sábado, 9 de novembro de 2024

Grammy 2025 - os indicados


A Academia do Grammy anunciou no dia 8 de novembro os indicados para a 67ª edição dos prêmios Grammy, que acontecerá no dia 2 de fevereiro de 2025. Ao todo, são 94 categorias dos mais diversos gêneros musicais, entre eles, rock, pop, blues, clássico, folk, R&B, rap, country, new age, gospel e jazz.


A categoria de jazz é dividida em seis sub-categorias: improviso, álbum, álbum vocal, orquestra, latino e alternativo. São cinco indicados em cada categoria. Os artistas de jazz também aparecem com frequência em outras categorias, entre elas, composição instrumental e arranjo.

Na "principal" categoria, de melhor disco de jazz, estão na disputa o veterano pianista Kenny Barron (Beyond This Place) e o dueto entre o saudoso pianista Chick Corea e o banjoísta Bela Fleck (Remembrance), o favorito.

Correndo "por fora" estão a jovem saxofonista Lakecia Benjamin (Phoenix Reimagined), o pianista Sullivan Fortner (Solo Game) e o trompetista Ambrose Akinmusire (Owl Song). Em 2024, quem ficou com o prêmio de melhor disco de jazz foi pianista Billy Childs (The Winds Of Change).
Trompetista Ambrose Akinmusire concorre na catergoria melhor disco de jazz

Entre os cantores, o melhor disco de jazz vocal será disputado entre Christie Dashiell (Journey In Black), Esperanza Spalding (parceria com Milton Nascimento), Samara Joy (A Joyful Holiday), Kurt Elling (Wildflowers Vol. 1) e Catherine Russell (My Ideal). Na edição do ano passado, o melhor disco de jazz vocal ficou com a cantora Nicole Zuraitis (How Love Begins).

Além da parceria entre a baixista Esperanza Spalding e o octogenário Milton Nascimento, outro destaque da categoria vocal é a jovem cantora Christie Dashiell, que tem se detacado em vários festival nos Estados Unidos e na Europa. Sua potência vocal se mistura com a suavidade do repertório do álbum, que traz 7 composições da cantora, e duas versões, entre elas, "Anyone Who Had a Heart", de 1963, composta por Burt Bacharach and Hal David.
Cantora Christie Dashiell é indicada pela 1ª vez na categoria melhor disco vocal

Na categoria melhor disco de jazz latino, mais uma vez, teremos um embate entre artistas brasileiros. Entre os indicados, estão a pianista Eliane Elias (Time And Again), e o disco de dueto entre o bandolista Hamilton de Holanda e o piabista cubano Gonzalo Rubalcaba (Collab). Também concorrem nesta categoria o veterano pianista cubano Chucho Valdés (Cuba And Beyond) e o dueto entre o pianista dominicano Michel Camilo e o baixista espanhol Tomatito (Spain Forever Again), que é um forte candidato a ficar com o Grammy.

No ano passado, o melhor disco de jazz latino ficou com o saxofonista porto riquenho Miguel Zenón e o pianista venezuelano Luis Perdomo (El Arte Del Bolero Vol. 2). O último brasileiro a ganhar o Grammy foi a pianista Eliane Elias, com o disco Mirror Mirror, em 2022, na categoria melhor disco de jazz latino. Essa é a sétimam indicação de Eliane.

EXECUÇÃO DE JAZZ


"Walk With Me, Lord (SOUND | SPIRIT)" — The Baylor Project
"Phoenix Reimagined (Live)" — Lakecia Benjamin (com Randy Brecker, Jeff "Tain" Watts & John Scofield)
"Juno" — Chick Corea & Béla Fleck
"Twinkle Twinkle Little Me" — Samara Joy & Sullivan Fortner
"Little Fears"— Dan Pugach Big Band Featuring Nicole Zuraitis & Troy Roberts

ÁLBUM VOCAL


Journey In Black — Christie Dashiell
Wildflowers Vol. 1 — Kurt Elling & Sullivan Fortner
A Joyful Holiday — Samara Joy
Milton + esperanza — Milton Nascimento & Esperanza Spalding
My Ideal — Catherine Russell & Sean Mason

ÁLBUM INSTRUMENTAL


Owl Song — Ambrose Akinmusire (com Bill Frisell & Herlin Riley)
Beyond This Place — Kenny Barron
Phoenix Reimagined (Live) — Lakecia Benjamin
Remembrance — Chick Corea & Béla Fleck
Solo Game — Sullivan Fortner

ÁLBUM DE ORQUESTRA


Returning To Forever — John Beasley & Frankfurt Radio Big Band
And So It Goes — The Clayton-Hamilton Jazz Orchestra
Walk A Mile In My Shoe — Orrin Evans & The Captain Black Big Band
Bianca Reimagined: Music for Paws and Persistence — Dan Pugach Big Band
Golden City — Miguel Zenón

ÁLBUM JAZZ LATINO


Spain Forever Again — Michel Camilo & Tomatito
Cubop Lives! — Zaccai Curtis
COLLAB — Hamilton de Holanda & Gonzalo Rubalcaba
Time And Again — Eliane Elias
El Trio: Live in Italy — Horacio 'El Negro' Hernández, John Beasley & José Gola
Cuba And Beyond — Chucho Valdés & Royal Quartet
As I Travel — Donald Vega Featuring Lewis Nash, John Patitucci & Luisito Quintero

