O tradicional quarteto Yellowjackets volta com mais um disco à sua altura. Raising Our Voice, lançado pela gravadora Mack Avenue, tem tudo aquilo que o fã do fusion jazz espera.
Bons arranjos, som consistente, técnica apurada e a liberdade que só o jazz pode proporcionar.
A presença dos veteranos Russell Ferrante (teclado e piano) e Bob Mintzer (saxofone) já seria o suficiente para uma cuidadosa e criativa seleção musical.
Mas desta vez o ouvinte terá um bônus, a presença da cantora brasileira Luciana Souza. Pela primeira vez, o Yellowjackets escala uma voz para acompanhá-los.
Luciana Souza tem uma longa carreira de sucesso no exterior, mas sempre com uma "postura" outsider. Isso nunca foi problema, pelo contrário, fez sua reputação aumentar ainda mais. A peculiar voz de Luciana aparece em sete das 13 faixas do disco.
Destaques para "Timeline" e "Man Facing North", com a cantora praticando o scat, e a introspectiva "Solitude", música originalmente lançada no disco Like a River, e que aqui ganha letra escrita e interpretada em português.
"Man Facing North" é outra regravação que recebe novo arranjo e a vocalização de Luciana. "Quiet", como o próprio título sugere, é uma delicada composição de Luciana em parceria com Ferrante, que traz belas frases musicais do sax de Mintzer.
O quarteto mostra sua conhecida habilidade nos temas instrumentais "Ecuador", com destaque para o baixista Dane Anderson e o baterista Will Kennedy, "Everyone Else is Taken", música que traz a belíssima sintonia entre Ferrante e Mintzer, e a jazzística "Strange Time".
Com dois Grammys na bagagem, 17 indicações e 30 discos lançados, o Yellowjackets mostra que ainda tem muito a oferecer e caminha a passos largos para conquistar novas plateias e ouvintes. Sorte a nossa.
quinta-feira, 20 de setembro de 2018
sexta-feira, 14 de setembro de 2018
Ilhabela in Jazz - 6ª edição
O litoral norte de São Paulo será mais uma vez palco do festival Ilhabela in Jazz. Nomes como Ambrose Akinmusire (foto),
Hermeto Pascoal, Airto Moreira, Paolo Fresu e Bixiga 70 estarão na 6ª edição do evento, que acontece nos dias 28 e 29 de setembro e 5 e 6 de outubro.
Gratuito, o evento será pela primeira vez dividido em dois finais de semana. Os artistas ocuparão a Vila, no centro histórico da cidade.
Hermeto Pascoal encerra o festival no dia 6, às 22h30. Entre as atrações internacionais estão os trompetistas Ambrose Akinmusire (EUA) e Paolo Fresu (Itália), que será acompanhado do pianista espanhol Chano Domínguez.
O percussionista brasileiro radicado nos Estados Unidos Airto Moreira, o grupo Bixiga 70 e Nelson Aires, que vai homenagear o saxofonista Victor Assis Brasil, completam a programação.
Veja programação completa:
Dia 28 - sexta-feira
18h30: Banda local
19h30: Cleber Almeira e Septeto
21h: Paolo Fresu & Chano Dominguez
22h30: Vintena Brasileira
Dia 29 - sábado
>
18h30: Banda local
19h30: Renato Borghetti & Quarteto
21h: Ambrose Akinmusire Quartet
22h30: Bixiga 70
Dia 5 de outubro - sexta
18h30: Banda local
19h30: Tributo a Victor Assis Brasil
21h: Fabio Gouvea Quinteto
22h30: Airto Moreira & Grupo
Dia 6 de outubro - sábado
18h30: Banda local
19h30: Fábio Peron Trio
21h: Gabriel Grossi Quinteto
22h30: Hermeto Pascoal Big Band
Fonte: Adriana de Barros, do portal BOL
Gratuito, o evento será pela primeira vez dividido em dois finais de semana. Os artistas ocuparão a Vila, no centro histórico da cidade.
Hermeto Pascoal encerra o festival no dia 6, às 22h30. Entre as atrações internacionais estão os trompetistas Ambrose Akinmusire (EUA) e Paolo Fresu (Itália), que será acompanhado do pianista espanhol Chano Domínguez.
O percussionista brasileiro radicado nos Estados Unidos Airto Moreira, o grupo Bixiga 70 e Nelson Aires, que vai homenagear o saxofonista Victor Assis Brasil, completam a programação.
