sexta-feira, 3 de maio de 2019

JJA Jazz Awards 2019 - os vencedores

O veterano Wayne Shorter (foto) foi o grande vencedor da 24ª edição do Jazz Journalists Association Jazz Awards, prêmio concedido pela Associação de Jornalistas de Jazz, composta por jornalistas de várias partes do planeta.

Shorter, de 85 anos, venceu nas categorias melhor Músico, Compositor e Grupo (quarteto formado por Shorter, John Patitucci, Brian Blade e Danilo Perez). Em 2018, Shorter lançou o disco triplo Emanon, e em fevereiro deste ano ganhou com este disco o Grammy de melhor álbum de jazz.

Outro prêmio cobiçado, o de Conjunto da Obra, que sempre destaca um músico com mais de 50 anos de carreira, ficou com o pianista Ahmad Jamal (foto abaixo), que completará 89 anos em 2019. No ano passado, o vitorioso nesta categoria foi o saxofonista Benny Golson, que completou 90 anos em 2019.

O disco do ano foi para o baterista Bobby Sanabria e sua Multiverse Big Band pelo disco West Side Story Reimagined. O álbum faz uma releitura do aclamado musical que estreou na Broadway em 1957, com música de Leonard Bernstein e letras de Stephen Sondheim. Na categoria melhor Álbum Histórico, o disco perdido de John Coltrane, Both Directions At Once: The Lost Album, ficou com o prêmio.

Nas categorias melhor Cantor e Cantora, pelo segundo ano consecutivo, Cécile McLorin Salvant e Kurt Elling ficaram com os prêmios, respectivamente.

A maior vencedora de todas as edições do prêmio, a arranjadora Maria Schneider, ganhou pelo oitavo ano consecutivo na categoria melhor arranjadora. Outro destaque é o prêmio de revelação, que desta vez ficou com a baixista da malásia Linda May Han Oh, que também levou o prêmio de baixista do ano.

Diferentemente de outras premiações, além dos músicos, também são premiados jornalistas e publicações relacionadas ao mundo do jazz. Entre os vencedores estão a revista DownBeat, o blog Do The Math e o livro Sophisticated Giant: The Life and Legacy of Dexter Gordon, escrito pela viúva do saxofonista Dexter Gordon, Maxine Gordon.

Para ver a relação de todos os vencedores deste ano, visite o site oficial do evento aqui. Você também pode conhecer todos os 23 vencedores na categoria melhor disco de jazz clicando aqui.

OS VENCEDORES:

Conjunto da Obra

Ahmad Jamal

Músico

Wayne Shorter

Revelação

Linda May Han Oh

Compositor

Wayne Shorter

Arranjador

Maria Schneider

Álbum

West Side Story Reimagined - Bobby Sanabria (Jazzheads)

Álbum Histórico

John Coltrane - Both Directions At Once: The Lost Album (Impulse/Verve)

Gravadora

ECM

Cantor

Kurt Elling

Cantora

Cécile McLorin Salvant

Big Band

Orrin Evans and the Captain Black Big Band

Grupo

Wayne Shorter Quartet

Trompetista

Ingrid Jensen

Trombonista

Wycliffe Gordon

Metais

Scott Robinson

Saxofone Alto

Miguel Zenón

Saxofone Tenor

Chris Potter

Saxofone Barítono

Gary Smulyan

Saxofone Soprano

Jane Ira Bloom

Flautista

Nicole Mitchell

Clarinetista

Anat Cohen

Guitarrista

Bill Frisell

Pianista

Kenny Barron

Tecladista

Dr. Lonnie Smith

Baixista

Linda May Han Oh

Violinista ou celista

Tomeka Reid

Percussionista

Pedrito Martinez

Vibrafonista

Joe Locke

Baterista

Brian Blade

Instrumentista não jazzista

Scott Robinson (vários)

Abaixo você encontra os seguintes vídeos:

Bobby Sanabria Multiverse Big Band - America
Linda May Han Oh - Mantis
Wayne Shorter - Lotus
Kurt Elling - Long As You're Living
Cécile McLorin Salvant - Mean To Me
John Coltrane - One Up, One Down
Ahmad Jamal - Autumn Leaves












terça-feira, 30 de abril de 2019

Dia Internacional do Jazz 2019

No dia 30 de abril de 2019, uma nova edição do International Jazz Day aconteceu. Desta vez, a cidade escolhida para acolher o evento foi Melbourne, na Austrália. A próxima edição acontecerá na Cidade do Cabo, na África do Sul, em 2020.

