Trudel, o guitarrista norte-americano Julian Lage, o pianista argentino Leo Genovese, a pianista cubana Marialy Pacheco, o pianista suíço Colin Vallon, o trio dinamarquês Phronesis, o baixista norte-americano Charnett Moffett e o pianista polonês Marcin Wasilewski.
quinta-feira, 20 de setembro de 2018
Luciana Souza dá voz ao Yellowjackets
O tradicional quarteto Yellowjackets volta com mais um disco à sua altura. Raising Our Voice, lançado pela gravadora Mack Avenue, tem tudo aquilo que o fã do fusion jazz espera.
Bons arranjos, som consistente, técnica apurada e a liberdade que só o jazz pode proporcionar.
A presença dos veteranos Russell Ferrante (teclado e piano) e Bob Mintzer (saxofone) já seria o suficiente para uma cuidadosa e criativa seleção musical.
Mas desta vez o ouvinte terá um bônus, a presença da cantora brasileira Luciana Souza. Pela primeira vez, o Yellowjackets escala uma voz para acompanhá-los.
Luciana Souza tem uma longa carreira de sucesso no exterior, mas sempre com uma "postura" outsider. Isso nunca foi problema, pelo contrário, fez sua reputação aumentar ainda mais. A peculiar voz de Luciana aparece em sete das 13 faixas do disco.
Destaques para "Timeline" e "Man Facing North", com a cantora praticando o scat, e a introspectiva "Solitude", música originalmente lançada no disco Like a River, e que aqui ganha letra escrita e interpretada em português.
"Man Facing North" é outra regravação que recebe novo arranjo e a vocalização de Luciana. "Quiet", como o próprio título sugere, é uma delicada composição de Luciana em parceria com Ferrante, que traz belas frases musicais do sax de Mintzer.
O quarteto mostra sua conhecida habilidade nos temas instrumentais "Ecuador", com destaque para o baixista Dane Anderson e o baterista Will Kennedy, "Everyone Else is Taken", música que traz a belíssima sintonia entre Ferrante e Mintzer, e a jazzística "Strange Time".
Com dois Grammys na bagagem, 17 indicações e 30 discos lançados, o Yellowjackets mostra que ainda tem muito a oferecer e caminha a passos largos para conquistar novas plateias e ouvintes. Sorte a nossa.
Bons arranjos, som consistente, técnica apurada e a liberdade que só o jazz pode proporcionar.
A presença dos veteranos Russell Ferrante (teclado e piano) e Bob Mintzer (saxofone) já seria o suficiente para uma cuidadosa e criativa seleção musical.
Mas desta vez o ouvinte terá um bônus, a presença da cantora brasileira Luciana Souza. Pela primeira vez, o Yellowjackets escala uma voz para acompanhá-los.
Luciana Souza tem uma longa carreira de sucesso no exterior, mas sempre com uma "postura" outsider. Isso nunca foi problema, pelo contrário, fez sua reputação aumentar ainda mais. A peculiar voz de Luciana aparece em sete das 13 faixas do disco.
Destaques para "Timeline" e "Man Facing North", com a cantora praticando o scat, e a introspectiva "Solitude", música originalmente lançada no disco Like a River, e que aqui ganha letra escrita e interpretada em português.
"Man Facing North" é outra regravação que recebe novo arranjo e a vocalização de Luciana. "Quiet", como o próprio título sugere, é uma delicada composição de Luciana em parceria com Ferrante, que traz belas frases musicais do sax de Mintzer.
O quarteto mostra sua conhecida habilidade nos temas instrumentais "Ecuador", com destaque para o baixista Dane Anderson e o baterista Will Kennedy, "Everyone Else is Taken", música que traz a belíssima sintonia entre Ferrante e Mintzer, e a jazzística "Strange Time".
