quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Dívida do Brasil com Laurindo Almeida ainda não foi paga



E lá se vão 25 anos sem a presença física do violonista brasileiro Laurindo Almeida, que morreu em 26 de julho de 1995, aos 77 anos. Radicado nos Estados Unidos desde o fim da década de 1940, o músico nascido em Miracatu (SP) é até hoje o artista brasileiro mais bem sucedido no exterior, superando até mesmo Tom Jobim.
Laurindo é um dos mais respeitados violonistas de todos os tempos

No currículo, o violonista tem cinco prêmios Grammy e um Oscar pela trilha sonora do curta de animação The Magic Pear Tree (1968). Sim, quando falarem que o Brasil nunca ganhou um Oscar, encha os pulmões e grite: "É mentira". Laurindo esteve envolvido em centenas de trilhas sonoras de filme nos Estados Unidos, entre 1947 e 1992, com destaque para os filmes Viva Zapata (1952), Os Dez Mandamentos (1956), O Velho e o Mar (1958), Spartacus (1960), O Poderoso Chefão (1972) e os Imperdoáveis (1992).

Antes de partir para o exterior, deixou sua marca no Brasil trabalhando na rádio Mayrink Veiga e no casino da Urca, na cidade do Rio de Janeiro. Também gravou com os compositores Radamés Gnattali e Heitor Villa-Lobos, o violonista Garot e a cantora Carmen Miranda.
Disco gravado ao lado de Ray Brown, Bud Shank e Shelly Manne


Para muitos, Laurindo foi o "pai" da bossa nova, pois ele já misturava a música brasileira e o jazz antes da invasão da música brasileira nos Estados Unidos, no início da década de 1960. O disco Guitar From Ipanema (1964) ficou com o Grammy de melhor execução de jazz.

Mas a história do músico com o jazz começou assim que chegou aos Estados Unidos, com o emprego na orquestra de Stan Kenton. Dai por diante, o músico nunca mais parou. Foram quatro décadas de uma produção sem pausa. Além de centenas de trilhas sonoras, ele gravou uma outra centena de discos solos.

Em 1958, ele foi capa da revista de jazz Downbeat e ganhou na votação da revista o prêmio de melhor guitarrista do ano. Aé hoje, ele é o único músico brasileiro a estampar a capa desta publicação, que tem 85 anos de história.

Laurindo na capa da revista Downbeat, em 1958


Destaque também para o disco ao lado do Modern Jazz Quartet, a parceria com o violonista Charlie Byrd e os trabalhos com o quarteto The L. A. Four, que era composto pelo violonista brasileiro, Ray Brown (baixo), Shelly Manne (bateria) e Bud Shank (sax e flauta). O grupo gravou dez discos entre 1974 e 1982, todos pela gravadora de jazz Concord. Manne e Shank foram companheiros do brasileiro na orquestra de Kenton.

Abaixo você encontra vários vídeos que mostram momentos distintos da carreira do violonista. Destaque para o primeiro vídeo, o dcoumentário Laurindo Almeida - Muito Prazer, que mostra com detalhes a rica trajetória do músico no Brasil e no exterior. Para saber mais detalhes sobre a vida de Laurindo, clique aqui e lei o dissertação do pesquisador Alexandre Francischini, publicado em 2009, pela editora UNESP.

Documentário: Laurindo Almeida - Muito Prazer



Laurindo e Irene Krall



Carinhoso




Modern Jazz Quartet



Alemanha 1992



Laurindo e Modern Jazz Quartet



Laurindo & Tania Maria



The L.A. Four



Curta-metragem The Magic Pear Tree

domingo, 30 de agosto de 2020

@guiadejazz no Twitter



Entre tantas redes sociais disponíveis, a que mais me identifico é o Twitter. É claro que cada site tem o seu atrativo e a sua marca registrada, mas o Twitter tem uma simplicidade e uma agilidade que superam as outras plataformas. Por isso é a minha rede social mais ativa. 

Sempre que há algo interessante para noticiar ou alguma curiosidade sobre jazz ou música brasileira que desejo compartilhar com todos, uso o Twitter. Abaixo está uma "janela" com o meu Twiter "oficial" chamado @guiadejazz, que tenho desde maio de 2009. Espero que goste e se inscreva para acompanhar sempre minhas postagens.






sexta-feira, 28 de agosto de 2020

100 x Charlie Parker

Em 2020, mais especificamente em 29 de agosto, o mundo do jazz comemora o centenário de Charlie Parker, considerado um dos cinco mais importantes jazzistas de todos os tempos. Apesar de ter vivido apenas 34 anos, o saxofonista é uma fonte de inspiração para qualquer músico de jazz. Ao lado de Dizzy Gillespie e Thelonoius Monk, criou uma nova maneira de tocar jazz, o bebop, que trouxe uma liberdade nunca antes experimentada pelos músicos de jazz.

Charlie Parker e Miles Davis gravaram juntos pela primeira vez em 1947


Isso aconteceu na década de 1940 e, até hoje, o furação Bird (como também era conhecido) continua no imaginário dos fãs de jazz e dos músicos que não cansam de reverenciar este verdadeiro gênio, que morreu em 12 de março de 1955. Para conhecer mais sobre a vida do saxofonista, não deixe de assistir ao filme Bird, estrelado por Forest Whitaker e dirigido por Clint Eastwood, em 1988. Saiba mais sobre a vida do músico clicando aqui .

No link abaixo você encontro o podcast produzido pelo site Straight No Chaser, com uma bela seleção de gravações do músico, entre elas, os temas "Hot House", "Ornithology", "Ah-Leu-Cha" e "Ko-Ko".




Vídeo mostra a trajetória do saxofonista



Trailer do filme Bird, de 1988, dirigido por Clint Eastwood



Disco gravado no Town Hall, em 1945, na cidade de Nova York, com Dizzy Gillespie



Álbum de Parker acompanhado por orquestra de cordas e produzido por Norman Granz