quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Downbeat: os melhores discos de 2018

A revista Downbeat publica anualmente, em janeiro, um apanhado sobre os CDs mais bem cotados de todas as edições do ano anterior.

É uma ótima oportunidade para encontrar grandes discos que, por vários motivos, passaram desapercebidos.

No topo da lista, com a cotação de cinco estrelas, apenas cinco discos conquistaram plenamente o exigentes críticos da revista.

No ano passado, ou seja, 2017, os críticos deram cinco estrelas para 23 discos. A pergunta que fica no ar é: Os críticos este ano estão mais exigentes ou os discos do ano passado foram bem melhores que os lançados em 2018?

São eles: Ambrose Akinmusire (Origami Harvest), Kenny Barron Quartet (Concentric Circles), Stacey Kent (I Know I Dream: The Orchestral Sessions). Wojtek Mazolewski (Polka) e Steve Tibbets (Life Of).

Desta relação, apenas o álbum de Stacey Kent é cantado. Stacey tem uma carreira sólida de duas décadas, 15 álbuns lançados e uma conhecida paixão pela música brasileira.

Em seu novo disco (foto acima), esta paixão volta a transbordar com cinco canções, entre elas "Double Rainbow" e "Photograph", ambas compostas por Tom Jobim. Acompanhada de uma orquestra de 60 músicos, a voz de Stacey está ainda mais límpida e precisa nesta bela produção da gravadora OKeh.

O veterano pianista Kenny Barron também figura entre os disco cinco estrelas. Lançado pela gravadora Blue Note, Concentric Circles (foto acima) traz Barron no formato de quinteto, incluindo o saxofonista Dayna Stephens e o trompetista Mike Rodriguez.

No repertório, composições próprias e temas de Caetano Veloso (Aquele Frevo Axe), Lenny White (L’s Bop) e Thelonious Monk (Reflections).

O trompetista Ambrose Akinmusire fez um álbum inquietante. Considerado um dos músicos mais interessantes de sua geração, ao lado do pianista Robert Glasper, Akimusire mesclou com inteligencia e talento jazz, rap e música erudita em seu novo disco (foto acima). Com a participação do Mivos Quartet e do rapper Kool A.D., o som lembra muito o que foi feito pelo duo US3, no começo da década de 1990, e pelo cantor D'Angelo.

O baixista polonês Wojtek Mazolewski é mais uma estrela do jazz que vem dos países frios da Europa, entre eles Finlândia, Suécia e Noruega. A cena jazzista nesta região é crescente e tem sido apresentada com frenquência pelos selo ECM e ACT.

O disco de Mazolewski (foto ao lado) foi originalmente lançado em 2014 por um selo polonês. A versão avaliada pela Downbeat traz novas músicas adicionadas ao disco Polka.

Ao lado do baixista, estão o pianista Joanna Duda, o trompetista Oskar Stenmark e o saxofonista Marek Pospieszalski.

Para fechar este seleto grupo está o disco do guitarrista norte-americano Steve Tibbets (foto abaixo), que grava há anos pela ECM. Neste novo trabalho, ele preferiu um violão de 12 cordas. O resultado é uma música intimista e com uma atmosfera indiana oferecida pelo percussionista Marc Anderson. Um trabalho lúcido e muito bem gerido pelo experiente músico.

A revista também mostra outros seis títulos com cinco estrelas, mas de álbuns que eles chamam de históricos, ou seja, são trabalhos brilhantes, mas não são lançamentos.

Neste lista entraram os seguintes títulos: Bob Dylan (Trouble No More - The Bootleg Series Vol.13: 1979–1981), Fela Kuti (Underground System) Woody Shaw (Tokyo'81). Fred Hersch (Heartsongs), Oscar Peterson (Oscar Peterson Plays) e Muddy Waters (The Best Of Muddy Waters).

A edição traz outras dezenas de títulos divididos em outras duas cotação, quatro estrelas e meia e quatro estrelas. O Brasil aparece com quatro discos. São eles: Luciana Souza (The Book Of Longing), Duduka da Fonseca (Plays Dom Salvador), Eliane Elias (Music From Man Of La Mancha) e o relançamento de um disco de Emilio Santiago (Far Out), de 1975.

Abaixo você encontra uma faixa de cada um dos discos que receberam cinco estrelas. Começando por Stacey Kent e seguido por Ambrose Akinmusire, Kenny Barron, Wojtek Mazolewski e Steve Tibbets.









segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

E lá se vai 2018

Outro ano acaba e com ele ficam boas e más lembranças, bons e maus momentos. Essa é a graça de viver, não é mesmo?

Um dos bons momentos no jazz em 2018, sem dúvida nenhuma, foi a descoberta do disco "perdido" do saxofonista John Coltrane.