Com dois Grammys na bagagem, 17 indicações e 30 discos lançados, o Yellowjackets mostra que ainda tem muito a oferecer e caminha a passos largos para conquistar novas plateias e ouvintes. Sorte a nossa.
sexta-feira, 14 de setembro de 2018
Ilhabela in Jazz - 6ª edição
O litoral norte de São Paulo será mais uma vez palco do festival Ilhabela in Jazz. Nomes como Ambrose Akinmusire (foto),
Hermeto Pascoal, Airto Moreira, Paolo Fresu e Bixiga 70 estarão na 6ª edição do evento, que acontece nos dias 28 e 29 de setembro e 5 e 6 de outubro.
Gratuito, o evento será pela primeira vez dividido em dois finais de semana. Os artistas ocuparão a Vila, no centro histórico da cidade.
Hermeto Pascoal encerra o festival no dia 6, às 22h30. Entre as atrações internacionais estão os trompetistas Ambrose Akinmusire (EUA) e Paolo Fresu (Itália), que será acompanhado do pianista espanhol Chano Domínguez.
O percussionista brasileiro radicado nos Estados Unidos Airto Moreira, o grupo Bixiga 70 e Nelson Aires, que vai homenagear o saxofonista Victor Assis Brasil, completam a programação.
Veja programação completa:
Dia 28 - sexta-feira
18h30: Banda local
19h30: Cleber Almeira e Septeto
21h: Paolo Fresu & Chano Dominguez
22h30: Vintena Brasileira
Dia 29 - sábado
>
18h30: Banda local
19h30: Renato Borghetti & Quarteto
21h: Ambrose Akinmusire Quartet
22h30: Bixiga 70
Dia 5 de outubro - sexta
18h30: Banda local
19h30: Tributo a Victor Assis Brasil
21h: Fabio Gouvea Quinteto
22h30: Airto Moreira & Grupo
Dia 6 de outubro - sábado
18h30: Banda local
19h30: Fábio Peron Trio
21h: Gabriel Grossi Quinteto
22h30: Hermeto Pascoal Big Band
Fonte: Adriana de Barros, do portal BOL
Gratuito, o evento será pela primeira vez dividido em dois finais de semana. Os artistas ocuparão a Vila, no centro histórico da cidade.
Hermeto Pascoal encerra o festival no dia 6, às 22h30. Entre as atrações internacionais estão os trompetistas Ambrose Akinmusire (EUA) e Paolo Fresu (Itália), que será acompanhado do pianista espanhol Chano Domínguez.
O percussionista brasileiro radicado nos Estados Unidos Airto Moreira, o grupo Bixiga 70 e Nelson Aires, que vai homenagear o saxofonista Victor Assis Brasil, completam a programação.
Veja programação completa:
Dia 28 - sexta-feira
18h30: Banda local
19h30: Cleber Almeira e Septeto
21h: Paolo Fresu & Chano Dominguez
22h30: Vintena Brasileira
Dia 29 - sábado
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18h30: Banda local
19h30: Renato Borghetti & Quarteto
21h: Ambrose Akinmusire Quartet
22h30: Bixiga 70
Dia 5 de outubro - sexta
18h30: Banda local
19h30: Tributo a Victor Assis Brasil
21h: Fabio Gouvea Quinteto
22h30: Airto Moreira & Grupo
Dia 6 de outubro - sábado
18h30: Banda local
19h30: Fábio Peron Trio
21h: Gabriel Grossi Quinteto
22h30: Hermeto Pascoal Big Band
Fonte: Adriana de Barros, do portal BOL
terça-feira, 11 de setembro de 2018
Tony Bennett Highlander
O que dizer de uma lenda viva da música mundial, com uma carreira de seis décadas, que ainda não foi dito?
Tony Bennett atravessou gerações, teve altos e baixos, mas sempre se dedicou ao máximo ao seu ofício de cantar e levar a música norte-americana aos quatro cantos do planeta.
