sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Betty Carter - Feed the Fire

Por 14 anos o Guia de Jazz esteve no ar com a missão de aproximar os internautas ao jazz. Um dos tópicos mais visitados era o de dicas de CDs, no qual dezenas de discos eram indicados e resenhados por mim.

Infelizmente, com o fim do site em setembro de 2015, todo esse acervo foi "perdido". Mas não totalmente perdido.

Além do livro Jazz ao Seu Alcance, que traz todo o conteúdo do guia, com dicas de CDs, DVDs, livros, entrevistas e muito mais, você encontrará quinzenalmente neste blog algumas dicas de CDs publicadas anteriormente no site Guia de Jazz.

Sempre que possível, ao final de cada resenha você encontrará vídeos do Youtube com algumas faixas do disco indicado para escutar. Boa leitura e audição. Veja outras dicas de CDs aqui

Betty Carter - Feed the Fire (1993)

Quando Louis Armstrong criou o scat (vocalização das notas musicais), o jazz vocal mudou para sempre o seu rumo. Além de Armstrong, Ella Fitzgerald também era outra especialista nessa técnica. Mais recentemente, Dee Dee Bridgewater e Al Jarreau são alguns dos cantores que utilizam o scat para improvisar dentro de um determinado tema.

Já que o assunto em pauta é o scat, é de fundamental importância citar Betty Carter. Com sua apurada técnica e a voz grave, a cantora foi descoberta em Detroit e logo em seguida contratada para cantar na orquestra do vibrafonista Lionel Hampton. Durante sua carreira, cantou com mitos do jazz, entre eles Charlie Parker, Dizzy Gillespie, Miles Davis, Ray Charles e Wes Montgomery.

Para sentir toda a vitalidade de Betty Carter, procure o disco Feed the Fire, gravado ao vivo no Royal Festival Hall, em Londres, em outubro de 1993. Para acompanhá-la, nada menos que Dave Holland (baixo), Jack DeJohnette (bateria) e Geri Allen (piano). O disco começa com o melhor cartão de visita que Betty poderia oferecer.

A faixa-título é uma porrada de 11 minutos com a cantora abusando do scat e o trio em seu estado mais puro. Para conter o ânimo do ouvinte, a balada “Love Notes” vem na sequência, com Betty acompanhada apenas do piano de Allen. A mesma dobradinha também acontece na inesquecível “If I Should Lose You”.

O trio volta na retaguarda nos temas “I’m All Smiles”, “Sometimes I’m Happy” e na melancólica “Day Dream”, composta por Billy Strayhorn. O disco ainda reserva outros dois momentos sublimes. Na clássica “All or Nothing at All”, Betty recruta “apenas” o baixo de Holland para fazer a base de sua interpretação. Já em “What Is This Tune”, o instrumento escolhido é a bateria. Em seu estado mais puro, a cantora cria uma pequena obra-prima ao improvisar por sete minutos ao som das experientes baquetas de DeJohnette. Clique aqui para assistir o vídeo na pintegra da apresentação realizado no festival de Hamburgo (Alemanha), em 1993.



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