Em julho, Both Directions at Once: The Lost Album chegou às lojas e arrebatou os fãs sempre sedentos por novos e raros registro deste que é considerado um dos mais importantes músicos de jazz de todos os tempo.

O disco traz uma gravação feita em 6 de março de 1963, nos estúdios de Rudy Van Gelder, em Nova Jersey. Ao lado do saxofonista está Jimmy Garrison (baixo), Elvin Jones (bateria) e McCoy Tyner (piano).

As gravações perdidas foram descobertas com a primeira mulher de Coltrane, Juanita Naima Coltrane. Das sete faixas encontradas, duas composições originais são inéditas, "Untitled Original 11383" e "Untitled Original 11386", ambas tocadas com saxofone soprano. Outra composição descoberta, "One Up, One Down", nunca tinha tinha sido gravada em estúdio, apenas em apresentações ao vivo.

O ano também trouxe outros lançamento de pesos pesados, entre eles Bill Frisell, Tony Bennett, Charles Lloyd, Wayne Shorter, Joe Lovano, John Scofield, Dr. Lonnie Smith (foto ao lado), Dave Holland e Bob James, todos veteranos que já passaram dos 65 anos.

Veja no final deste texto uma relação com os "principais" discos de 2018, que inclui Brad Mehdaul, Joshua Redman, Kurt Elling e Cécile McLorin Salvant.

O ano de 2018 teve uma boa safra de shows no país. A novidade foi o "novo" festival de jazz patrocinado pelo Sesc. O antigo Jazz na Fábrica virou Sesc Jazz. Mas a essência do festival continuou a mesma, ou seja, uma visão ampla do universo do jazz.

Entre as atrações que tocaram no evento estavam a saxofonista Melissa Aldana, o pianista Stefano Bollani, o duo Isfar Sarabski e Shahriyar Imanov, o guitarrista Fred Frith, o saxofonista Henry Threadgill, o pianista Vijay Iye, o saxofonista Archie Shepp e o veterano pianista brasileiro Dom Salvador.

Outros festivais, entre eles, Jazz & Blues (CE), Ilha Bela (SP), BB Seguros de Jazz e Blues (SP), POA Festival (RS) e Sampa Jazz (SP), também ofereceram grandes atrações. Nomes internacionais como Richard Bona, Paolo Fresu & Chano Dominguez, Ambrose Akinmusire e Al Di Meola dividiram as atenções com os brasileiros Hermeto Pascoal, Airto Moreira, Pepeu Gomes, Leo Ganderman, Dori Caymmi, Juarez Moreira, Maurício Einhorn e Nelson Farias.

Além dos festivais, é importante registrar as turnês da cantora Diana Krall (foto ao lado), do pianista Herbie Hancock e do guitarrista John Pizzarelli, que trouxe o show em comemoração aos 50 anos do disco Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim.

Nos shows, ao lado de Pizzarelli, estava Daniel Jobim, neto de Tom Jobim.

Outro destaque positivo foi a casa Blue Note Rio. Inaugurada em agosto de 2017, a casa se consolidou este ano como o mais importante local de shows da capital Fluminense.

Em 2018, os cariocas tiveram a oportunidade de assistir no Blue Note nomes como Antonio Adolfo, Wagner Tiso, Zé Paulo Becker, Richard Bona, Os Bossa Nova (Roberto Menescal, Carlos Lyra, Marcos Valle e João Donato), Ambrose Akinmusire, Isfar Sarabski Trio e Shahriyar Imanov, Fernanda Takai, Eliane Elias, Danilo Caymmi, Incognito, João Donato e Joyce Moreno.


Donato, Menescal, Lyra e Valle lotam o Blue Note com o show Os Bossa Nova

Por falar em Blue Note, a casa anunciou a abertura de uma filial paulista em fevereiro de 2019. O endereço escolhido não poderia ser mais emblemático, o Conjunto Nacional, que fica na avenida Paulista, esquina com rua Augusta. Nomes como Leny Andrade, João Bosco, Amilton Godoy, Toquinho, César Camargo Mariano e Azymuth já têm shows agendados para SP.

Outro destaque foi o documentário Quincy, exibido pela NetFlix. O programa conta a história do produtor Quincy Jones, considerado um dos mais importantes nomes da música mundial do século XX. O documentário acompanha o dia a dia do produtor de 85 anos e mostra como ele se tornou a lenda que trabalhou com Count Basie, Michael Jackson, George Benson e Frank Sinatra.

Em 2018, a cantora norte-americana Nina Simone entrou para Hall da Fama do Rock. É um feito e tanto para uma instituição que dá preferência a músicos de rock. Junto com Nina, Bon Jovi, The Cars, Dire Straits e Moody Blues também foram incluídos neste seleto grupo. Nina morreu em 2013, aos 70 anos de idade.

Infelizmente o jazz perdeu figuras importantes em 2018. A última delas, o trompetista Roy Hargrove (49) (foto ao lado), de ataque do coração, em novembro.