Hoje, aos 96 anos, Bennett superou seu pares - entre eles Frank Sinatra, Sammy Davis Jr, Johnny Mathis, Ray Charles, Mel Tormé, Bobby Darin e Andy Williams.
A longevidade e mudança de rumo de sua carreira na década de 1980, o levaram a um patamar além do tradicional crooner.
Do sucesso com a música "I Left My Heart in San Francisco", em 1962, até o surpreendente disco ao lado de Lady Gaga, em 2014, ele enfrentou a inevitável comparação a Frank SInatra e conquistou seu próprio público.
No meio da década de 1980, após ter rompido com o pianista pianista Ralph Sharon, seu fiel escudeiro nas décadas de 1950 e 1960, e ter praticamente falido, seu filho, D'Andrea Bennett, resolveu assumir a carreira do pai e "relança-lo" no mercado.
Antes desta retomada, Bennett fez dois álbuns em parceria com o pianista Bill Evans. Os dois discos lançados por eles, o primeiro em 1975 e o segundo em 1977, não causaram impacto na época, mas hoje são referências quando se fala em álbum de duetos.
O primeiro passo foi deixar Los Angeles e ir morar na cidade de Nova York. Depois foi a vez de retomar as parcerias com a gravadora Columbia e o pianista Ralph Sharon. O toque final foi o lançamento do disco The Art of Excellence, de 1986.
Mas a consagração veio mesmo com o lançamento de MTV Unplugged, de 1994, que lhe deu o Grammy de disco do ano. Nada mal para quem ganhou nessa mesma categoria 32 anos antes, com o disco I Left My Heart in San Francisco.
A partir desse momento, Tony Bennett tinha novamente os holofotes em sua direção. A morte de Sinatra, em maio de 1998, fez Bennett se tornar o mais importante cantor norte-americano vivo. Bennett é o último de uma geração de cantores que fez das melodias de Irving Berlin, George e Ira Gershwin, Cole Porter, Jerome Kern, Oscar Hammerstein II, Richards Rodgers, Lorenz Hart e Johnny Mercer a identidade musical dos Estados Unidos.
Seus discos em duetos, assim como fez Sinatra uma década antes, serviram para aproximar Bennett ainda mais das novas gerações. O primeiro disco, de 2006, trazia o cantor ao lado de Celine Dion, Juanes, John Legend, Diana Krall, Bono, entre outros.
Em 2011, um segundo volume repete a mesma fórmula, desta vez com John Mayer, Sheryl Crow, Norah Jones, Mariah Carey e Amy Winehouse, com quem Bennett teve uma conexão imediata. O vídeo dos dois interpretando "Body & Soul" é um daqueles momentos que fica perpetuado na história musica.
A fórmula de duetos foi mais uma vez sacada em 2012, com o disco Viva Duets, com Bennett cantando com artistas latinos. Entre os escolhidos estão Thalia, Marc Anthony, Gloria Estefan e as brasileiras Ana Carolina e Maria Gadú.
Antes do sucesso desses discos, Bennett já tinha arriscado a fórmula de duetos em 2001, com o álbum Playin' with My Friends: Bennett Sings the Blues, no qual canta ao lado de B.B.King, Billy Joel, Bonnie Raitt e Ray Charles.
Além dos discos temáticos, Bennet também gravou em parceria com k.d Lang e Lady Gaga. Com Gaga, em 2015, ficou com o Grammy de melhor disco de pop tradicional pelo álbum Cheek to Cheek. Em 2018, ele volta a dividir um álbum, desta vez com a cantora e pianista canadense Diana Krall.
Acompanhado pelo trio do pianista Bill Charlap, o repertório é todo dedicado aos irmãos George e Ira Gershwin. Love Is Here To Stay não traz novidades, mas oferece ao ouvinte a oportunidade de testemunhar duas referências musicais importantes em diferentes momentos de suas carreiras, ambos de talento incontestáveis.
