quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Diane Schuur - In Tribute

Por 14 anos o Guia de Jazz esteve no ar com a missão de aproximar os internautas ao jazz. Um dos tópicos mais visitados era o de dicas de CDs, no qual dezenas de discos eram indicados e resenhados por mim. Infelizmente, com o fim do site em setembro de 2015, todo esse acervo foi "perdido".

Mas não totalmente perdido. Além do livro Jazz ao Seu Alcance - que traz todo o conteúdo do guia (dicas de CDs, DVDs, livros, entrevistas e muito mais) - você encontrará quinzenalmente neste blog algumas dicas de CDs publicadas anteriormente no site Guia de Jazz.

Sempre que possível, ao final de cada resenha você encontrará vídeos do Youtube com algumas faixas do disco indicado para escutar. Boa leitura e audição. Veja outras dicas de CDs aqui

Diane Schuur - In Tribute (1992)

Apesar de não fazer parte da “elite” das cantoras de jazz, Diane Schuur tem um público cativo e o respeito da crítica. Com 30 anos de carreira, a cantora começou a chamar a atenção do público quando gravou um disco ao lado da orquestra de Count Basie, em 87. A voz de Schuur tem um tom suave e agradável. É quase impossível não se encantar com sua maneira de cantar e reinventar grandes clássicos do jazz. Um bom exemplo disso é o disco In Tribute, de 1992, no qual ela homenageia grandes cantoras dos anos 40, 50 e 60.

Na edição americana do CD, há um encarte com 40 páginas falando um pouco das 12 cantoras retratada por Schuur neste disco. São elas: Billie Holiday, Helen Morgan, Anita O’Day, Sara Vaughan, Carmen McRae, Ella Fitzgerald, Libby Holman, Peggy Lee, Dinah Washington, Ivie Anderson, Nancy Wilson e Mabel Mercer.

Schuur pegou músicas que ficaram famosas nas vozes dessas cantoras e escalou uma big band para acompanhá-la, ora com arranjos de cordas ora com metais. O resultado é um disco cheio de lirismo e muito suingue. Entre as preciosidades do disco estão “The Man I Love”, de Gershwin, imortalizada na voz de Holiday. Outra canção é “God Bless the Child”, composta por Holiday, que Schuur canta com toda sinceridade que a música merece.



Ainda no campo dos clássicos, o ouvinte será brindado com “Round Midnight”, de Thelonious Monk, aqui arranjado com cordas, “Body And Soul”, “Sophisticated Lady”, obra-prima de Duke Ellington, e “Every Time We Say Goodbye”. A melhor parte do disco é as canções agitadas, com arranjos suingados à Glenn Miller. Aqui, Schuur ataca com “How High the Moon”, clássico famoso nas vozes de Anita O’Day e Sarah Vaughan, “The Best Is Yet To Come” e ainda “Love For Sale”, do mestre Cole Porter.

Comprar este disco servirá para duas coisas. A primeira é “conhecer” Diane Schuur, que já esteve no Brasil várias vezes e fez apresentações irretocáveis. A outra é poder aprender um pouco mais sobre essas grandes cantoras que influenciaram a maioria dos intérpretes de jazz da atualidade.

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