segunda-feira, 2 de maio de 2022

International Jazz Day 2022


No dia 30 de abril de 2022, uma nova edição do International Jazz Day aconteceu. Desta vez, diferentemente dos dois últimos anos, quando as apresentações foram virtuais devido à pandemia do coronavírus, o evento foi gravado dentro do prédio das Nações Unidas (ONU), na cidade de Nova York, no local onde acontece a Assembleia Geral da ONU, mas sem presença de plateia.

Como de costume, o concerto traz artistas de diferentes nacionalidades e mantém o discurso de um mundo sem fronteiras e de uma comunidade internacional guiada pela tolerância e pela solidariedade entre os povos. Mais uma vez, o lendário pianista Herbie Hancock, que completou 82 anos em 12 de abril, foi o mestre de cerimônia.

Entre os músicos que se apresentaram estão o pianista Joey Alexander (Indonésia), a cantora Youn Sun Nah (Coreia do Sul), a gaitista Grégoire Maret (Suíça), o harpista Edmar Castañeda (Colômbia), o percussionista Pedrito Martínez (Cuba), o pinaista Tarek Yamani (Líbano), o clarinetista Kinan Azmeh (Síria), a baixista Linda May Han Oh (Austrália), o indiano Zakir Hussain, a pianista Hiromi Uehara (Japão) e a saxofonista Erena Terakubo (Japão)

Os músicos norte-americanos foram a maioria. Entre eles, o pianista John Beasley, o baixista Marcus Miller, as cantoras Lizz Wright e Shemekia Copeland, o guitarrista Mark Whitfield, os cantores Jose James e Gregory Porter, os trompetistas Jeremy Pelt e Randy Brecker, os bateristas Brian Blade e Terri Lyne Carrington, e os saxofonistas Ravi Coltrane e David Sanborn.



O Brasil foi representado pelo pianista santista Helio Alves, que está radicado nos Estados Unidos desde a década e 1990. Ele já gravou e excursionou com grandes nomes da música como Joe Henderson, Yo-Yo Ma, Paquito D’Rivera, Airto Moreira, Gal Costa e Joyce Moreno. O pianista mergulhou no universo do jazz depois que uma temporada na Berklee College of Music, nos Estados Unidos.

Entre os temas interpretados estão "Walk Until I Ride", "Georgia on My Mind", "Lovely Day", "Smile", "Throw It Away", "Aleluia", "On My Way to Harlem" e "Imagine", de John Lennon, que fechou a noite.

Abaixo você encontra a íntegra de algumas edições passadas, que aconteceram em Melbourne-Sydney (2019), São Petersburgo-Rússia (2018), Havana-Cuba (2017), Washington-EUA (2016), Paris-França (2015), Osaka-Japão (2014), Istambul-Turquia (2013) e Paris-França (2012). Também está disponível a edição de 2020, que foi inteiramente virtual.















sexta-feira, 22 de abril de 2022

JJA Jazz Awards 2022: os indicados


Anualmente, a Jazz Journalists Association (Associação de Jornalistas de Jazz) faz uma votação para premiar os músicos que mais se destacaram no ano. Os indicados para a 26ª edição foram anunciados no mês de abril, e os vencedores serão conhecidos no dia 3 de maio.

Os músicos com mais indicações nesta edição são o trompetista Wadada Leo Smith e o saxofonista Charles Lloyd. Para ver todos os indicados nas 35 categorias, visite o site oficial da premiação.

Entre os prêmios mais cobiçados estão o de Conjunto da Obra, que sempre destaca um músico com mais de 50 anos de carreira, Músico do ano e disco do ano.

Os concorrentes na categoria músico do ano são o cantor e pianista Jon Batiste, Wadada Leo Smith, o guitarrista Pat Metheny, William Parker e o saxofonista James Brandon Lewis. Batiste foi o grande vitorioso da edição deste do ano Grammy, com cinco prêmios.

Na categoria de disco do ano, além de Lewis (Jessup Wagon) e Smith (The Chicago Symphonies) também estão no páreo o William Parker (Trencadis – A Selection from Migration of Silence Into and Out of The Tone World), os saxofonistas Kenny Garrett (Sounds from the Ancestors) e Charles Lloyd and the Marvels (Tone Poem) e a cantora Jazzmeia Horn (Dear Love). No ano passado, o prêmio de disco do ano ficou com a arranjadora Maria Schneider Orchestra, com o disco Data Lords.

Os veteranos que concorrem ao prêmio de Conjunto da Obra são o baixista Roscoe Mitchell, os saxofonistas Charles Lloyd e Marshall Allen, a pianista Toshiko Akyoshi, o baixista William Parker, o trompetista Wadada Leo Smith (foto abaixo) e a cantora Sheila Jordan. Na última edição do prêmio, o vitorioso nesta categoria foi baixista o Ron Carter, que completará 85 anos no dia 4 de maio.

A premiação também tem a categoria melhor disco histórico, que aponta lançamentos de álbuns e gravações "perdidos" de grandes nomes do jazz, nunca antes lançados.