Tony Bennett atravessou gerações, teve altos e baixos, mas sempre se dedicou ao máximo ao seu ofício de cantar e levar a música norte-americana aos quatro cantos do planeta.
Hoje, aos 96 anos, Bennett superou seu pares - entre eles Frank Sinatra, Sammy Davis Jr, Johnny Mathis, Ray Charles, Mel Tormé, Bobby Darin e Andy Williams.
A longevidade e mudança de rumo de sua carreira na década de 1980, o levaram a um patamar além do tradicional crooner.
Do sucesso com a música "I Left My Heart in San Francisco", em 1962, até o surpreendente disco ao lado de Lady Gaga, em 2014, ele enfrentou a inevitável comparação a Frank SInatra e conquistou seu próprio público.
No meio da década de 1980, após ter rompido com o pianista pianista Ralph Sharon, seu fiel escudeiro nas décadas de 1950 e 1960, e ter praticamente falido, seu filho, D'Andrea Bennett, resolveu assumir a carreira do pai e "relança-lo" no mercado.
Antes desta retomada, Bennett fez dois álbuns em parceria com o pianista Bill Evans. Os dois discos lançados por eles, o primeiro em 1975 e o segundo em 1977, não causaram impacto na época, mas hoje são referências quando se fala em álbum de duetos.
O primeiro passo foi deixar Los Angeles e ir morar na cidade de Nova York. Depois foi a vez de retomar as parcerias com a gravadora Columbia e o pianista Ralph Sharon. O toque final foi o lançamento do disco The Art of Excellence, de 1986.
Mas a consagração veio mesmo com o lançamento de MTV Unplugged, de 1994, que lhe deu o Grammy de disco do ano. Nada mal para quem ganhou nessa mesma categoria 32 anos antes, com o disco I Left My Heart in San Francisco.
A partir desse momento, Tony Bennett tinha novamente os holofotes em sua direção. A morte de Sinatra, em maio de 1998, fez Bennett se tornar o mais importante cantor norte-americano vivo. Bennett é o último de uma geração de cantores que fez das melodias de Irving Berlin, George e Ira Gershwin, Cole Porter, Jerome Kern, Oscar Hammerstein II, Richards Rodgers, Lorenz Hart e Johnny Mercer a identidade musical dos Estados Unidos.
Seus discos em duetos, assim como fez Sinatra uma década antes, serviram para aproximar Bennett ainda mais das novas gerações. O primeiro disco, de 2006, trazia o cantor ao lado de Celine Dion, Juanes, John Legend, Diana Krall, Bono, entre outros.
Em 2011, um segundo volume repete a mesma fórmula, desta vez com John Mayer, Sheryl Crow, Norah Jones, Mariah Carey e Amy Winehouse, com quem Bennett teve uma conexão imediata. O vídeo dos dois interpretando "Body & Soul" é um daqueles momentos que fica perpetuado na história musica.
A fórmula de duetos foi mais uma vez sacada em 2012, com o disco Viva Duets, com Bennett cantando com artistas latinos. Entre os escolhidos estão Thalia, Marc Anthony, Gloria Estefan e as brasileiras Ana Carolina e Maria Gadú.
Antes do sucesso desses discos, Bennett já tinha arriscado a fórmula de duetos em 2001, com o álbum Playin' with My Friends: Bennett Sings the Blues, no qual canta ao lado de B.B.King, Billy Joel, Bonnie Raitt e Ray Charles.
Além dos discos temáticos, Bennet também gravou em parceria com k.d Lang e Lady Gaga. Com Gaga, em 2015, ficou com o Grammy de melhor disco de pop tradicional pelo álbum Cheek to Cheek. Em 2018, ele volta a dividir um álbum, desta vez com a cantora e pianista canadense Diana Krall.
