Alguns fãs de jazz conhecem o "famoso" poster da "Árvore de Jazz" idealizado por Peter Von Bartkowski, que tentou de uma maneira muito criativa mostrar o desenvolvimento do jazz durante o século XX.
É claro que alguns nomes podem ter ficado de fora, o que é natural diante do grande número de jazzistas. Por outro lado, é interessante ver como o poster consegue mostrar os principais músicos dentro de cada movimento do jazz.
A base da árvore (raíz) traz o blues e depois vai evoluindo no "tronco da árvore" o swing, o bebop, cool, mainstream,harrd bop, free jazz, fusion, até chegar no que foi denominado de jazz today (jazz hoje), que abrange músicos a partir do fim da década de 1970 até o ano de 2006, ano da última atualização da versão do poster que está na foto abaixo.
quinta-feira, 22 de agosto de 2024
segunda-feira, 12 de agosto de 2024
7 décadas de Pat Metheny
Que sorte a nossa de vivermos na mesma época do guitarrista norte-americano Pat Metheny, que em 2024, no dia 12 de agosto, completou 70 anos de idade.
O impacto de vê-lo ao vivo é privilégio de quem, como nós, pode testemunhar um dos músicos mais talentosos de todos os tempos. Com 50 anos de carreira e 20 Grammys na bagagem, Metheny influenciou várias gerações de guitarristas e continua encantando com seu talento e, principalmente, humildade.
A guitarra de Metheny é reconhecida na primeira nota. Seu jeito único de tocar, a afinação, a guitarra sintetizada, o toque sem palheta, a energia e, acima de tudo, a criatividade e talento de escrever melodias fizeram de Metheny um músico único.
Desde o seu primeiro álbum, Bright Size Life (1975), lançado pela gravadora ECM, ao lado de Jaco Pastorius (baixo) e Bob Moses (bateria), aos 21 anos de idade, a inquietação e criatividade das composições do guitarrista já apareciam. De lá para cá, foram mais de 30 álbuns e diferentes parcerias com músicos de tão criativos quanto ele.
A parceria mais longeva foi com o pianista Lyle Mays, com quem tocou por quatro décadas no Pat Metheny Group, lançando os discos mais festejados de sua carreira, entre eles, Offramp, Still Life Talking, As Falls Wichita, So Falls Wichita Falls, Letter From Home e American Garage. O grupo também contava com o baterista Paul Wertico e o baixista Steve Rod.
O músico lançou uma dezenas de álbuns acústicos que mostram um lado mais introspectivo, mas não menos interessante e inspirador. Desde o primeiro acústico, New Chautauqua (1977), até o último, Moondial (2024), os violões de seis ou 12 cordas acompanham o músico em uma viagem musical que transporta o ouvinte a diferentes lugare, paissagens e épocas.
No decorrer da carreira, fez grandes parcerias, entre elas, com os baixistas Charlie Hadden, Dave Holland e Richard Bonna, os guitarristas Jim Hall e John Scofield, os bateristas Roy Haynes e Jack DeJohnette, o pianista Brad Mehldau, o vibrafonista Gary Burton, o percussionista Nana Vasconcelos e os saxofonistas Michael Brecker, Ornette Coleman e Chris Potter.
A relação de Metheny com o Brasil é muito forte. Além do rápido namoro com a atriz Sonia Braga, muitas críticos de jazz sempre remetem o som de Metheny ao do guitarrista mineiro Toninho Horta, que fez história gravando o clássico disco Clube da Esquina, de Milton Nascimento. Pat já declarou sua admiração por Horta várias vezes.
Outro momento importate de Metheny com o Brasil é a apresentação no Carnegie Hall, em 1994, na cidade de Nova York, ao lado de Tom Jobim, durante o concerto em comemoração aos 50 anos da gravadora Verve. Esta foi a última apresentação da carreira de Jobim, que morreria meses depois também na cidade de Nova York. Na ocasião, eles interpretaram "Garota de Ipanema", "Insensatez" e "Desafinado".