Veja programação completa:
Dia 28 - sexta-feira
18h30: Banda local
19h30: Cleber Almeira e Septeto
21h: Paolo Fresu & Chano Dominguez
22h30: Vintena Brasileira
Dia 29 - sábado
>
18h30: Banda local
19h30: Renato Borghetti & Quarteto
21h: Ambrose Akinmusire Quartet
22h30: Bixiga 70
Dia 5 de outubro - sexta
18h30: Banda local
19h30: Tributo a Victor Assis Brasil
21h: Fabio Gouvea Quinteto
22h30: Airto Moreira & Grupo
Dia 6 de outubro - sábado
18h30: Banda local
19h30: Fábio Peron Trio
21h: Gabriel Grossi Quinteto
22h30: Hermeto Pascoal Big Band
Fonte: Adriana de Barros, do portal BOL
terça-feira, 11 de setembro de 2018
Tony Bennett Highlander
O que dizer de uma lenda viva da música mundial, com uma carreira de seis décadas, que ainda não foi dito?
Tony Bennett atravessou gerações, teve altos e baixos, mas sempre se dedicou ao máximo ao seu ofício de cantar e levar a música norte-americana aos quatro cantos do planeta.
Hoje, aos 96 anos, Bennett superou seu pares - entre eles Frank Sinatra, Sammy Davis Jr, Johnny Mathis, Ray Charles, Mel Tormé, Bobby Darin e Andy Williams.
A longevidade e mudança de rumo de sua carreira na década de 1980, o levaram a um patamar além do tradicional crooner.
Do sucesso com a música "I Left My Heart in San Francisco", em 1962, até o surpreendente disco ao lado de Lady Gaga, em 2014, ele enfrentou a inevitável comparação a Frank SInatra e conquistou seu próprio público.
No meio da década de 1980, após ter rompido com o pianista pianista Ralph Sharon, seu fiel escudeiro nas décadas de 1950 e 1960, e ter praticamente falido, seu filho, D'Andrea Bennett, resolveu assumir a carreira do pai e "relança-lo" no mercado.
Antes desta retomada, Bennett fez dois álbuns em parceria com o pianista Bill Evans. Os dois discos lançados por eles, o primeiro em 1975 e o segundo em 1977, não causaram impacto na época, mas hoje são referências quando se fala em álbum de duetos.
O primeiro passo foi deixar Los Angeles e ir morar na cidade de Nova York. Depois foi a vez de retomar as parcerias com a gravadora Columbia e o pianista Ralph Sharon. O toque final foi o lançamento do disco The Art of Excellence, de 1986.
Mas a consagração veio mesmo com o lançamento de MTV Unplugged, de 1994, que lhe deu o Grammy de disco do ano. Nada mal para quem ganhou nessa mesma categoria 32 anos antes, com o disco I Left My Heart in San Francisco.
A partir desse momento, Tony Bennett tinha novamente os holofotes em sua direção. A morte de Sinatra, em maio de 1998, fez Bennett se tornar o mais importante cantor norte-americano vivo. Bennett é o último de uma geração de cantores que fez das melodias de Irving Berlin, George e Ira Gershwin, Cole Porter, Jerome Kern, Oscar Hammerstein II, Richards Rodgers, Lorenz Hart e Johnny Mercer a identidade musical dos Estados Unidos.
Seus discos em duetos, assim como fez Sinatra uma década antes, serviram para aproximar Bennett ainda mais das novas gerações. O primeiro disco, de 2006, trazia o cantor ao lado de Celine Dion, Juanes, John Legend, Diana Krall, Bono, entre outros.
Em 2011, um segundo volume repete a mesma fórmula, desta vez com John Mayer, Sheryl Crow, Norah Jones, Mariah Carey e Amy Winehouse, com quem Bennett teve uma conexão imediata. O vídeo dos dois interpretando "Body & Soul" é um daqueles momentos que fica perpetuado na história musica.
A fórmula de duetos foi mais uma vez sacada em 2012, com o disco Viva Duets, com Bennett cantando com artistas latinos. Entre os escolhidos estão Thalia, Marc Anthony, Gloria Estefan e as brasileiras Ana Carolina e Maria Gadú.
Antes do sucesso desses discos, Bennett já tinha arriscado a fórmula de duetos em 2001, com o álbum Playin' with My Friends: Bennett Sings the Blues, no qual canta ao lado de B.B.King, Billy Joel, Bonnie Raitt e Ray Charles.
Além dos discos temáticos, Bennet também gravou em parceria com k.d Lang e Lady Gaga. Com Gaga, em 2015, ficou com o Grammy de melhor disco de pop tradicional pelo álbum Cheek to Cheek. Em 2018, ele volta a dividir um álbum, desta vez com a cantora e pianista canadense Diana Krall.