Acompanhado pelo trio do pianista Bill Charlap, o repertório é todo dedicado aos irmãos George e Ira Gershwin. Love Is Here To Stay não traz novidades, mas oferece ao ouvinte a oportunidade de testemunhar duas referências musicais importantes em diferentes momentos de suas carreiras, ambos de talento incontestáveis.
quinta-feira, 6 de setembro de 2018
Maratona de Standards
Os denominados "standards" são, na verdade, temas que deixaram de ser apenas mais uma música qualquer para entrar na sua cabeça e nunca mais sair. Os mais "estudados" chamam isso de inconsciente coletivo.
É claro que nessa categoria, na maioria da vezes, estão canções com pelo menos uma década de vida. Quanto mais antiga a música, mais chance de se tornar um standard. As canções com letras levam vantagem nessa história de inconsciente coletivo. Além da melodia, as letras são outro fator que ajuda um ouvinte a lembra de uma canção.
O inquieto pesquisador norte-americano Ted Gioia resolveu meter a mão nessa cumbuca e deu á luz The Jazz Standards: A Guide to the Repertoire , livro com 550 páginas. Em espanhol, o livro foi batizado de El canon del jazz. Los 250 temas imprescindibles. Ele não foi o primeiro e muito menos será o último a eleger os melhores standards. E assim como todas as listas, essa também é questionável.
O livro é um guia sobre 250 temas que, na opinião do autor, são os temas "chicletes" mais importantes do jazz do século XX. É claro que aqui figuram todos os grandes compositores regravados à exaustão. Entre eles estão George e Ira Gershwin, Cole Porter, Irvin Berlim, Duke Ellington, Rodgers and Hart, Johnny Mercer, Burt Bacharach, e Harold Arlen. E também estão os standards escritos por músicos de jazz como Miles Davis, John Coltrane, Horace Silver, Dizzy Gillespie, Thelonious Monk, Charlie Parker, Herbie Hancock, Dave Brubeck e Milt Jackson.
No player acima você pode ouvir 100 standards sugeridos pelo pesquisador Ted Gioia
A cada nova canção destacada, o autor dá detalhes sobre a composição e conta curiosidades sobre cada uma delas. Outro atrativo é a variedade de dicas de gravações de cada tema, cerca de 20. Ao todo, são mais de 2 mil gravações indicadas. O autor toma o cuidado de indicar tanto gravações tocadas quanto cantadas. Não há preocupação de apontar apenas gravações antigas. Gioia é um ouvinte apurado e curioso, o que faz dele um cara antenado aos novos músicos e suas interpretações de temas próprio e, é claro, de standards.
A música brasileira tem nove representantes nesta seleta lista: "Corcovado", "Desafinado", "Garota de Ipanema", "How Insensitive" "Manhã de Carnaval", "Meditação", "One Note Samba", "O Amor em Paz (Once I Loved)" e "Wave". Não é surpresa que Tom Jobim é o compositor brasileiro mais onipresente no exterior. A invasão da bossa nova nos anos 60 rende frutos até hoje. Das nove canções, oito têm autoria de Jobim. Apenas "Manhã de Carnaval" foi composta por Luiz Bonfá e Antônio Maria, em 1959. A internacionalização deste tema aconteceu por causa do filme Orfeu Negro, que ficou com Oscar de filme estrangeiro.
Abaixo você tem a relação em ordem alfabética dos 250 standards escolhidos pelo autor.
You’d Be So Nice to Come Home To
É claro que nessa categoria, na maioria da vezes, estão canções com pelo menos uma década de vida. Quanto mais antiga a música, mais chance de se tornar um standard. As canções com letras levam vantagem nessa história de inconsciente coletivo. Além da melodia, as letras são outro fator que ajuda um ouvinte a lembra de uma canção.
O inquieto pesquisador norte-americano Ted Gioia resolveu meter a mão nessa cumbuca e deu á luz The Jazz Standards: A Guide to the Repertoire , livro com 550 páginas. Em espanhol, o livro foi batizado de El canon del jazz. Los 250 temas imprescindibles. Ele não foi o primeiro e muito menos será o último a eleger os melhores standards. E assim como todas as listas, essa também é questionável.