A música do guitarrista muitas vezes traz um clima de trilha sonora, com diferentes timbres, coros, arranjos e harmonias. Metheny já escrevue para filmes, mas não é algo que parece atrai-los, já que ele não precisa fazer especificamente uma trilha de cinema para que sua música soe assim. Em 1985, ele compôs a trilha do filme A Traição do Falcão (The Falcon and the Snowman) ao lado do pianista Lyle Mays. Mas a trilha ficou famosa graças à participação do cantor David Bowie na faixa tema "This is Not America", que fez grande sucesso nas rádios na década de 1980.
segunda-feira, 1 de julho de 2024
Downbeat aponta 25 novos jazzistas para o futuro
A revista DownBeat traz na capa de sua edição de julho de 2024 o saxofonista Immanuel Wilkins. A reportagem principal - da qual Wilkins faz parte - é uma previsão sobre quem vai brilhar no cenário do jazz "no futuro". Você pode ler aqui a íntegra da revista com essa reportagem.
Com o "provocativo" título "25 For The Future", algo como 25 (músicos) para o futuro, a equipe da revista aponta 25 nomes que podem ajudar a definir a direção do jazz nas próximas décadas.
É claro que em um exercício de futurologia, sempre pode acontecer alguns erros. Afinal, tudo não passa de uma aposta. Por outro lado, as apostas de uma revista com 80 anos de tradição devem ser, pelo menos, respeitadas.
Em 2016, também em uma edição de julho, a revista publicou "a mesma reportagem", tentando prever quais seriam os músicos que se destacariam nos próximos anos. Na época, a revista estampou na capa o o saxofonista Kamasi Washington. Além do saxofonista, a matéria destacava nomes como Melissa Aldana (saxofonista), Sullivan Fortner (pianista), Cyrille Aimée (cantora) e o Julian Lage (guitarrista).
Quatro anos depois, em novembro de 2020, no auge da pandemia de Covid-19, a revista arriscou mais uma vez uma lista com 25 nomes que poderiam se destacar no cenário do jazz mundial. Na ocasião, a capa trazia a cantora Veronica Swift, e destacava, entre outros, a saxofonista Camille Thurman, o trompetista Theo Crokerr, o saxofonista Shabaka Hutchings, a cantora Jazzmeia Horn e a saxofonista Nubya Garcia.
Como aconteceu anteriormente, a DownBeat aponta os jazzistas que já estão de algum modo se destacando e garantindo espaço em um mercado cada vez mais pulverizado e democrático. Com a entrada das redes sociais e o enfraquecimento da indústria fonográfica, a chance de se tornar um músico de sucesso está praticamente igual para todos.
Abaixo estão os 25 jazzistas apontados pela revista em 2024. Entre eles, sem dúvida, o nome que já conseguiu seu lugar ao sol é da cantora Samara Joy, que rebeu três indicações ao Grammy e levou os três para casa. Em 2023, ficou com os prêmios nas categorias melhor disco de jazz vocal e revelação. No ano seguinte, levou o prêmio na categoria melhro performance de jazz, com a música "Tight".
Quem também ja tem um Grammy sobre a lareira é o pianista e arranjador Steven Feifk, que conquistou o prêmio, em 2023, na categoria melhor disco de jazz e com orquestra, pelo álbum Generation Gap Jazz Orchestra.
Em abril de 2023, a página oficial do Grammy também fez uma reportagem apontando 10 novos talentos do jazz. Alguns nomes "batem" com a lista da Downbeat que você encontra logo abaixo, entre eles, Jeremy Dutton, Chien Chien Lu, Simon Moullier e Miki Yamanaka.
Para saber mais sobre cada um deles, basta clicar em seus nomes. Todos eles estão com links para os sites oficiais de cada um dos músicos. No final da lista há vídeos de shows na íntegra do saxofonista Immanuel Wilkins, do guitarrista Pasquale Grasso, do pianista Emmet Cohen, e da trombonista Kalia Vandever.
Immanuel Wilkins (sax)
Laufey (cello)
Isaiah Collier (sax)
Liany Mateo (baixo)
Samara Joy (voz)
Elena Pinderhughes (flauta)
Samora Pinderhughes (piano)
Pasquale Grasso (guitarra)
Binker Golding (sax) e Moses Boyd (bateria)
Riley Mulherkar (trompete)
Micah Thomas (piano)
Steven Feifke (piano)
Simon Moullier (vibrafone)
Theon Cross (tuba)
Vanisha Gould (voz)
Nick Dunston (baixo)
Julieta Eugenio (sax)
Summer Camargo (trompete)
Chien Chien Lu (vibrafone)
Justin Tyson (bateria)
Josh Johnson (saxofone)
Kalia Vandever (trombone)
Miki Yamanaka (piano)
Emmet Cohen (piano)
Jeremy Dutton (bateria)
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