Quem também fará falta é o saxofonista Randy Weston (92), o pianista Cecil Taylor (89), o trompetista Hugh Masekela (78), o saxofonista Sonny Fortune (79), o percussionista Jerry González (69), o trompetista Tomasz Stańko (76), a cantora Aretha Franklin (76) e empresária Lorraine Gordon (95), proprietária da casa Village Vanguard, na cidade de Nova York.

Em 2019 cinco importantes figuras do jazz terão seu centenário comemorado. São eles: o cantor Nat King Cole (17/3), o pianista Lennie Tristano (19/3), o pianista George Shearing (13/8), o baterista Art Blakey (11/10) e a cantora Anita O'Day (18/10).

Outras efemérides que valem o registro é o aniversário de 90 anos do baterista Jimmy Cobb (20/1) e do saxofonista Benny Golson (25/1). Cobb é o único remanescente do grupo que acompanhou o trompetista Miles Davis no disco Kind Of Blue, de 1959, que contava ainda com John Coltrane, Bill Evans, Paul Chambers e Cannonball Adderley.

Golson (foto ao lado) é um dos mais prolixos compositores do jazz. De seu sax saíram temas como "Killer Joe", "I Remember Clifford", "Along Came Betty", "Stablemates", "Whisper Not" e "Are You Real".

Ao lado do saxofonista Sonny Rollins, Golson é um dos dois sobreviventes da antológica foto feita por Art Kane, em 1958, no bairro do Harlem, em Nov York, conhecida como A Great The In Harlem.

Outras três datas merecem destaque, os 60 anos da morte da cantora Billie Holiday e os 50 anos das mortes do saxofonistas Coleman Hawkins e do clarinetista Pee Wee Russel.

Holiday morreu aos 44 anos, no dia 17 de julho de 1959. Hawkins, que era o saxofonista predileto de Billie, morreu no dia 19 de maio de 1969, aos 64 anos, e Russel morreu em 15 de fevereiro de 1969, aos 62 anos.

2019 marca ainda o aniversário de 60 anos de quatro álbuns fundamentais na história do jazz. São eles: Kind of Blue (Miles Davis), Time Out (Dave Brubeck), Mingus Ah Um (Charles Mingus) e The Shape of Jazz to Come (Ornette Coleman). A importância destes discos foi destaque no documentário 1959: The Year that Changed Jazz. Veja o documentário nos players abaixo.

Outro fato que marcou 2018 foi a crise vivida pelas duas maiores redes de livrarias do país: Cultura e Saraiva. Ambas entraram com pedido de recuperação judicial. A Saraiva fechou 20 lojas em todo país e a Cultura fechou sua loja no centro do Rio de Janeiro. Vale lembrar que a Livraria Cultura tinha adquirido as 12 lojas da francesa FNAC no Brasil, mas fechou todas em menos de dois anos.

O que vai acontecer com as duas redes de livrarias ainda não foi decidido. O fato é que o mercado editorial precisa ser repensado para continuar vivo. Em contrapartida, a livraria carioca Travessa e a mineira Leitura anunciaram que devem expandir suas lojas físicas nos próximos anos. Diante de realidades tão diferentes, é difícil fazer uma previsão do que acontecerá nos próximos anos.

Veja abaixo alguns álbuns lançados em 2018:

Tony Bennett e Diana Krall (Love is Here to Stay,)
Cécile McLorin Salvant (The Window)
Joshua Redman (Still Dreaming)
Luciana Souza (The Book of Longing)
Eliane Elias (Music from Man of La Mancha)
Medeski Martin & Wood (Omnisphere)
Bob James (Espresso)
Dave Holland (Uncharted Territories)
Kurt Elling ( The Questions)
Dr. Lonnie Smith (All In My Mind)
John Scofield (Combo 66)
Bill Frisell (Music IS)
Wayne Shorter (Emanon)
Andrew Cyrille (Lebroba)
Charles Lloyd & The Marvels (Vanished Gardens)
Madeleine Peyroux (Anthem)
Joe Lovano & Dave Douglas Sound Prints (Scandal)
The Bad Plus (Never Stop II)
Kamasi Washington (Heaven and Earth)
Brad Mehldau (Seymour Reads The Constitution)









sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Grammy 2019: os indicados

No dia 7 de dezembro foram divulgados os indicados ao prêmio Grammy, que em 2019 chega a sua 61ª edição. Os vencedores serão conhecidos no dia 10 de fevereiro.

Ao todo são 84 categorias. O jazz tem cinco categorias, entre elas melhor disco de jazz vocal e melhor disco de jazz instrumental.

Entre os vocalistas, Cécile McLorin Salvant e Kurt Elling (foto ao lado) são os favoritos.

