sexta-feira, 17 de junho de 2016

Makoto Ozone - Nature Boys

Por 14 anos o Guia de Jazz esteve no ar com a missão de aproximar os internautas ao jazz. Um dos tópicos mais visitados era o de dicas de CDs, no qual dezenas de discos eram indicados e resenhados por mim. Infelizmente, com o fim do site em setembro de 2015, todo esse acervo foi "perdido".

Mas não totalmente perdido. Além do livro Jazz ao Seu Alcance - que traz todo o conteúdo do guia e muito mais - você encontrará quinzenalmente neste blog algumas dicas de CDs publicadas anteriormente no site Guia de Jazz.

Sempre que possível, ao final de cada resenha você encontrará vídeos do Youtube com algumas faixas do disco indicado para escutar. Boa leitura e audição. Veja outras dicas de CDs aqui

Makoto Ozone - Nature Boys (1992)

À primeira vista pode parece estranho comprar um disco de jazz de um pianista chamado Makoto Ozone, mas o ouvinte deve ter a mente aberta para novidades e deixar de lado velhos preconceitos. O mundo da música está repleto de grandes instrumentistas espalhados nos quatro cantos do planeta. Infelizmente, não será possível ouvir tudo que gostaríamos, mas o ser humano tem uma inquietação natural de sua espécie e com certeza tentará absorver o maior número possível de referência para o seu repertório. Dito isto, voltemos ao nosso “desconhecido” músico.

Nascido no Japão, em 1961, o pianista Makoto Ozone sabe que o melhor idioma para enfrentar as barreiras culturais e geográficas é a música. Não importa de onde você é ou qual formação cultural teve, a música está acima disso e consegue falar direito ao inconsciente das pessoas. Apesar de vir do outro lado do mundo, pelo menos para quem mora no ocidente, Ozone foi picado pelo jazz ainda na infância. A predileção pelo piano aconteceu aos 12 anos de idade após assistir a um concerto do pianista Oscar Peterson. Desde então, Ozone não parou mais até se tornar um dos mais inventivos e inteligentes pianistas da atualidade.

Ele começou a chamar a atenção do público norte-americano ao participar do quarteto do vibrafonista Gary Burton, em 1984. De lá para cá, Ozone participou dos principais festivais de jazz na Europa e nos Estados Unidos e lançou quase uma dezena de CDs, alguns deles pela tradicional gravadora Verve. Pois bem, é exatamente sobre um disco desta fase que trata este texto.

Ozone estreou na Verve com o disco solo Breakout, de 94. Apesar das críticas positivas, o impacto entre o público não foi grande. Um ano mais tarde, com o lançamento de Nature Boy, Ozone finalmente conseguiu chamar a atenção. Ao lado dos experientes John Patitucci (baixo) e Peter Erskine (bateria), Ozone escolheu composições marcantes da música norte-americana e rearranjou cada uma delas a sua maneira. O resultado foi sublime.

Entre os grandes clássicos estão a versão irresistível de obra-prima de Charlie Parker, “Ornithology”, com destaque para o solo de Patitucci, e “Lover Come Back To Me”, de Oscar Hammerstein, com uma interpretação impressionante de Ozone. O mesmo acontece em “All Of You”, obra-prima do repertório de Cole Porter.



O repertório tranquilo do CD abre com “But Beautiful”, passa por “The Christmas Song” e termina com “Gorgeous”. O álbum traz outras duas surpresas, o arranjo jazzístico para a composição “Laughter In The Rain”, de Paul Anka, e a faixa-título, música que foi sucesso na voz de Nat King Cole nos anos 50 e que aqui aparece ainda mais delicada com a interpretação solo de Ozone. Diferentemente do disco Breakout, no qual assinava todas as faixas, em Natural Boy apenas a música “Before I Was Born” foi composta pelo pianista.

Outra observação importante, mas pouco animadora, é que o disco só é encontrado atualmente no mercado japonês. Por outro lado, com o advento da internet, não será difícil encontrá-lo perdido em alguma loja virtual. O preço não será dos mais baratos, mas a satisfação de escutar e conhecer o toque de Makoto Ozone é garantido e valerá cada centavo gasto.


quarta-feira, 8 de junho de 2016

O futuro do jazz

A revista DownBeat traz em sua capa neste mês (julho-2016) o saxofonista Kamasi Washington. A reportagem principal - da qual Washington faz parte - é uma previsão sobre quem vai brilhar no cenário do jazz "no futuro". Você pode ler aqui a íntegra da revista com essa reportagem.

Com o "provocativo" título "25 For The Future", algo como 25 (músicos) para o futuro, a equipe da revista aponta 25 nomes que podem ajudar a definir a direção do jazz nas próximas décadas.

No editorial, a revista destaca uma capa de junho de 1999 que trazia o mesmo título ("25 For The Future"). Na época, a revista trazia estampada em sua capa o pianista Brad Mehldau e a violinista Regina Carter. Além deles, nomes como Dave Douglas, Stefon Harris, Ingrid Jensen e Matt Wilson também fizeram parte da profética lista.

Abaixo estão os nomes dos 25 jazzistas apontados pela revista em 2016. Para saber mais sobre cada um deles, basta clicar em seus nomes. Todos eles estão com links para os sites oficiais de cada um dos músicos. No final da lista há vídeos de shows na íntegra do saxofonista Kamasi Washington, da cantora Cyrille Aimée, da saxofonista Melissa Aldana e do pianista Joey Alexander.

Kamasi Washington (saxofonista)

Melissa Aldana (saxofonista)

Sullivan Fortner (pianista)

Cyrille Aimée (cantora)

Ben Williams (baixista)

Marcus Gilmore (baterista)

Marius Neset (saxofonista)

Kris Bowers (pianista)

Aaron Diehl (pianista)

Tyshawn Sorey (baterista)

Matthew Stevens (guitarrista)

Kris Davis (pianista)

Julian Lage (guitarrista)

Miho Hazama (cantora)

Aaron Parks (pianista)

Justin Brown (baterista)

Jacob Garchik (trombonista)

Marquis Hill (trompetista)

Becca Stevens (cantora)

Gerald Clayton (pianista)

Mark Guiliana (baterista)

Etienne Charles (trompetista)

Jamison Ross (baterista)

Bria Skonberg (trompetista)

Joey Alexander (pianista)