O livro é um guia sobre 250 temas que, na opinião do autor, são os temas "chicletes" mais importantes do jazz do século XX. É claro que aqui figuram todos os grandes compositores regravados à exaustão. Entre eles estão George e Ira Gershwin, Cole Porter, Irvin Berlim, Duke Ellington, Rodgers and Hart, Johnny Mercer, Burt Bacharach, e Harold Arlen. E também estão os standards escritos por músicos de jazz como Miles Davis, John Coltrane, Horace Silver, Dizzy Gillespie, Thelonious Monk, Charlie Parker, Herbie Hancock, Dave Brubeck e Milt Jackson.
No player acima você pode ouvir 100 standards sugeridos pelo pesquisador Ted Gioia
A cada nova canção destacada, o autor dá detalhes sobre a composição e conta curiosidades sobre cada uma delas. Outro atrativo é a variedade de dicas de gravações de cada tema, cerca de 20. Ao todo, são mais de 2 mil gravações indicadas. O autor toma o cuidado de indicar tanto gravações tocadas quanto cantadas. Não há preocupação de apontar apenas gravações antigas. Gioia é um ouvinte apurado e curioso, o que faz dele um cara antenado aos novos músicos e suas interpretações de temas próprio e, é claro, de standards.
A música brasileira tem nove representantes nesta seleta lista: "Corcovado", "Desafinado", "Garota de Ipanema", "How Insensitive" "Manhã de Carnaval", "Meditação", "One Note Samba", "O Amor em Paz (Once I Loved)" e "Wave". Não é surpresa que Tom Jobim é o compositor brasileiro mais onipresente no exterior. A invasão da bossa nova nos anos 60 rende frutos até hoje. Das nove canções, oito têm autoria de Jobim. Apenas "Manhã de Carnaval" foi composta por Luiz Bonfá e Antônio Maria, em 1959. A internacionalização deste tema aconteceu por causa do filme Orfeu Negro, que ficou com Oscar de filme estrangeiro.
Abaixo você tem a relação em ordem alfabética dos 250 standards escolhidos pelo autor.
After You’ve Gone
Ain’t Misbehavin’
Airegin
Alfie
All Blues
All of Me
All of You
All the Things You Aree
Alone Together
Angel Eyes
April in Paris
Autumn in New York
Autumn Leaves
Bags’ Groove
Basin Street Blues
Beale Street Blues
Bemsha Swing
Billie’s Bounce
Blue Bossa
Blue in Green
Blue Monk
Blue Moon
Blue Skies
Bluesette
Body and Soul
But Beautiful
But Not for Me
Bye Bye Blackbird
C Jam Blues
Cantaloupe Island
Caravan
Chelsea Bridge
Cherokee
A Child Is Born
Come Rain or Come ShineApril in Paris
Come Sunday
Con Alma
Confirmation
Corcovado
Cotton Tail
Darn That Dream
Days of Wine and Roses
Desafinado
Dinah
Django
Do Nothin’ Till You Hear from Me
Do You Know What It Means to Miss New Orleans?
Donna Lee
Don’t Blame Me
Don’t Get Around Much Any More
East of the Sun (and West of the Moon)
Easy Living
Easy to Love
Embraceable You
Emily>
Epistrophy
Everything Happens to Me
Evidenceh
Ev’ry Time We Say Goodbye
Exactly Like You
Falling in Love with Love
Fascinating Rhythm
Fly Me to the Moon
A Foggy Day
Footprints
Gee, Baby, Ain’t I Good to You?
Georgia on My Mind
Ghost of a Chance
Giant Steps
Garota de Ipanema
God Bless the Child
Gone with the Wind
Good Morning Heartache
Goodbye Pork Pie Hat
Groovin’ High
Have You Met Miss Jones?