Pelo oitavo ano consecutivo, o lendário pianista Herbie Hancock foi o mestre de cerimônia, que contou com a participação de músicos de diversas nacionalidades.

Entre eles estão Cieavash Arian (Irã), William Barton (Austrália), Brian Blade (EUA), Igor Butman (Rússia), Joey DeFrancesco (EUA), Eli Degibri (Israel), Kurt Elling (EUA), Matthew Jodrell (Austrália), Ledisi (EUA), Jane Monheit (EUA), James Morrison (Austrália), Eijiro Nakagawa (Japão), Mark Nightingale (Inglaterra), Chico Pinheiro (Brasil), Tineke Postma (Holanda), Antonio Sánchez (México), Nathan Schreiber (Austrália), Somi (EUA), Lizz Wright (EUA) e Tarek Yamani (Líbano).


Hancock, Elling, Somi, Butman (sax), Morrison (trompete), Wright e Monheit

O violonista Chico Pinheiro foi o único representante brasileiro no evento. Ele tocou e cantou a música de sua autoria "Boca de Siri", do disco There's a Storm Inside, de 2010.

Ao seu lado, tocaram o pianista libanês Tarek Yamani, o baixista norte-americano Ben Williams, os bateristas mexicano Antonio Sánchez e o norte-americano Brian Blade e o saxofonista russo Igor Butman. Pinheiro também interpretou ao lado da cantora Jane Monheit a música "Águas de Março", de Tom Jobim

Nesta edição, as vozes ficaram a cargo de Jane Monheit, Lizz Wright, Kurt Elling, Ledisi e Somi. No fim do concerto, todos se juntaram no palco para interpretar a canção "Imagine", de John Lennon.

Além da noite de gala em Melbourne, transmitido ao vivo pela Internet, o Dia Internacional do Jazz também é celebrado em mais de 190 países. Músicos, promotores de eventos, professores, estudantes e fãs do jazz se mobilizam em várias parte do mundo com eventos de diferentes tamanhos e atrações.

Assista abaixo a íntegra do concerto:




Veja também os concertos de 2018 (São Petersburgo-Rússia), 2017 (Havana-Cuba), 2016 (Washington-EUA), 2015 (Paris-França), 2014 (Osaka-Japão) e 2012 (Paris-França)












terça-feira, 23 de abril de 2019

Marsalis traz o pioneiro Buddy Bolden ao cinema

O velho Wynton Marsalis continua sua jornada para levar o jazz tradicional às novas gerações.

Nascido no berço do jazz, em Nova Orleans, filho do pianista Ells Marsalis e diretor artístico do Jazz at Lincoln Center, desde 2004, o trompetista carrega dentro de si uma chama e a missão de nunca deixar o legado do jazz ser esquecido.

A nova empreitada é o lançamento do filme Bolden, que conta a história do cornetista nascido em Nova Orleans, em 1877, Charles "Buddy" Bolden, considerado um pioneiro do jazz.

Apesar de sua fama na cidade, Bolden não lançou discos durante sua breve vida. Ele morreu em 1931, aos 54 anos, em um asilo, em Louisiana, onde estava internado com problemas mentais desde 1907.

O filme retrata a infância de Bolden e sua ascensão na cidade símbolo do jazz. Mostra também as tensões raciais e o processo que levou o músico a ser internado.


O ator Gary Carr vive o músico Charles "Buddy" Bolden no filme Bolden

Marsalis é responsável pela trilha sonora, que tem como foco a jazz do início do século XX, época em que brilharam nomes com King Oliver, Jelly Roll Morton e Louis Armstrong.

Segundo Marsalis, além dele, todos os músicos, em especial os que viveram na mesma época que Bolden, foram diretamente influenciados por ele.

Para a trilha sonora, Marsalis escalou a orquestra do Jazz at Lincoln Center, liderada pelo trompetista, além da cantora Catherine Russell e do ator Reno Wilson (foto abaixo), que no filme faz o papel do trompetista Louis Armstrong.

O ator, que canta em várias faixas da trilha, impressiona pela caracterização e pela interpretação na pele de um dos mais importantes pilares da história do jazz.

O filme estrelado pelo ator Gary Carr e dirigido por Dan Pritzker estreia nos Estados Unidos no dia 3 de maio. No Brasil, ainda não há previsão.

Você pode ouvir a íntegra da trilha sonora clicando aqui