Entre tantas redes sociais disponíveis, a que mais me identifico é o Twitter. É
claro que cada site tem o seu atrativo e a sua marca registrada, mas o Twitter
tem uma simplicidade e uma agilidade que superam as outras plataformas. Por isso
é a minha rede social mais ativa.
Sempre que há algo interessante para noticiar
ou alguma curiosidade sobre jazz ou música brasileira que desejo compartilhar
com todos, uso o Twitter. Abaixo está uma "janela" com o meu Twiter "oficial"
chamado @guiadejazz, que tenho desde maio de 2009. Espero que goste e se
inscreva para acompanhar sempre minhas postagens.
Em 2020, mais especificamente em 29 de agosto, o mundo do jazz comemora o centenário de Charlie Parker, considerado um dos cinco mais importantes jazzistas de todos os tempos. Apesar de ter vivido apenas 34 anos, o saxofonista é uma fonte de inspiração para qualquer músico de jazz. Ao lado de Dizzy Gillespie e Thelonoius Monk, criou uma nova maneira de tocar jazz, o bebop, que trouxe uma liberdade nunca antes experimentada pelos músicos de jazz.
Charlie Parker e Miles Davis gravaram juntos pela primeira vez em 1947
Isso aconteceu na década de 1940 e, até hoje, o furação Bird (como também era conhecido) continua no imaginário dos fãs de jazz e dos músicos que não cansam de reverenciar este verdadeiro gênio, que morreu em 12 de março de 1955. Para conhecer mais sobre a vida do saxofonista, não deixe de assistir ao filme Bird, estrelado por Forest Whitaker e dirigido por Clint Eastwood, em 1988. Saiba mais sobre a vida do músico clicando aqui
.
No link abaixo você encontro o podcast produzido pelo site Straight No Chaser, com uma bela seleção de gravações do músico, entre elas, os temas "Hot House", "Ornithology", "Ah-Leu-Cha" e "Ko-Ko".
Vídeo mostra a trajetória do saxofonista
Trailer do filme Bird, de 1988, dirigido por Clint Eastwood
Disco gravado no Town Hall, em 1945, na cidade de Nova York, com Dizzy Gillespie
Álbum de Parker acompanhado por orquestra de cordas e produzido por Norman Granz
Por 14 anos o Guia de Jazz esteve no ar com a missão de aproximar os internautas ao jazz. Um dos tópicos mais visitados era o de dicas de CDs, no qual dezenas de discos eram indicados e resenhados por mim.
Infelizmente, com o fim do site em setembro de 2015, todo esse acervo foi "perdido". Mas não totalmente perdido.
Além do livro Jazz ao Seu Alcance, que traz todo o conteúdo do guia, você encontrará quinzenalmente neste blog algumas dicas de CDs publicadas anteriormente no site Guia de Jazz.
Sempre que possível, ao final de cada resenha você encontrará vídeos do Youtube com algumas faixas do disco indicado para escutar. Boa leitura e audição. Veja outras dicas de CDs aqui
Dee Dee Bridgewater - To Billie With Love From Dee Dee (2010)
Faz muito tempo que acompanho a veterana cantora Dee Dee Bridgewater, mas nunca “consegui” escrever algo sobre ela. Não há um motivo claro para que isso tenha ocorrido. Simplesmente não aconteceu. Mas essa situação sempre me incomodou, já que estamos falando de uma intérprete com quase 40 anos de carreira e uma discografia com grandes álbuns, entre eles tributos à Ella Fitzgerald, Horace Silver e a Duke Ellington.
Dee Dee não é apenas mais uma cantora de jazz. Basta ouvir os discos Just Family (78) e Bad for Me (79). Nesta época, ela flertava com a soul music. No início dos anos 70, cantou em musicais da Broadway e chegou a ganhar o Oscar dos musicais.
Mas sua carreira jazzística começou a decolar nos anos 90, quando foi contratada pela gravadora Verve e comparada a Ella Fitzgerald. São desta época os discos Dear Ella, tributo à Ella que ficou com o Grammy de melhor disco vocal em 1997, e Love & Peace (95), com composições do pianista Horace Silver.
Apesar de todo esse currículo, só tomei coragem de indicar um disco da cantora após vê-la ao vivo. Que experiência arrebatadora. Em 2011, Dee Dee esteve no Brasil com a turnê do disco Eleanora Fagan (1915-1959): To Billie With Love From Dee Dee, no qual interpreta canções da carreira de Billie Holiday, acompanhada de um quarteto. Em 2010, o disco ficou com o Grammy de melhor disco vocal de jazz.
Após duas horas de show, a única coisa que eu queria fazer, além de continuar escutando Dee Dee, era escrever algo sobre aquela cantora que tinha acabado de me deixar sem palavra, uma ironia para um jornalista. A homenagem à Billie não poderia ter sido mais feliz. O repertório, os arranjos, os músicos e, é claro, a maturidade de uma cantora com 60 anos de idade e quatro décadas de estrada fizeram deste disco um título obrigatório.
O CD abre com a clássica “Lady Sings the Blues”. Na sequência, você encontra “All of Me”, com direito a marca registrada de Dee Dee, o scat, e a introspectiva “Good Morning Heartache”. Em “Lover Man”, a cantora abre espaço para o solo do pianista porto-riquenho Edsel Gomez.
Na deliciosa “Fine and Mellow”, Dee Dee e o saxofonista James Carter, presente em quase todas as faixas do disco, dão um banho de sensualidade e conquistam o ouvinte de vez. Como brinde, você ainda leva “God Bless the Child”, “Foggy Day” e a melancólica “Don’t Explain”, na qual Billie conta a história de uma mulher traída e resignada.