Here’s That Rainy Day
Honeysuckle Rose
Hot House
How Deep Is the Ocean?
How High the Moon
How Insensitive
How Long Has This Been Going On?
I Can’t Get Started
I Can’t Give You Anything but Love
I Cover the Waterfront
I Didn’t Know What Time It Was
I Fall in Love Too Easily
I Got It Bad (and That Ain’t Good)
I Got Rhythm
I Hear a Rhapsody
I Let a Song Go Out of My Heart
I Love You
I Mean You
I Only Have Eyes for You
I Remember Clifford
I Should Care
I Surrender, Dear
I Thought about You
I Want to Be Happy
If You Could See Me Now
I’ll Remember April
I’m in the Mood for Love
Impressions
In a Mellow Tone
In a Sentimental Mood
In Your Own Sweet Way
Indiana
Invitation
It Could Happen to You
It Don’t Mean a Thing (If It Ain’t Got That Swing)
It Might as Well Be Spring
I’ve Found a New Baby
The Jitterbug Waltz
Joy Spring
Just Friends
Just One of Those Things
Just You, Just Me
King Porter Stomp
Lady Bird
The Lady is a Tramp
Lament
Laura
Lester Leaps In
Like Someone in Love
Limehouse Blues
Liza
Lonely Woman
Love for Sale
Lover
Lover, Come Back to Me
Lover Man
Lullaby of Birdland
Lush Life
Mack the Knife
Maiden Voyage
The Man I Love
Manhã de Carnaval
Mean to Me
Meditação
Memories of You
Milestones
Misterioso
Misty
Moment’s Notice
Mood Indigo
More Than You Know
Muskrat Ramble
My Favorite Things
My Foolish Heart
My Funny Valentine
My Old Flame
My One and Only Love
My Romance
Naima
Nardis
Nature Boy
The Nearness of You
Nice Work If You Can Get It
Night and Day
Night in Tunisia
Night Train
Now’s the Time
Nuages
O Amor em Paz (Once I Loved)
Oh, Lady Be Good!
Old Folks
Oleo
On a Clear Day
On Green Dolphin Street
On the Sunny Side of the Street
One Note Samba
One o’Clock Jump
Ornithology
Our Love Is Here to Stay
Out of Nowhere
Over the Rainbow
Peace
The Peacocks
Pennies from Heaven
Perdido
Poinciana
Polka Dots and Moonbeams
Prelude to a Kiss
Rhythm-a-ning
’Round Midnight
Royal Garden Blues
Ruby, My Dear
St. James Infirmary
St. Louis Blues
St. Thomas
Satin Doll
Scrapple from the Apple
Secret Love
The Shadow of Your Smile
Shine
Skylark
Smile
Smoke Gets in Your Eyes
So What
Softly, as in a Morning Sunrise
Solar
Solitude
Someday My Prince Will Come
Someone to Watch over Me
Song for My Father
The Song Is You
Sophisticated Lady
Soul Eyes
Speak Low
Spring Can Really Hang You Up the Most
Spring Is Here
Star Dust
Star Eyes
Stolen Moments
Stompin’ at the Savoy
Stormy Weather
Straight, No Chaser
Struttin’ with Some Barbecue
Summertime
Sweet Georgia Brown
’S Wonderful
Take Five
Take the a Train
Tea for Two
Tenderly
There Is No Greater Love
There Will Never Be Another You
These Foolish Things
They Can’t Take That Away from Me
Things Ain’t What They Used to Be
Tiger Rag
Time after Time
Tin Roof Blues
The Very Thought of You
Waltz for Debby
Watermelon Man
Wave
The Way You Look Tonight
Well, You Needn’t
What Is This Thing Called Love?
What’s New?
When the Saints Go Marching In
Whisper Not
Willow Weep for Me
Yardbird Suite
Yesterdays
You Don’t Know What Love Is
You Go to My Head
You Stepped Out of a Dream
You’d Be So Nice to Come Home To
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