Infelizmente, com o fim do site em setembro de 2015, todo esse acervo foi "perdido". Mas não totalmente perdido.
Além do livro Jazz ao Seu Alcance, que traz todo o conteúdo do guia, você encontrará quinzenalmente neste blog algumas dicas de CDs publicadas anteriormente no site Guia de Jazz.
Sempre que possível, ao final de cada resenha você encontrará vídeos do Youtube com algumas faixas do disco indicado para escutar. Boa leitura e audição. Veja outras dicas de CDs aqui
A elegância de um álbum acústico e intimista muitas vezes consegue superar a gravação de um grupo com bateria, guitarra, sax e trompete. Somado a isso, imagine um disco gravado ao vivo em um pequeno clube de jazz com dois músicos exímios em plena sintonia e uma qualidade de gravação impecável.
Provavelmente, você dirá que tem pelo menos uma dezena de discos com essas características em sua discoteca. Pois bem, mas a pergunta chave vem agora: Por acaso você tem Night and the City, do pianista Kenny Barron e do baixista Charlie Haden?
Se a resposta for negativa, tudo bem, não é o fim do mundo, mas uma coleção de jazz nunca estará completa sem esse disco. Em resumo, vá comprá-lo. Por que comprá-lo? Além de tudo que já foi dito no início deste texto, não é todo dia que uma apresentação desta magnitude, gravada na casa nova-iorquina Iridium, em setembro de 1996, acontece e, além disso, é lançada em CD.
Vamos aos fatos. Kenny Barron é um dois principais pianistas em atividade. Ele tocou com músicos como Dizzy Gillespie, Freddie Hubbard, Stan Getz e tem em sua discografia álbuns como Scratch e Spirit Song. Charlie Haden dispensa apresentação. Ao lado de Ron Carter e Dave Holland, o músico completa a tríplice aliança do baixo acústico, todos devotos dos mestres Charles Mingus e Ray Brown.
Além disso, o jovem Haden, na época com 23 anos, participou da gravação do álbum Free Jazz, do saxofonista Ornette Coleman, em 1960, considerado um dos mais importantes discos da história do jazz. O contrabaixista morreu em 2014, aos 76 anos.
Para terminar, algumas informações sobre o álbum em questão. No repertório, clássicos como “Body and Soul”, “Spring Is Here” e “The Very Thought Of You”, tudo muito bem alinhado e com extrema delicadeza. Destaque também para “Twilight Song”, com um solo impecável de Barron, e “You Don’t Know What Love Is”, com Haden dedilhando seu talento e sensibilidade como poucos. Quer mais? Só ouvindo para entender o significado da expressão “lavar a alma”.