Acompanhado pelo trio do pianista Bill Charlap, o repertório é todo dedicado aos irmãos George e Ira Gershwin. Love Is Here To Stay não traz novidades, mas oferece ao ouvinte a oportunidade de testemunhar duas referências musicais importantes em diferentes momentos de suas carreiras, ambos de talento incontestáveis.
Tony Bennett atravessou gerações, teve altos e baixos, mas sempre se dedicou ao máximo ao seu ofício de cantar e levar a música norte-americana aos quatro cantos do planeta.
Hoje, aos 96 anos, Bennett superou seu pares - entre eles Frank Sinatra, Sammy Davis Jr, Johnny Mathis, Ray Charles, Mel Tormé, Bobby Darin e Andy Williams.
A longevidade e mudança de rumo de sua carreira na década de 1980, o levaram a um patamar além do tradicional crooner.
Do sucesso com a música "I Left My Heart in San Francisco", em 1962, até o surpreendente disco ao lado de Lady Gaga, em 2014, ele enfrentou a inevitável comparação a Frank SInatra e conquistou seu próprio público.
No meio da década de 1980, após ter rompido com o pianista pianista Ralph Sharon, seu fiel escudeiro nas décadas de 1950 e 1960, e ter praticamente falido, seu filho, D'Andrea Bennett, resolveu assumir a carreira do pai e "relança-lo" no mercado.
Antes desta retomada, Bennett fez dois álbuns em parceria com o pianista Bill Evans. Os dois discos lançados por eles, o primeiro em 1975 e o segundo em 1977, não causaram impacto na época, mas hoje são referências quando se fala em álbum de duetos.
O primeiro passo foi deixar Los Angeles e ir morar na cidade de Nova York. Depois foi a vez de retomar as parcerias com a gravadora Columbia e o pianista Ralph Sharon. O toque final foi o lançamento do disco The Art of Excellence, de 1986.
Mas a consagração veio mesmo com o lançamento de MTV Unplugged, de 1994, que lhe deu o Grammy de disco do ano. Nada mal para quem ganhou nessa mesma categoria 32 anos antes, com o disco I Left My Heart in San Francisco.
A partir desse momento, Tony Bennett tinha novamente os holofotes em sua direção. A morte de Sinatra, em maio de 1998, fez Bennett se tornar o mais importante cantor norte-americano vivo. Bennett é o último de uma geração de cantores que fez das melodias de Irving Berlin, George e Ira Gershwin, Cole Porter, Jerome Kern, Oscar Hammerstein II, Richards Rodgers, Lorenz Hart e Johnny Mercer a identidade musical dos Estados Unidos.
Seus discos em duetos, assim como fez Sinatra uma década antes, serviram para aproximar Bennett ainda mais das novas gerações. O primeiro disco, de 2006, trazia o cantor ao lado de Celine Dion, Juanes, John Legend, Diana Krall, Bono, entre outros.
Em 2011, um segundo volume repete a mesma fórmula, desta vez com John Mayer, Sheryl Crow, Norah Jones, Mariah Carey e Amy Winehouse, com quem Bennett teve uma conexão imediata. O vídeo dos dois interpretando "Body & Soul" é um daqueles momentos que fica perpetuado na história musica.
A fórmula de duetos foi mais uma vez sacada em 2012, com o disco Viva Duets, com Bennett cantando com artistas latinos. Entre os escolhidos estão Thalia, Marc Anthony, Gloria Estefan e as brasileiras Ana Carolina e Maria Gadú.
Antes do sucesso desses discos, Bennett já tinha arriscado a fórmula de duetos em 2001, com o álbum Playin' with My Friends: Bennett Sings the Blues, no qual canta ao lado de B.B.King, Billy Joel, Bonnie Raitt e Ray Charles.
Além dos discos temáticos, Bennet também gravou em parceria com k.d Lang e Lady Gaga. Com Gaga, em 2015, ficou com o Grammy de melhor disco de pop tradicional pelo álbum Cheek to Cheek. Em 2018, ele volta a dividir um álbum, desta vez com a cantora e pianista canadense Diana Krall.
Acompanhado pelo trio do pianista Bill Charlap, o repertório é todo dedicado aos irmãos George e Ira Gershwin. Love Is Here To Stay não traz novidades, mas oferece ao ouvinte a oportunidade de testemunhar duas referências musicais importantes em diferentes momentos de suas carreiras, ambos de talento incontestáveis.
Assinar:
Postagens (Atom)