Depois do furação Diana Krall, na década de 1990, Cécile é, sem dúvida, a grande cantora de jazz dos últimos anos. Em 2016, ela levou o Grammy pelo disco For One To Love, e repetiu a dose em 2018, com o disco Dreams and Daggers. O veterano Elling também já faturou o seu Grammy, em 2010, com o álbum Dedicated to You.

A lista ainda traz o veterano Freddy Cole, o cantor Raul Midón e a cantora Kate McGarry, acompanhada do guitarrista Keith Ganz e do pianista Gary Versace.

Já entre os indicados a melhor disco, a disputa deve ficar entre o pianista Fred Hersch e o saxofonista Joshua Redman (foto abaixo). Ambos tiveram várias indicações, mas nenhum deles levou o prêmio. Completam as indicações a saxofonista Tia Fuller, o pianista Brad Mehldau e o veterano saxofonista Wayne Shorter, com o CD triplo Emanon.

O cantor Gregory Porter, vencedor de dois Grammy na categoria melhor disco de jazz vocal, desta vez concorre na categoria melhor disco vocal pop tradicional, com o álbum em tributo a Nat King Cole.

Nesta mesma categoria está a parceria entre Tony Bennett & Diana Krall, que lançaram um álbum com canções de Gershwin, o inglês Seal, com standards de jazz, o veterano cantor country Willie Nelson e a eterna Barbra Streisand.

Outra categoria que também traz músicos de jazz é a de melhor disco instrumental contemporâneo. Entre os cinco indicados, o baixista Marcus Miller e o guitarrista Julian Lage são os favoritos. Miller já conquistou dois Grammy. Destaque também para os bateristas Simon Phillips e o veterano Steve Gadd.


Cécile recebe seu primeiro Grammy, pelo disco For One To Love, em 2016

Neste ano não há músicos brasileiros indicados. O Brasil aparece apenas no disco Heart Of Brazil, do clarinetista e saxofonista Eddie Daniels, que concorre na categoria melhor disco de jazz latino. No álbum, o veterano músico faz um tributo ao multi-instrumentista Egberto Gismonti.

OS INDICADOS:

Improvised Jazz Solo

• "Some Of That Sunshine"
Regina Carter, soloist
Some Of That Sunshine (Karrin Allyson)

• "Don't Fence Me In"
John Daversa, soloist
American Dreamers: Voices Of Hope, Music Of Freedom (John Daversa Big Band Featuring DACA Artists)

• "We See"
Fred Hersch, soloists
Live In Europe (Fred Hersch Trio)

• "De-Dah"
Brad Mehldau, soloist
Seymour Reads The Constitution! (Brad Mehldau Trio)

• "Cadenas"
Miguel Zenón, soloist
Yo Soy La Tradición (Miguel Zenón Featuring Spektral Quartet)

Best Jazz Vocal Album

• My Mood Is You
Freddy Cole

• The Questions
Kurt Elling

• The Subject Tonight Is Love
Kate McGarry With Keith Ganz & Gary Versace

• If You Really Want
Raul Midón With The Metropole Orkest Conducted By Vince Mendoza

• The Window
Cécile McLorin Salvant

Best Jazz Instrumental Album

• Diamond Cut
Tia Fuller

• Live In Europe
Fred Hersch Trio

• Seymour Reads The Constitution!
Brad Mehldau Trio

• Still Dreaming
Joshua Redman, Ron Miles, Scott Colley & Brian Blade

• Emanon
The Wayne Shorter Quartet

Best Large Jazz Ensemble Album

• All About That Basie
The Count Basie Orchestra Directed By Scotty Barnhart

• American Dreamers: Voices Of Hope, Music Of Freedom
John Daversa Big Band Featuring DACA Artists

• Presence
Orrin Evans And The Captain Black Big Band

• All Can Work
John Hollenbeck Large Ensemble

• Barefoot Dances And Other Visions
Jim McNeely & The Frankfurt Radio Big Band

Best Latin Jazz Album

• Heart Of Brazil
Eddie Daniels

• Back To The Sunset
Dafnis Prieto Big Band

• West Side Story Reimagined
Bobby Sanabria Multiverse Big Band

• Cinque
Elio Villafranca

• Yo Soy La Tradición
Miguel Zenón Featuring Spektral Quartet

Traditional Pop Vocal Album

• Love Is Here To Stay
Tony Bennett & Diana Krall

• My Way
Willie Nelson

• Nat "King" Cole & Me
Gregory Porter

• Standards (Deluxe)
Seal

• The Music...The Mem'ries...The Magic!
Barbra Streisand

Contemporary Instrumental Album

• The Emancipation Procrastination
Christian Scott aTunde Adjuah

• Steve Gadd Band
Steve Gadd Band

• Modern Lore
Julian Lage

• Laid Black
Marcus Miller

• Protocol 4
Simon Phillips