terça-feira, 24 de novembro de 2020

Grammy 2021: os indicados

Os indicados para a 63ª edição do Grammy foram divulgados no dia 24 de novembro. São mais de 100 categorias e os artistas de r&b, rap e soul dominam as catergorias principais, entre eles, Beyonce, Jhene Aiko, Drake, Black Pumas, Roddy Ricch, H.E.R. e Doja Cat. A cerimônia de premiação acontece no dia 31 de janeiro.

Nas categorias de jazz, o veterano Chick Corea está no páreo novamente com duas indicações. Na categoria melhor gravação, ele concorre pela música "All Blues".

A música faz parte do disco Trilogy 2, no qual o pianista é acompanhado por Christian McBride (baixo) e Brian Blade (bateria). A segunda indicação é de melhor álbum de jazz, por esse mesmo disco.


Na categoria melhor disco de jazz vocal, os destaques são a parceria do cantor Kurt Elling e o pianista Danilo Pérez, com o disco Secrets Are the Best Stories, e a jovem cantora Thana Alexa, com o disco Ona. Na categoria melhor disco vocal pop tradicional, estão o cantor Harry Connick Jr, com seu tributo a Cole Porter (True Love: A Clebration of Cole Porter), e o cantor Daniel Tashian em parceria com o compositor Burt Bacharach (Blue Umbrella).

Na categoria melhor disco de jazz, além do trio de Chick Corea, estão na corrida pelo Grammy o pianista Gerald Clayton, a baretista Terri Lyne Carrington, o trompetista Ambrose Akinmusire e o disco do "super quarteto" formado por Joshua Redman, Brad Mehldau Christian McBride e Brian Blade, com o álbum RoundAgain.

O violonista brasileiro Chico Pinheiro foi indicado na categoria melhor disco de jazz latino, com o álbum City of Dreams.

Pinheiro vai concorrer com nomes de peso do jazz latino, entre eles, o percussionista Poncho Sanchez e os pianistas Gonzalo Rubalcaba e Arturo O'Farrill.




O Brasil também está na disputa com a cantora Bebel Gilberto, na categoria melhor disco de música global, que antigamente era chamado de world music, com o álbum Agora. Entra as concorrentes de Bebel está a citarista Anoushka Shankar, que nasceu nos Estados Unidos, mas é de origem indiana. Anoushka é filha do músico Ravi Shankar, um dos mais famosos músicos indianos da história e também citarista.

OS INDICADOS:


Improviso jazz solo (gravação)


GUINEVERE
Christian Scott Atunde Adjuah, solista
Disco: Axiom

PACHAMAMA
Regina Carter, solista
Disco: Ona (Thana Alexa)

TOMORROW IS THE QUESTION
Julian Lage, solista
Disco: Love Hurts

CELIA
Gerald Clayton, solista
Disco: Happening: Live at the Village Vanguard

ALL BLUES
Chick Corea, solista
Disco: Trilogy 2 (Chick Corea, Christian McBride & Brian Blade)

MOE HONK
Joshua Redman, solista
Disco: RoundAgain (Redman Mehldau McBride Blade)

Disco de jazz vocal


ONA
Thana Alexa

SECRETS ARE THE BEST STORIES
Kurt Elling Featuring Danilo Pérez

MODERN ANCESTORS
Carmen Lundy

HOLY ROOM: LIVE AT ALTE OPER
Somi With Frankfurt Radio Big Band

WHAT'S THE HURRY
Kenny Washington

Disco de jazz instrumental


ON THE TENDER SPOT OF EVERY CALLOUSED MOMENT
Ambrose Akinmusire

WAITING GAME
Terri Lyne Carrington And Social Science

HAPPENING: LIVE AT THE VILLAGE VANGUARD
Gerald Clayton

TRILOGY 2
Chick Corea, Christian McBride & Brian Blade

ROUNDAGAIN
Redman Mehldau McBride Blade

Disco de jazz com orquestra


DIALOGUES ON RACE
Gregg August

MONK'ESTRA PLAYS JOHN BEASLEY
John Beasley

THE INTANGIBLE BETWEEN
Orrin Evans And The Captain Black Big Band

SONGS YOU LIKE A LOT
John Hollenbeck With Theo Bleckmann, Kate McGarry, Gary Versace And The Frankfurt Radio Big Band

DATA LORDS
Maria Schneider Orchestra

Disco de jazz latino


TRADICIONES
Afro-Peruvian Jazz Orchestra

FOUR QUESTIONS
Arturo O'Farrill & The Afro Latin Jazz Orchestra

CITY OF DREAMS
Chico Pinheiro

VIENTO Y TIEMPO - LIVE AT BLUE NOTE TOKYO
Gonzalo Rubalcaba & Aymée Nuviola

TRANE'S DELIGHT
Poncho Sanchez





















segunda-feira, 12 de outubro de 2020

DownBeat profetiza a nova década do jazz

Em julho de 2016 a revista DownBeat, publicação mais tradicional sobre jazz, estampou em sua capa o saxofonista Kamasi Washington. O motivo da escolha de Washington foi uma matéria chamada "25 for the Future", que trazia o nome de 25 novos jazzistas que a revista apostava como as principais promessas do jazz para os próximos anos.

É claro que em um exercício de futurologia, sempre pode acontecer alguns erros. Afinal, tudo não passa de uma aposta. Por outro lado, as apostas de uma revista com 80 anos de tradição devem ser, pelo menos, respeitadas. Além do saxofonista, nomes como Gerald Clayton (pianista) e Cyrille Aimée (cantora) também apareceram na lista. Saiba mais clicando aqui.