Neste ano, os indicados são John Coltrane (A Love Supreme: Live in Seattle), Roy Brooks (Understanding), Hasaan Ibn Ali (Metaphysics: The Lost Atlantic Album), Roy Hargrove & Mulgrew Miller (In Harmony) e Lee Morgan (The Complete Live at the Lighthouse).

Diferentemente de outras premiações, além dos músicos, também são premiados jornalistas e publicações relacionadas ao mundo do jazz. Entre os prêmios estão melhor revista, melhor blogue e o melhor livro. Você pode conhecer todos os indicados no no site oficial.

Outro destaque são os Jazz Heroes, que premia pessoas que contribuiram para a divulgação do jazz. Neste ano, 28 pessoas de várias cidades dos Estados Unidos foram premiados. Conheça todos eles na página oficial.

Conheça os 25 vencedores na categoria melhor disco em todas as edições do JJA Jazz Awards awards clicando aqui.













segunda-feira, 11 de abril de 2022

Documentário traz o mitológico clube londrino Ronnie Scott


Todos os caminhos levam ao Ronnie Scott's, em Londres. O número 47 da Frith Street, no Soho, é o local preferido de jazzistas e fãs de jazz desde 1965.

A casa leva o nome do seu dono, o saxofonista britânico Ronnie Scott, que idealizou o local com o também saxofonista Pete King. Os dois abriram a casa em 30 de outubro de 1959, na 39 Gerrard Street, no Soho, onde ficou até 1965, quanto mudou para a Frith Street.

Desde então, a meca do jazz na capital britânica continua de pé oferecendo shows de qualidade e uma atmosfera que envolve o público e torna a experiência de ver uma apresentação ao vivo ainda mais marcante.

Por aqui passaram todos os gigantes do jazz, entre eles, Miles Davis, Chet Baker, Nina Simone, Count Basie, Ella Fitzgerald, Thelonious Monk, Oscar Peterson, Ben Webster e Dizzy Gillespie. Algumas dessas apresentações foram registradas pelo fotógrafo Freddy Warren.

Parte do seu acervo pode ser visto no livro Ronnie Scott's 1959-69, que traz fotos de Miles Davis, Art Blakey, Stan Getz, Zoot Sims, Duke Ellington, Nina Simone, entre outros.

A casa também ficou marcada por ser o último local onde o guitarrista Jimi Hendrix tocou, em 16 de setembro de 1970. Dois dias depois de subir, de surpresa, no palco do Ronnie Scott's para fazer uma pequena jam com Eric Burdon and War, o guitarrista morreu aos 27 anos.

Em 2005 a casa foi vendida para os empresários Sally Greene e Michael Watt por 4 milhões de libras. Após uma ampla reforma, o Ronnie Scott reabriu mais moderno e "menos" charmoso aos olhos dos antigos frequentadores. Mas, até hoje, mantém uma programação pujante. Em abril de 2022, entre as atrações, estão Melisa Aldana, Dee Dee Bridgewaters e Yellowjackets.

O Ronnie Scott's também foi palco de um show fechado dos Rolling Stones, em dezembro de 2021. Mick Jagger, Ron Wood e Keith Richards se reuniram para homenagear o baterista Charlie Watts, que morreu em agosto de 2021, aos 80 anos. Watts era um fã de jazz e gravou alguns álbuns exclusivamente tocando jazz. Na plateia estavam apenas familiares dos músicos, além da presença do ex-baixista Bill Wayman.

Outro momento marcante aconteceu em fevereiro de 2014, com a apresentação do cantor Prince. O show foi acompanhado por uma plateia de estrelas, entre elas, a ex-modelo Kate Moss, o músico Noel Gallagher e a cantora Adele
Scott e seu saxofone fazem posse em frente ao mitológico clube de jazz


No início de 2022, foi lançado o documentário Ronnie's. Dirigido pelo documentarista britânico Oliver Murray, o filme mostra o nascimento da casa, conta histórias curiosas e traça um perfil do saxofonista Ronnie Scott, que morreu em 1996, aos 69 anos.

O corpo do músico foi encontrado em seu apartamento, em Londres, com um copo de álcool e comprimidos ao lado. Desde um operação no dente mal sucedido, o músico não conseguiu mais tocar direito seu saxofone e a depressão que já fazia parte de sua vida ficou ainda mais aguda.

Além de dezenas de trechos de apresentações de músicos do quilate de Oscar Peterson, Sonny Rollins, Buddy Rich, Ella Fitzgerald, Miles Davis Sarah Vaughan, Chet Baker entre outros, o documentário traz depoimentos de quem vivenciou a história da casa de jazz londrina, entre eles, o produtor Quincy Jones, o saxofonista Sonny Rollins, o crítico de jazz John Fordham e familiares do Scott. Esse não é o primeiro documentário sobre o Ronnie Scott. Em 1989, Fordham escreveu e narrou um documentário em parceria com o canal BBC. Você pode vê-lo abaixo, na íntegra, sem legendas.