A ficha corrida deste senhor de 87 anos inclui parcerias com Ray Charles, B.B. King, Max Roach, Charles Mingus, Herbie Hancock e Miles Davis.
Após seis décadas de carreira, o saxofonista George Coleman continua na ativa, mostrando aos mais jovens que a arte do jazz não tem tempo nem espaço pré-estabelecidos. Ela apenas flui entre os dedos, bocas e mentes e mantém vivo veteranos músicos.
Para entender um pouco mais a verdadeira essência do jazz, nada melhor do que ouvir um dos craques do time, o senhor Coleman comandando o quarteto composto por Spike Wilner (piano), Peter Washington (baixo) e Joe Farnsworth (bateria), gravado ao vivo (sem plateia) em março do ano passado, dentro do aconchegante clube de jazz nova-iorquino Smalls.
O álbum Live at Smalls Jazz Club traz oito temas, quase todos com mais de 8 minutos de duração cada um, que mostram como o improviso e a conexão entre os músicos são a perfeita tradução do jazz.
Temas como “Four”, de Miles Davis, “My Funny Valentine”, de Rodgers & Hart, e “Nearness of You”, de Hoagy Carmichael, são interpretados com maestria pelo quarteto. O sax tenor de Coleman é encorpado, preciso e naturalmente solto, mesmo não sendo uma apresentação “100% ao vivo”.
O disco ainda guarda outras preciosidades como, “New York, New York”, imortalizada na voz de Frank Sinatra, “Meditation”, composta por Antônio Carlos Jobim e Newton Mendonça, e regravada dezenas de vezes, incluindo Sinatra, e “At Last”, tema mundialmente conhecido com a cantora Etta James.