Agora, quatro anos depois, mais uma vez, a revista volta ao tema e "arrisca" o nome de 25 novas promessas do jazz.


Como aconteceu anteriormente, a DownBeat aponta os jazzistas que já estão de algum modo se destacando e garantindo espaço em um mercado cada vez mais pulverizado e democrático. Com a entrada das redes sociais e o enfraquecimento da indústria fonográfica, a chance de se tornar um músico de sucesso está praticamente igual para todos.

Não fica claro o motivo da escolha da cantora Veronica Swift na capa da edição de novembro de 2020, mas é sabido que ela está entre os indicados pela revista como músicos inventivos, ávidos por criar boa música e, acima de tudo, jovens talentosos que desejam disseminar sua arte nos quatro cantos do planeta. Se isso vai acontecer, saberemos em breve. Mas eles saem na frente com esse "empurrãozinho", não é mesmo? Você pode ler aqui a íntegra da revista com essa reportagem.

Abaixo estão os nomes dos 25 jazzistas apontados pela revista. Para saber mais sobre cada um deles, basta clicar em seus nomes. Todos eles estão com links para os sites oficiais ou de seus redes sociais. No final da lista há vídeos de shows na íntegra da saxofonista Camille Thurman, da cantora Veronica Swift, do trompetista Theo Crokerr, entre outros.

Veronica Swift (cantora)

Shabaka Hutchings (saxofonista)

Jazzmeia Horn (cantora)

Christian Sands (pianista)

Camila Meza (cantora-guitarrista)

Nduduzo Makhathini (pianista)

Nubya Garcia (saxofonista)

Makaya McCraven (baterista)

Lakecia Benjamin (saxofonista)

Morgan Guerin (saxofonista)

Junius Paul (baixista)

Yazz Ahmed (trompetista)

James Francies (pianista)

Kuba Więcek (saxofonista)

Fabian Almazan (pianista)

Theo Croker (trompetista)

Jimmy Macbride (baterista)

Camille Thurman (saxofonista)

Alfredo Rodríguez (pianista)

Hedvig Mollestad (guitarrista)

Adam O’Farrill (trompetista)

Tomeka Reid (violoncelista)

Luke Stewart (baixista)

Yussef Daye (baterista)

Joel Ross (vibrafonista)



















sexta-feira, 25 de setembro de 2020

The Bad Plus - Give

Por 14 anos o Guia de Jazz esteve no ar com a missão de aproximar os internautas ao jazz. Um dos tópicos mais visitados era o de dicas de CDs, no qual dezenas de discos eram indicados e resenhados por mim.

Infelizmente, com o fim do site em setembro de 2015, todo esse acervo foi "perdido". Mas não totalmente perdido.

Além do livro Jazz ao Seu Alcance, que traz todo o conteúdo do guia, você encontrará quinzenalmente neste blog algumas dicas de CDs publicadas anteriormente no site Guia de Jazz.

Sempre que possível, ao final de cada resenha você encontrará vídeos do Youtube com algumas faixas do disco indicado para escutar. Boa leitura e audição. Veja outras dicas de CDs aqui

The Bad Plus - Give (2004)


Parece uma tarefa fácil, mas às vezes escrever sobre alguns CDs pode se tornar tão espinhoso como prestar vestibular. Isso se encaixa bem para o disco do trio norte-americano The Bad Plus, Give.

Desde seu primeiro trabalho, que trazia uma versão de “Smells Like Teen Spirit”, do Nirvana, o trio formado pelo pianista Ethan Iverson, o baixista Reid Anderson e o baterista David King vem conquistando elogios de toda a crítica especializada e do público que tem a oportunidade de vê-los em ação. Não é possível rotular o som do grupo, mas é certo afirmar que depois dele o jazz nunca mais foi o mesmo.

Para comprovar isto é só escutar a versão impensável da clássica “Iron Man”, do Black Sabbath ainda nos tempos de Ozzy Osbourne. A bateria forte de King e o piano desconcertante de Iverson deixam claro que os rapazes não estão para brincadeira. Em outros dois covers “Velouria”, dos Pixies, e “Street Woman”, de Ornette Coleman, o ouvinte terá a prova definitiva da diversidade musical do trio.

Produzido por Tchad Blake, que trabalhou com Pearl Jam e Peter Gabriel, o CD também traz composições bens distintas dos três músicos. Iverson pariu “Cheney Piñata” e “Do Your Sums Die”; King, responsável pelo som sujo do disco, contribuiu com três músicas, com destaque para “Layin a Strip for the Higher-Self State”, que parece trazer uma pitada do jazz de Nova Orleans.

Já Anderson, que parece ter um papel secundário, mas é essencial no som do grupo, vem com as faixas mais simples para ouvir, entre elas a singela “Nepture” e a quase pop “Dirty Blonde”.

O Bad Plus teve a coragem de remar contra a maré e acabou conquistando alguns milhares de tripulantes para acompanhá-los. Mas cuidado ao ouvir Give, pois marinheiro de primeira viagem pode se afogar neste mosaico musical.









Músicas


1979 Semi-Finalist
Cheney Piñata
Street Woman
And Here We Test Our Powers Of Observation
Frog And Toad
Velouria
Layin' A Strip For The Higher-Self State Line
Do Your Sums - Die Like A Dog - Play For Home
Dirty Blonde
Neptune (The Planet)
Iron Man