ÁLBUM DE JAZZ ALTERNATIVO


Night Reign — Arooj Aftab
New Blue Sun — André 3000
Code Derivation — Robert Glasper
Foreverland — Keyon Harrold
No More Water: The Gospel Of James Baldwin — Meshell Ndegeocello

ÁLBUM DE POP TRADICIONAL


À Fleur De Peau — Cyrille Aimée
Visions — Norah Jones
Good Together — Lake Street Dive
Impossible Dream — Aaron Lazar
Christmas Wish — Gregory Porter

ÁLBUM INSTRUMENTAL CONTEMPORÂNEO


Plot Armor — Taylor Eigsti
Rhapsody In Blue — Béla Fleck
Orchestras (Live) — Bill Frisell
Mark — Mark Guiliana
Speak To Me — Julian Lage

sexta-feira, 4 de outubro de 2024

Arthur Nestrovski celebra a longa arte de Tom Jobim

A série A longa arte de Antonio Carlos Jobim, que celebra a obra do compositor Antonio Carlos Jobim, é composta por seis videoaulas musicais apresentadas pelo violonista e compositor Arthur Nestrovski, divulgadas mensalmente no site da revista Piauí e no canal da revista no YouTube.

A cada episódio, Nestrovski faz com que as músicas se revelem por inteiro, ampliando o imenso prazer que é ouvir Tom Jobim. A direção é de Renato Terra, responsável por documentários musicais como Uma noite em 67 e Narciso em férias, além das séries sobre Nara Leão e Tim Maia.

Com duração média de 15 minutos, as aulas analisam alguns verdadeiros clássicos do nosso cancioneiro, como "Águas de março", "Sabiá" e "Retrato em branco e preto". Nestrovski tem a parceria de Paula Morelenbaum, cantora que integrou a banda criada por Jobim entre 1980 e 1990 para acompanhá-lo em shows e gravações.
Arthur Nestrovski e Paula Morelenbaum falam sobre composições de Jobim


Na segunda videoaula da série, Nestrovski fala sobre a parceria entre Tom Jobim e Vinicius de Moraes, que começou em "Orfeu da Conceição" e mudou o rumo da canção brasileira moderna. Orfeu da Conceição tem como inspiração o mito grego de Orfeu, um jovem tocador de lira que, diante do falecimento da amada Eurídice, decide buscá-la no reino dos mortos. Na versão brasileira, seu enredo teve como cenário os morros cariocas e os atores eram majoritariamente negros. A produção estreou no Theatro Municipal do Rio de Janeiro com cenografia de Oscar Niemeyer.

Mais uma vez acompanhado pela cantora Paula Morelenbaum, o violonista e compositor Arthur Nestrovski passeia pelo cancioneiro do espetáculo, esmiuçando canções como "Se todos fossem iguais a você", "A felicidade", "Lamento no morro" e "Modinha". São as primeiras colaborações de uma amizade que foi transformadora para a música popular brasileira.

Na terceira aula, o violonista analisa algumas das canções mais representativas da bossa nova. Ele pontua que músicas como "Desafinado" e "Samba de Uma Nota Só", de Jobim e Newton Mendonça, e "Chega de Saudade" e "Garota de Ipanema", de Jobim e Vinicius de Moraes, têm em comum um elemento fundamental para entender o sucesso do gênero: a profícua relação entre poesia cantada e melodia.

Ele destaca ainda a influência do jazz no samba-canção do fim dos anos 1950 e o ineditismo de letras permeadas por “concisões, arrojos e rimas internas” que não eram comuns no ambiente musical brasileiro do período.

segunda-feira, 30 de setembro de 2024

Clube holandês Bimhuis completa 50 anos

O clube de jazz holandês Bimhuis foi inaugurado no Oude Schans, em Amsterdã, em 1º de outubro de 1974, refletindo movimento popular de músicos que queriam um espaço dedicado ao jazz e à música improvisada. Ao longo do anos, o Bimhuis tornou-se um dos locais mais importantes para o jazz na Holanda, não apenas como sala de concertos, mas também como principal ponto de encontro da cena jazzística holandesa.
Após 30 anos no centro de Amsterdã, o clube trocou de endereço em 2005


O edifício anterior do Bimhuis estava localizado nos bairros históricos de Amsterdã, mas a partir de 2005 a cidade decidiu transferi-lo para um novo local, localizado à beira-mar, no complexo Muziekgebouw, perto de Oosterdok e da Estação Central. Dentro do prédio você encontrará o que há de mais moderno em tecnologia, soluções acústicas que criam o som perfeito e pouco mais de 200 lugares.

Não perca as famosas jam session de terça-feira à noite, uma tradição onde amadores podem tocar com os mestres, um sinal claro da dedicação de Bimhuis em promover o crescimento musical. Além do Encontro Anual de Outubro (October Meeting), festival experimental que ultrapassa os limites do jazz.
Ambiente acolhedor e acústica impecável são perfeitos ouvir jazz