segunda-feira, 30 de setembro de 2024

Clube holandês Bimhuis completa 50 anos

O clube de jazz holandês Bimhuis foi inaugurado no Oude Schans, em Amsterdã, em 1º de outubro de 1974, refletindo movimento popular de músicos que queriam um espaço dedicado ao jazz e à música improvisada. Ao longo do anos, o Bimhuis tornou-se um dos locais mais importantes para o jazz na Holanda, não apenas como sala de concertos, mas também como principal ponto de encontro da cena jazzística holandesa.
Após 30 anos no centro de Amsterdã, o clube trocou de endereço em 2005


O edifício anterior do Bimhuis estava localizado nos bairros históricos de Amsterdã, mas a partir de 2005 a cidade decidiu transferi-lo para um novo local, localizado à beira-mar, no complexo Muziekgebouw, perto de Oosterdok e da Estação Central. Dentro do prédio você encontrará o que há de mais moderno em tecnologia, soluções acústicas que criam o som perfeito e pouco mais de 200 lugares.

Não perca as famosas jam session de terça-feira à noite, uma tradição onde amadores podem tocar com os mestres, um sinal claro da dedicação de Bimhuis em promover o crescimento musical. Além do Encontro Anual de Outubro (October Meeting), festival experimental que ultrapassa os limites do jazz.
Ambiente acolhedor e acústica impecável são perfeitos ouvir jazz




quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Árvore do jazz

Alguns fãs de jazz conhecem o "famoso" poster da "Árvore de Jazz" idealizado por Peter Von Bartkowski, que tentou de uma maneira muito criativa mostrar o desenvolvimento do jazz durante o século XX.

É claro que alguns nomes podem ter ficado de fora, o que é natural diante do grande número de jazzistas. Por outro lado, é interessante ver como o poster consegue mostrar os principais músicos dentro de cada movimento do jazz.

A base da árvore (raíz) traz o blues e depois vai evoluindo no "tronco da árvore" o swing, o bebop, cool, mainstream,harrd bop, free jazz, fusion, até chegar no que foi denominado de jazz today (jazz hoje), que abrange músicos a partir do fim da década de 1970 até o ano de 2006, ano da última atualização da versão do poster que está na foto abaixo.

segunda-feira, 12 de agosto de 2024

7 décadas de Pat Metheny


Que sorte a nossa de vivermos na mesma época do guitarrista norte-americano Pat Metheny, que em 2024, no dia 12 de agosto, completou 70 anos de idade.

O impacto de vê-lo ao vivo é privilégio de quem, como nós, pode testemunhar um dos músicos mais talentosos de todos os tempos. Com 50 anos de carreira e 20 Grammys na bagagem, Metheny influenciou várias gerações de guitarristas e continua encantando com seu talento e, principalmente, humildade.

A guitarra de Metheny é reconhecida na primeira nota. Seu jeito único de tocar, a afinação, a guitarra sintetizada, o toque sem palheta, a energia e, acima de tudo, a criatividade e talento de escrever melodias fizeram de Metheny um músico único.

Desde o seu primeiro álbum, Bright Size Life (1975), lançado pela gravadora ECM, ao lado de Jaco Pastorius (baixo) e Bob Moses (bateria), aos 21 anos de idade, a inquietação e criatividade das composições do guitarrista já apareciam. De lá para cá, foram mais de 30 álbuns e diferentes parcerias com músicos de tão criativos quanto ele.

A parceria mais longeva foi com o pianista Lyle Mays, com quem tocou por quatro décadas no Pat Metheny Group, lançando os discos mais festejados de sua carreira, entre eles, Offramp, Still Life Talking, As Falls Wichita, So Falls Wichita Falls, Letter From Home e American Garage. O grupo também contava com o baterista Paul Wertico e o baixista Steve Rod.

O músico lançou uma dezenas de álbuns acústicos que mostram um lado mais introspectivo, mas não menos interessante e inspirador. Desde o primeiro acústico, New Chautauqua (1977), até o último, Moondial (2024), os violões de seis ou 12 cordas acompanham o músico em uma viagem musical que transporta o ouvinte a diferentes lugare, paissagens e épocas.



No decorrer da carreira, fez grandes parcerias, entre elas, com os baixistas Charlie Hadden, Dave Holland e Richard Bonna, os guitarristas Jim Hall e John Scofield, os bateristas Roy Haynes e Jack DeJohnette, o pianista Brad Mehldau, o vibrafonista Gary Burton, o percussionista Nana Vasconcelos e os saxofonistas Michael Brecker, Ornette Coleman e Chris Potter.

A relação de Metheny com o Brasil é muito forte. Além do rápido namoro com a atriz Sonia Braga, muitas críticos de jazz sempre remetem o som de Metheny ao do guitarrista mineiro Toninho Horta, que fez história gravando o clássico disco Clube da Esquina, de Milton Nascimento. Pat já declarou sua admiração por Horta várias vezes.

Outro momento importate de Metheny com o Brasil é a apresentação no Carnegie Hall, em 1994, na cidade de Nova York, ao lado de Tom Jobim, durante o concerto em comemoração aos 50 anos da gravadora Verve. Esta foi a última apresentação da carreira de Jobim, que morreria meses depois também na cidade de Nova York. Na ocasião, eles interpretaram "Garota de Ipanema", "Insensatez" e "Desafinado".

A música do guitarrista muitas vezes traz um clima de trilha sonora, com diferentes timbres, coros, arranjos e harmonias. Metheny já escrevue para filmes, mas não é algo que parece atrai-los, já que ele não precisa fazer especificamente uma trilha de cinema para que sua música soe assim. Em 1985, ele compôs a trilha do filme A Traição do Falcão (The Falcon and the Snowman) ao lado do pianista Lyle Mays. Mas a trilha ficou famosa graças à participação do cantor David Bowie na faixa tema "This is Not America", que fez grande sucesso nas rádios na década de 1980.